Banda larga móvel do Brasil cresceu 54% em 2014
"Ainda falta muito para chegarmos a uma massificação completa, mas o País quer mobilidade", disse o CEO do Sinditelebrasil
Balanço divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) confirma tendência que já vinha sendo identificada pelo setor: o brasileiro gosta de aparelhos móveis, principalmente para se comunicar por meio de redes sociais e para baixar vídeos e filmes.
De acordo com o presidente executivo do Sinditelebrasil, Eduardo Levy, “é uma característica do brasileiro o gosto pela mobilidade, [por meio do uso de] redes sociais e [pelo hábito de] baixar filmes”. “E nisso o Brasil é um dos campeões mundiais”, acrescentou. Ele informou que houve crescimento de 54% nos serviços de banda larga móvel, entre outubro de 2013 e outubro de 2014, o que provocou salto de 100,8 milhões de acessos na internet para 155,3 milhões.
Considerando as bandas largas fixa e móvel, o crescimento registrado no mesmo período é 46%. “Mas 85% de toda a nossa base de banda larga já é móvel”, disse o dirigente do Sinditelebrasil.
Segundo o sindicato, nos últimos dois anos, foram habilitados cerca de 100 milhões de novas linhas de banda larga. Na avaliação das operadoras de telefonia, o mercado tende a se ampliar ainda mais, uma vez que o País tem 159 milhões de habitantes com mais de 10 anos de idade.
“Essa é uma mudança de hábitos que vai trazer no futuro uma condição socioeconômica interessante para as pessoas. Ainda falta muito para chegarmos a uma massificação completa, mas o País quer mobilidade”, disse Levy. Em outubro, o setor registrou 279 milhões de linhas de celulares – crescimento de 3% em relação aos 270 milhões registrados em outubro de 2013.
Percentual similar foi obtido com o crescimento da telefonia fixa (2%), que passou de 45 milhões de linhas em outubro do ano passado, para 46 milhões no mesmo mês, em 2014. Segundo Levy, a expansão da telefonia fixa pode ser explicada, entre outros fatores, pelo aumento na oferta de combos (conjunto de funções aplicadas a um só aparelho) por empresas autorizadas.
“Mas também está relacionado à mobilidade, uma vez que, por meio dela, os usuários podem acessar redes Wi-Fi”, lembrou ele. Segundo o representante do Sinditelebrasil, a tendência é que - onde houver uma grande concentração de usuários, como shopping centers e aeroportos, - devem ser oferecidas redes de internet sem fio para dar suporte à rede de dados móveis. “O crescimento do tráfego de dados é tão grande que, nos pontos onde há muita concentração, a única forma de escoar e evitar congestionamentos é pela rede Wi-Fi”, acrescentou.
Para dar conta dessa demanda, o setor tem aumentado os investimentos. Segundo o Sinditelebrasil, os investimentos feitos até setembro cresceram 8%, na comparação com o mesmo período de 2013. Com isso foram totalizados R$ 19 bilhões, ante 17,6 bilhões investidos no ano passado. “Dos R$ 19 bilhões investidos em 2014, o que demandou mais investimento foi o tráfego de dados”, disse Levy.
A receita do setor cresceu 4%, atingindo a marca de R$ 174 bilhões, ante R$167 registrados em setembro de 2013. Parte desse crescimento foi obtido graças aos 13% a mais de assinantes de tevês pagas, que passou dos 18 milhões de assinantes registrados em outubro de 2013 para 20 milhões em 2014.
“A expectativa do Sinditelebrasil é que até o final de 2014 haja 20 milhões de assinantes de tevês pagas, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior”, acrescentou Levy.