Firmada parceria entre Brasil e a norte-americana Qualcomm
Entre os objetivos do acordo, a estimulação do desenvolvimento locais de celulares e tablets
O governo brasileiro e a Qualcomm firmaram um acordo para estimular o desenvolvimento de fabricantes locais de telefones celulares e tablets. O anúncio da parceria foi feito na manhã da terça-feira (21) pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e pelo Diretor Executivo da Qualcomm, Paul Jacobs, após uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
O texto do acordo também prevê a construção do primeiro centro global da Qualcomm em São Paulo. O local irá trabalhar no desenvolvimento de tablets, como já foi entendido num memorando assinado em abril entra as duas partes. As atividades devem começar no primeiro trimestre do próximo ano e, segundo Dilma Rousseff, terá cerca de 100 funcionários e investimento inicial de aproximadamente US$ 1 milhão de dólares.
“Firmamos um acordo pelo qual pretendemos estimular o desenvolvimento de fabricantes locais no Brasil, de modo a viabilizar sua entrada no mercado global e para suprir o mercado brasileiro. Falamos também sobre os benefícios da tecnologia celular e suas aplicações em setores, tais como saúde e educação. Estamos falando na oportunidade de desenvolver fabricantes locais de telefones celulares e tablets. Foi muito empolgante, estamos muito felizes com a reunião de hoje”, disse Jacobs.
Segundo declaração do ministro no evento, a presidenta demonstrou interesse na aplicação das tecnologias, desenvolvidas pela Qualcomm no monitoramento de serviços públicos, como saúde e educação. “Ela nos encomendou discutir com a Casa Civil a possibilidade de incrementar essa rede de monitoramento, de controle, baseado em dispositivos móveis, tablets, smartphones. O pessoal da Qualcomm se dispôs a nos ajudar nisso”, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que também participou da reunião.
Parceria - Além da criação do Centro para o desenvolvimento de tablets no Brasil, escolha justificada pelo grande crescimento econômico e oferta de profissionais qualificados no país, a empresa americana também se comprometeu em diversas ações afinadas com necessidades futuras do país.
O CEO da empresa americana destacou a parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro em Londres, quando foi testado o uso intensivo de telemedicina para verificar o desempenho dos atletas do Brasil nas Olimpíadas, experiência que a empresa espera repetir nas Olimpíadas do Rio em 2016. Ainda nessa área, a Qualcomm está promovendo um concurso mundial com prêmio de US$ 10 milhões para quem apresentar o melhor projeto de dispositivo móvel para o diagnóstico de doenças, ampliando o uso da telemedicina.
Cooperação com a indústria nacional de eletroeletrônicos e com os centros de educação e tecnologia brasileiros no campo de comunicação sem fio também está no foco da companhia americana. Empresas iniciantes também serão beneficiadas com ações dela, com uma parcela do fundo de investimento da empresa sendo utilizada para fomentar startups de várias tecnologias no Brasil.
Já a contrapartida do governo brasileiro será a criação de incentivos para a produção local de smartphones, com a inclusão do aparelho na Lei do Bem, através da medida provisória nº 563, que aguarda sanção presidencial. Inclusive o ministro das Comunicações afirmou que além da inserção de smartphones na Lei do Bem, o governo também estuda reduzir tribudos da área de telecomunicações.
“A medida deverá reduzir significativamente o preço final dos aparelhos, aumentando a presença dos telefones inteligentes para 4 em cada 5 telefones celulares vendidos; atualmente, a cada 5 celulares comercializados, apenas 1 é smartphone”, afirma o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
4G - A incorporação de tecnologias para as frequências que serão disponibilizadas no país com as redes 4G, cujo leilão aconteceu em junho , também são do interesse da americana. Foram leiloadas no início do trimestre as faixas de 2,5 giga-hertz e 450 mega-hertz.
Há a intenção do governo de licitar a faixa de 700 mega-hertz no ano que vem. A empresa americana participou da discussão com a presidenta em relação aos lotes dessa frequência.
Porém a implementação da faixa de 700 MGHZ passa por um entrave, o espectro a ser leiloado ainda é utilizado pelas emissoras de televisão aberta. Mesmo com o relatório que o ministro das comunicações afirma está sendo preparado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda esse semestre, ações posteriores ficam dependendo da substituição total do sinal analógico pelo digital no país, prevista para acontecer em 2016. Especialistas afirmam que o leilão pode ser antecipado em algumas regiões que já migraram para o formato digital.
*Com informações da Agência Brasil e do Ministério das Comunicações.