Campanha exige 10 MB de internet em escolas até 2016
Campanha "Internet na Escola" quer sensibilizar o governo federal por internet rápida nas escolas públicas
Apenas 58% das 190.706 escolas brasileiras contam com internet, sendo que só 48% delas possuem conexão banda larga. Os dados são da campanha nacional “Internet na Escola” — iniciativa da Fundação Lemann e do Instituto Inspirare, em parceria com o Instituto de Tecnologia & Sociedade (ITS) e a rede de mobilização Nossas Cidades.
Entretanto, dentro desse percentual estão as instituições beneficiadas pelo programa Banda Larga Nas Escolas (PBLE), que prevê a instalação de uma conexão de 2 Mbp/s em todas as escolas públicas. Segundo a campanha, essa velocidade é insuficiente para que ferramentas digitais sejam usadas como instrumento pedagógico ou para facilitar o trabalho do professor e do gestor.
“A internet rápida democratiza o acesso a recursos pedagógicos de qualidade e promove a personalização, permitindo que alunos com diferentes perfis aprendam no seu ritmo e a partir de seus interesses e necessidades”, afirma a diretora do Instituto Inspirare, Anna Penido.
Para participar, o site da campanha (www.internetnaescola.org) disponibiliza ferramentas distintas. A primeira é um espaço para mandar um e-mail à presidente Dilma Rousseff, reforçando o pedido por uma internet mais rápida na rede pública de ensino.
O teste de conexão é o segundo instrumento, adaptado a partir de um projeto norte-americano. Com ele, é possível descobrir rapidamente qual é a velocidade da internet da escola. A medição poderá ser realizada por qualquer pessoa, de preferência a partir dos computadores da instituição de ensino.
A ideia da campanha é usar os resultados obtidos nos testes de velocidade para chamar a atenção sobre a desigualdade que persiste quando relaciona-se conectividade a fatores como renda, classe social e grau de instrução.
Segundo dados de 2013 da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), aproximadamente 98% das pessoas que pertencem classe A já acessaram a internet, enquanto que, nas classes D e E, o percentual é de apenas 24%. Quando se trata de grau de instrução, 96% que possuem ensino superior já tiveram contato com a rede, enquanto entre os analfabetos o índice é de 3%.