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No quarto dia da 1ª Jornada Antirracista da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Gilmar Júnior (PV), ao presidir o evento, divulgou o Projeto de Lei 1360/2023. No texto, o parlamentar inclui o ensino antirracista nas escolas públicas de Pernambuco. 

“É fundamental falar, desde cedo, sobre a contribuição negra para a nossa história. Mas não somente isso: é preciso falar sobre o antirracismo. Ir mais além nessa questão! As crianças negras também são vítimas de preconceito, inclusive, nas escolas. E levar o ensino antirracista até o ambiente escolar é mais do que um movimento para mudar a sociedade no futuro, é fazer com que esses estudantes sejam respeitados e ocupem o lugar que lhes é de direito agora!”, justificou Gilmar Júnior.

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O deputado, que é enfermeiro, parabenizou a organização do evento por trazer, de forma inédita, essa discussão para a Alepe: “Eu estou emocionado e orgulhoso em participar deste momento histórico! Ainda mais porque a minha profissão é, majoritariamente, formada por mulheres negras e periféricas. E é por elas, também, que eu luto! Espero que esse movimento continue e que a gente possa levar o antirracismo adiante, até o dia em que não precisaremos mais nos reunir para tratar de direitos que, há muito tempo, já deveriam estar em pleno exercício!”, concluiu o deputado.

*Da assessoria 

Escolas públicas da rede municipal de São Paulo receberam kits de ciências infantis com embalagem que ilustra um homem empunhando um fuzil. Cerca de 3.400 kits foram comprados e distribuídos pela Prefeitura, na gestão de Ricardo Nunes (MDB). O caso foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Os kits contam com materiais diversos, como lanternas, lunetas, lupas, composteiras e jogos didáticos para serem trabalhados em sala de aula. Segundo o jornal, a prefeitura gastou R$ 33 milhões em contratos assinados com duas fornecedoras, Legend Comércio e CSL Educacional para os conjuntos de ciências, em março deste ano. Foram 1.719 kits adquiridos de cada fornecedora.

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Diretores e professores das escolas ficaram assustados ao perceberem a imagem que estava presente na caixa da lanterna presente nos kits dos alunos.

A gestão declarou que as caixas com a figura do fuzil não fazem parte dos materiais adquiridos e direcionados para os professores das escolas municipais. A pasta ainda afirmou que orientou os docentes a descartar adequadamente o produto.

Em nota, a prefeitura também disse que estas caixas foram enviadas por conta das próprias fornecedoras.

Confira a nota na íntegra:

"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), informa que as caixas não fazem parte dos materiais adquiridos para kits de experiências pedagógicas direcionados aos professores das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs). A pasta orientou as unidades para que não utilizem as caixas e façam o descarte adequado.

Os kits compõem diversos materiais, desde lanternas, até lupas, lunetas, composteiras e jogos para que os docentes possam trabalhar as atividades pedagógicas diversificadas.

A compra desses kits nunca incluiu caixas para armazenamento de lanternas led, elas foram enviadas por contas das próprias fornecedoras, que foram notificadas sobre a embalagem cuja imagem não é condizente com o ambiente escolar. Vale destacar que não houve e nem haverá custo à administração pública."

Hoje universitária, a brasiliense Nathalia Maciel, de 19 anos, que se identifica como mulher negra, acostumou-se a ouvir em sala de aula sobre heróis e heroínas brancos e feitos de europeus que chegaram ao Brasil. Estudou o ensino fundamental e médio em escola pública na região administrativa de Santa Maria, a 40 km do centro da capital. “Sentia falta de saber sobre pessoas negras, que só eram citadas em 20 de novembro (dia da Consciência Negra). As pessoas só faziam para ganhar nota nas matérias”, lamenta.

A percepção da estudante sobre a falta de projetos que valorizem a diversidade e enfrentem problemas como o racismo pode ser constatada em números. Segundo levantamento da ONG Todos Pela Educação, apenas metade (50,1%) das escolas públicas do país tiveram ações contra o racismo em 2021, ano em que foi feita a última pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb).

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O fato é que, naquele ano, o total de escolas públicas com projetos para combater racismo, machismo e homofobia caiu ao menor patamar em 10 anos. Os dados utilizados foram extraídos dos questionários contextuais do Saeb destinados a diretores e diretoras escolares, entre 2011 a 2021.

Falhas

A pesquisadora Daniela Mendes, analista de políticas educacionais do Todos Pela Educação, contextualiza que quando questões raciais e de gênero não são trabalhadas dentro das escolas, o ensino falha tanto no processo de aprendizagem dos alunos quanto na construção de uma sociedade melhor, com menos violência e menos desigualdades.

“O impacto que esses dados nos mostram não é apenas educacional. As violências sofridas nas escolas podem ser tanto físicas e verbais quanto simbólicas com insinuações e constrangimentos que tornam o ambiente escolar um espaço hostil para determinados grupos. Isso tem um impacto na evasão escolar”, afirmou Daniela Mendes.

Colonização

De acordo com o que analisa a pesquisadora Gina Vieira, professora da rede pública no Distrito Federal e com projetos premiados em relação à diversidade em sala de aula, a escola no Brasil não promove a diversidade.

“A escola brasileira, assim como o projeto de colonização do país, trabalha na lógica da homogeneização. Então, nós temos um currículo racista e uma educação racista. Nós temos um currículo oficial que ainda conta a história oficial que é contada na perspectiva do homem branco europeu”, pontua.

Ela explica que são raros os materiais pedagógicos diversos que incorporem as vozes dos povos historicamente excluídos. “A gente está, por exemplo, comemorando 20 anos da Lei 10.639 [que inclui História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar], que é resultado da luta histórica do movimento negro pelo direito da história da África e de pessoas negras em diáspora”. Ela cita que as leis não são o suficiente para mudança de perspectivas, mas sim uma mudança cultural e de políticas públicas. “Como diz o Drummond, os lírios não nascem por força da lei”.

Em queda

A quantidade de escolas com projetos atentos à diversidade começou a cair a partir do ano de 2015, quando o índice havia chegado ao maior patamar no período: 75,6%. Desde então, os números despencaram.

Além de racismo, a atuação contra homofobia e machismo está na menor parte das escolas brasileiras. Em 2011, por exemplo, 34,7% das escolas relataram ter ações. Em 2017, o índice chegou a 43,7%. Mas, também caiu nos anos seguintes. Em 2021, representava apenas 25,5%.

Para Daniela Mendes, analista de políticas educacionais do Todos Pela Educação, o avanço de uma pauta ultraconservadora nos últimos anos, os impactos da pandemia e a falta de coordenação nacional durante a última gestão do Ministério da Educação foram fatores que podem ter influenciado o cenário.

Para a professora Gina Vieira, cabe à sociedade estar mobilizada para cobrar uma escola antirracista e contra machismo e homofobia. “A gente precisa rechaçar com toda força essa perspectiva que a gente viveu nos últimos quatro anos entre o professor e a escola representados como inimigos da sociedade. Como alguém que devo fiscalizar, denunciar, gravar e achincalhar. Um país que não valoriza a educação, a escola e os educadores está fadado ao retrocesso”, afirma.

Providências

Em nota à reportagem, o Ministério da Educação garantiu que tem trabalhado para modificar esse cenário desde o início da atual gestão. A primeira ação foi a recriação da Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão). “Uma pasta que já se configura como uma ação afirmativa, na qual tem em sua estrutura a Diretoria de Políticas de Educação Étnico-racial Educação Escolar Quilombola, um instrumento institucional para formular, articular e executar as políticas voltadas para a implementação da Lei 10.639/03”.

Além disso, segundo MEC, foi retomada a formação de professores a partir do apoio financeiro às universidades e relançado o Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, que fomenta a pesquisa na graduação e pós-graduação. “Outra iniciativa resgatada foi a Cadara, a comissão de assessoramento do MEC formada por entes federais e sociedade civil. Ainda há um longo caminho pela frente, mas hoje a Secadi está empenhada em garantir recursos para que no próximo ano possa investir ainda mais em ações de combate ao racismo”.

Para Ingridy, que é uma adolescente negra, de 15 anos, também moradora de Brasília, e estudante de escola pública, uma escola preocupada com diversidade e disposta a não ser homogênea seria fundamental também para o dia a dia. E isso parece uma aula simples. “Ajudaria a combater o preconceito e promoveria o respeito e a aceitação na escola”, avalia.

As escolas públicas do Brasil foram as grandes campeãs da última edição das olimpíadas digitais de matemática, que foram realizadas em setembro deste ano, dentro de uma plataforma de jogos matemáticos (gamificação). Dos dez colégios com maior desempenho na competição, nove são oriundos da administração pública, tendo apenas uma instituição privada na nona colocação. 

O torneio, promovido pela startup internacional Matific, com o apoio da Microsoft e Fundação Telefônica Vivo, foi destinado a alunos do ensino infantil e do fundamental, e contou com a adesão de mais de 3 mil colégios e 201 mil estudantes. Em cinco dias de competição na plataforma, os participantes resolveram mais de 32 milhões de problemas propostos.

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A primeira colocada na competição é a Escola Municipal Professor Claudio Brandão, de Belo Horizonte (MG), seguida por mais duas instituições mineiras, a Escola Pública Cora Coralina, também da capital, na segunda posição, e a Escola Municipal São Judas Tadeu, de Uberaba (MG), na terceira colocação (veja ranking abaixo).

“Na edição deste ano, em particular, o torneio também serviu para a redução da desfasagem escolar causada pela pandemia e para a diminuição da ansiedade em relação à matemática”, explica Dennis Szyller, CEO da Matific Brasil.

Vencedores das Olimpíadas Digitais de Matemática 

1 > (Pública) Escola Municipal Professor Claudio Brandao >> Belo Horizonte - MG 

2 > (Pública) Cora Coralina >> Belo Horizonte - MG 

3 > (Pública) Escola Municipal São Judas Tadeu >> Uberaba - MG 

4 > (Pública) Nova Esperança, C E-Ef M >> Dois Vizinhos - PR 

5 > (Privada) Instituto Educacional Maria Madalena Ltda. >> Tutóia - MA 

6 > (Púbica) Escola Municipal De Educação Básica Santa Terezinha >> Coruripe - AL 

7 > (Pública) DALILA AYRES E M PROFA EI EF >> Castro - PR 

8 > (Pública) Antonio Laureano Da Cunha Filho >> Santo Antônio da Patrulha - RS 

9 > (Privada) Centro Escolar Educare - Tutóia - MA 

10 > (Pública) Ebm Prof. Carlos Doetsch - São Bento do Sul - SC

Estão abertas as inscrições para a 7ª edição do Programa de Desenvolvimento de Lideranças da ONG Ensina Brasil. A organização tem o propósito de desenvolver jovens talentos para atuarem como líderes de impacto e capazes de resolver problemas complexos, como a falta de uma educação pública de qualidade para todos. Os interessados podem se inscrever até o dia 26 de setembro, através do site

O programa oferece um extenso cronograma de formação para o desenvolvimento das competências necessárias para multiplicarem seu impacto e se desenvolverem como futuras lideranças por meio da prática em escolas públicas brasileiras. Ao todo, são mais de 930 horas de formação, visando desenvolver competências como: resolução de problemas, criatividade e inovação, autoconhecimento, trabalho em rede e colaboração. São disponibilizadas diversas atividades como trilhas de formação, programa de mentoria, tutoria pedagógica, conversa com lideranças, plano de desenvolvimento individual (PDI), entre outros momentos presenciais ou virtuais. 

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A formação inicial se divide em dois módulos remotos: o primeiro, com carga horária média de 40 horas e formações assíncronas e síncronas realizado em dezembro de 2022; e o modelo que será realizado a partir de 4 de janeiro, com 120 horas estimadas de carga horária em formações predominantemente síncronas (em horário comercial) e assíncronas. 

Entre os requisitos, é necessário ser brasileiro ou naturalizado; fluente em português; possuir curso superior completo de licenciatura ou bacharelado, concluído entre dezembro de 2013 e janeiro de 2023 em instituição reconhecida pelo MEC; e ter disponibilidade para residir, durante todo o período do Programa, em um dos polos parceiros, a partir de fevereiro de 2023. Além disso, também é imprescindível ter Disponibilidade para participar do Programa após o término do “Intensivão” e a tempo do início do semestre, permanecendo pelo período de dois anos letivos. 

Caso o candidato seja professor das redes públicas de ensino em que o Ensina Brasil atua, poderá se inscrever com curso superior completo, nas modalidades licenciatura ou bacharelado, concluído entre dezembro de 2008 e janeiro de 2023. 

Após o processo de seleção, haverá quatro semanas de treinamentos diversos e, depois desse período, os participantes são encaminhados para cerca de 120 escolas localizadas em diversas cidades do país, onde o Ensina Brasil tem parceria com governos estaduais e municipais. A aulas têm início em fevereiro, mas devido ao contexto da Covid-19, essa confirmação ocorrerá ao longo do segundo semestre de 2022.

Desde 2019 na terceira posição no ranking nacional, Pernabuco atingiu média 4,4 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no ano passado, o que o coloca acima da média nacional, que foi de 3,9.  

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta sexta-feira (16), o Paraná recebeu o primeiro lugar no Ideb 2021, com (4,6). Já o segundo ficou com Goiás (4,5). No Ensino Fundamental Anos Finais, a média passou de 4,7 em 2019 para 4,8 em 2021.  

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Além disso, a rede pública estadual de Pernambuco registrou uma participação de 91,3% na aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do Ensino Médio e de 92,5% no Ensino Fundamental Anos Finais. A média nacional de participação foi de 71,3% e a meta estabelecida pelo Inep havia sido de 80%. 

“A taxa de participação nas provas do Saeb e o resultado do Ideb refletem o esforço coletivo de toda a rede estadual, tanto durante o período de suspensão das aulas remotas quanto no processo de busca ativa dos nossos estudantes, e de reforço das aprendizagens com a retomada do ensino presencial. Um trabalho contínuo que envolve todos os profissionais da educação”, ressaltou o o secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Marcelo Barros. 

Os dados por instituição de ensino no Ideb apontam que a Escola de Aplicação do Recife ocupa, mais uma vez, o primeiro lugar no ranking das escolas públicas do Ensino Médio de todo o Brasil, com média 7,6.

Na classificação do Ensino Fundamental Anos Finais, os três melhores resultados entre as escolas estaduais são de Pernambuco. O primeiro lugar também ficou com a Escola de Aplicação do Recife, com 7,9; seguido pela Escola de Aplicação Professora Ivonita Alves Guerra, em Garanhuns, com nota 7,8; e a Escola Tomé Francisco da Silva, em Quixaba, com 7,5.

Seguem abertas as inscrições para a 17ª Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), realizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Todas as escolas públicas municipais, estaduais, federais e escolas privadas do país (do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental e o Ensino Médio) podem se inscrever na olimpíada, até o dia 17 de março, por meio do preenchimento das fichas de inscrições que devem ser feitas exclusivamente pelas instituições de ensino no site da Obmep.

A olimpíada é dividida em duas fases. A primeira é composta por uma prova objetiva de 20 questões, e a segunda, por uma prova discursiva de seis questões. A 1ª fase da Olimpíada será realizada em 7 de junho e os classificados para a próxima etapa realizarão a 2ª fase em 8 de outubro. As provas são preparadas de acordo com o grau de escolaridade do aluno: nível 1 (6º e 7º anos), nível 2 (8º e 9º anos) e nível 3 (ensino médio).

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A divulgação dos aprovados para a segunda etapa ocorrerá em 2 de agosto. A relação de premiados será conhecida no dia 20 de dezembro. Alunos premiados com medalha de ouro, prata ou bronze são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC Jr.).

*Por Elysa Assis

A prefeita de Camaragibe, cidade da Região Metropolitana do Recife, Doutora Nadegi (Republicanos), sancionou a Lei Municipal 880/2021 que cria o Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos nas escolas públicas. Segundo a nova legislação, sancionada nessa quarta-feira (12), estudantes que estejam em idade menstrual poderão receber o item de higiene pessoal, como parte do combate à precariedade acerca dos cuidados com a menstruação e dignidade humana no estado. 

Segundo a Lei, as instituições deverão promover rodas de conversas ou outras formas de diálogo para a conscientização dos estudantes acerca dos cuidados com a própria saúde; e de questões envolvendo o período menstrual. A medida também tem como propósito auxiliar no acompanhamento desses estudantes, entendendo que a evasão escolar está diretamente ligada à pobreza menstrual em muitos dos casos. As faltas de alunas que, em período menstrual, estejam acometidas por dor decorrente de cólicas menstruais, serão contempladas. 

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Em Camaragibe, as aulas letivas retornam no dia 8 de fevereiro. A distribuição gratuita dos itens ocorrerá por meio das unidades escolares municipais, conforme a demanda necessária para atendimento da necessidade fisiológica de cada estudante. 

“Pobreza menstrual é um problema que devemos enfrentar. Como prefeita, médica e, acima de tudo, como mulher, me sinto realizada em propor essa lei de importância fundamental para que o poder público auxilie no enfrentamento dessa condição. Diante das dificuldades em adquirir os itens básicos, muitas mulheres buscam alternativas baratas e que acarretam riscos à saúde. Nosso objetivo é realizar a distribuição dos absorventes higiênicos para nossas estudantes da rede municipal, assim como promover espaços de diálogos e debates para que haja o acesso às informações corretas, associadas ao programa, viabilizando mais qualidade de vida para essas meninas. Agradeço aos nossos vereadores de Camaragibe, que aprovaram o projeto de lei do Executivo”, destacou a prefeita Doutora Nadegi. 

Presidente da Câmara Municipal, o vereador Paulo André também comemorou a aprovação da lei. “O projeto de lei foi encaminhado à Câmara, debatido e avaliado. Em seguida, foi aprovado por unanimidade pelos vereadores. Nós sabemos da situação de vulnerabilidade de muitas meninas e o poder público tem papel fundamental na promoção do acesso à direitos fundamentais. Ficamos muito felizes com a aprovação e sanção da proposta; pois a temática da pobreza menstrual requer ações significativas", pontuou. 

É com areia, barro, brita e água que integrantes do projeto Encosta Viva mostram a estudantes de escolas públicas como ocorre um deslizamento de terra. Na maquete colocada diante da turma de 8º ano da Escola Municipal Reverendo Martin Luther King, na Praça da Bandeira, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (21), bastou aumentar a inclinação da encosta e adicionar água que logo pequenas casas se deslocaram ladeira abaixo. A forma de ensinar é lúdica, mas o tema é de extrema importância e gravidade. 

Saber os motivos desses desastres, as formas de evitá-los e as ferramentas de alerta que existem no município pode ajudar a salvar vidas. É com esse objetivo que professores e estudantes universitários realizam, em outubro e novembro, a oficina Um dia a terra cai. Financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as aulas fazem parte do projeto de extensão Encosta Viva, vinculado à Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

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“Vocês sabem o que é um desastre?”.  Quem faz a pergunta é a estudante de engenharia mecânica da UFRJ Isabela Cardoso, 21 anos, logo no início da oficina. Isabela entrou no Encosta Viva por se identificar com a situação. Ela mora em local de risco de deslizamento no Rio, no morro do Salgueiro, no bairro da Tijuca, na Zona Norte da cidade.

“Eu vivo isso, eu vejo, sinto na pele como é ver um deslizamento. É algo muito triste. Saber que isso poderia ser evitado com conscientização, acho que faz muita diferença. A gente começa pela base, que são crianças, jovens e adolescentes, porque a maioria deles leva esse tema para casa, onde abordam e comentam o assunto”, diz. 

Mais da metade da área do estado do Rio de Janeiro tem suscetibilidade a deslizamentos classificada como muito alta, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estudo divulgado em 2019, mostra que 53,9% do território fluminense está no nível máximo de risco. Outros 19,9% estão classificados como alta suscetibilidade, a segunda faixa mais elevada. O estado é o líder absoluto entre as unidades da federação em termos de áreas com maior suscetibilidade. O estado vizinho, Espírito Santo, aparece em segundo lugar, com 44,9% do território com suscetibilidade muito alta e 19,9%, alta.

Escolas públicas

“A oficina conta com maquetes e objetos para trazer experiência lúdica para os alunos e buscar essa interação com eles. Foram escolhidas escolas próximas a morros, onde alguns dos alunos moram. Não necessariamente eles vivenciam deslizamentos, mas moram em comunidades que sofrem problemas de deslizamento”, diz o professor da Escola Politécnica da UFRJ e coordenador do projeto, Marcos Barreto de Mendonça. 

As escolas municipais Reverendo Martin Luther King, onde a oficina ocorreu na última semana, e Thomas Mann, no Cachambi, onde ocorrem na próxima semana, ambas na Zona Norte do Rio, são as primeiras unidades escolares a receberem atividade educativa sobre desastres associados a deslizamentos voltada para estudantes do ensino fundamental. A intenção é que o projeto siga no ano que vem e que envolva também agentes públicos que lidam diretamente com a questão dos deslizamentos.

Além de abordar os motivos dos deslizamentos, entre eles, escavações, acúmulo de lixo e desmatamento, a oficina mostra os mecanismos de alerta existentes e os canais de assistência. “Hoje tem alarme pela cidade inteira. O sistema é aplicado no mundo inteiro. Isso é uma medida emergencial. É importante entender o que é esse sistema de alerta e conhecer o alarme de forma que o morador participe de ações previstas”, explica Mendonça. 

Na turma do 8º ano, a maior parte dos alunos nunca ouviu uma sirene de alerta. E mesmo quem ouviu, às vezes, não a levou à sério. “Eu, por experiência própria, às vezes não acreditava. Ouvia a sirene tocando e via que a terra não deslizava. Que bom que não deslizou. A sirene está alertando que há risco de deslizamento, não quer dizer que vá deslizar. Mas você deve se ligar nos alertas, nas sirenes, [conhecer] os pontos de apoio”, diz Isabela. 

A estudante Ester Carvalho, 13 anos, que participou da aula, decorou as orientações. “A minha casa não tem risco de deslizamento, mas eu pude aprender muito, posso informar um familiar meu ou quem mora perto disso: ‘olha, quando tocar a sirene, fique ligado, procure um lugar seguro’, e, assim, proteger eles”, diz.

Intercâmbio de conhecimento

Segundo a diretora adjunta da Martin Luther King, Priscila Maria Conceição Costa, para a escola, é importante o contato e intercâmbio com universidades. Além disso, o tema é de interesse da instituição. “Se tratando de uma escola pública, isso é mais importante ainda porque esse projeto sobre deslizamento em encostas atinge principalmente o nosso público de escola pública, morador de comunidade, das favelas, do entorno e que moram em morro e que sofrem com essas catástrofes todos os anos. Veem deslizamento de casa, mortes de famílias”. 

As aulas também discutem a ocupação desordenada da cidade e a necessidade de políticas públicas voltadas para a moradia, uma vez que a construção de casa em morros está, muitas vezes, associada a causas de deslizamentos. “As pessoas fazem isso porque não têm alternativa de casa”, diz a estudante Evelyn Medeiros, 15 anos. “É uma coisa muito séria. Principalmente agora, com a pandemia, as pessoas estão perdendo dinheiro e veem isso como alternativa fácil e barata e não é. Tem risco de morte. São vidas”.

Isabela reforça: “Não é uma situação que nós escolhemos: viver em uma área de risco. Têm pessoas que não têm para onde ir, então, é compreensível que a gente leve essa conscientização para as escolas, para adolescentes e jovens, mas também esse engajamento para eles batalharam e não desistirem. A conscientização que podem ter coisa melhor, podemos ter coisa melhor, me sinto incluída nesse projeto me sinto incluída em todas as áreas”. 

Orientações

Além das sirenes, há os pontos de apoio, para onde a população deve ir em caso de risco de deslizamento - geralmente, associações de moradores, escolas e outros espaços devidamente identificados. O Rio de Janeiro conta com o Sistema Alerta Rio da prefeitura, que emite mensagens e boletins de alerta à população sempre que há previsão de chuvas intensas que possam gerar inundações de vias públicas e/ou acidentes geotécnicos em encostas. Em caso de desastres desse tipo, é preciso acionar a Defesa Civil pelo número 199.

A lei que aumenta os valores das bolsas do programa ‘PE no Campus’ foi sancionada nesta terça-feira (13), pelo governador Paulo Câmara. O projeto disponibiliza ajuda de custo a estudantes de baixa renda, oriundos de escolas públicas estaduais, que foram aprovados em universidades públicas.

Com o reajuste, os valores passam de R$ 950 e R$ 400 no primeiro e segundo anos, para, respectivamente, R$ 1.100 e R$ 440. De acordo com o governador de Pernambuco, o programa ajuda a manter os estudantes no ambiente universitário. “É uma importante valorização e incentivo para que os estudantes possam frequentar a universidade. Desde que foi instituído, o PE no Campus já deu apoio a mais de duas mil pessoas, e o objetivo é que cada vez mais graduandos sejam beneficiados. Pernambuco vem se consolidando como um importante polo educacional, e uma ação como essa reforça o papel do Estado, a importante missão de apoiar solidamente os nossos estudantes”, disse Paulo Câmara, conforme sua assessoria de imprensa.

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Em vigor desde dezembro de 2017, o PE no Campus procura melhor as condições de estudantes nas universidades públicas. São beneficiados os alunos selecionados via Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou pelo Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da Universidade de Pernambuco. “Para ter direito ao benefício, também é necessário que o estudante tenha cursado todo o ensino médio em escola pública da rede estadual de educação, tendo concluído entre 2014 e 2019 e ser beneficiário ou dependente de beneficiário do Programa Bolsa Família do governo federal, ou possuir renda familiar total igual ou inferior a três salários mínimos, além de residir em domicílio situado em município distante, no mínimo, a 50 quilômetros da cidade onde se localiza a instituição de ensino superior em que foi admitido”, explicou o Governo do Estado.

No mês passado, ao todo, 386 bolsas remanescentes da edição 2020 foram oferecidas. Em 2020, mil vagas foram abertas, sendo 900 para estudantes que escolheram concorrer pelo Enem, e outras 100 via SSA. “O pagamento é realizado a partir do mês de início das aulas, desde que o bolsista tenha todos os documentos exigidos anexados e validados”, concluiu o Governo de Pernambuco.

As escolas públicas brasileiras aprovaram, em 2020, mais estudantes do que a taxa anual de rendimento dos alunos entre 2010 e 2019. O dado faz parte da segunda etapa do Censo Escolar do ano passado, a Situação Aluno, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O levantamento ainda revela que 42,8% das escolas ajustaram a data do término do ano letivo e outros 54,3% não realizaram aulas ao vivo (síncronas) mediadas pela internet e com possibilidade de interação direta entre os estudantes e o professor. Além disso, 89,5% das instituições de educação básica não retornaram às atividades presenciais no ano letivo de 2020.

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A taxa de aprovação elevada faz parte da recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE) e de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para que as redes de ensino e as escolas adequassem os critérios de avaliação dos alunos considerando os objetivos de aprendizagem efetivamente cumpridos e minimizando, assim, a retenção e o abandono escolar.

Com isso, o CNE criou um ciclo "contínuo curricular" para conciliar anos curriculares subsequentes. Essa medida tem influencia no fato de que estimou-se que as escolas não conseguiriam passar todo o conteúdo para os estudantes em tempo hábil, visto a questão da pandemia. Assim, elas tiveram dois anos para para cumprir os objetivos de aprendizagem.

“Com a implantação dessa estratégia, muitas escolas transferiram para 2021 o desafio de cumprir, na integralidade, os objetivos de aprendizagem propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os estabelecimentos de ensino não retiveram os estudantes, em vista de todas as dificuldades, e atribuíram, ao ano de 2021, a conclusão desses objetivos. Portanto, 2021 será um ano particularmente importante no cumprimento dessa tarefa”, analisa o diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno Sampaio, segundo o Inep.

Taxas de aprovação

Em 2019, as taxas de aprovação nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), na rede pública, foi de 94,3%. Já em 2020, esse percentual chegou a 98,9%. Segundo o Inep, o aumento só é menor do que o crescimento de 5,5%, registrado na década 2010-2019.

Nas escolas particulares, por outro lado, houve uma ligeira queda nas aprovações no mesmo ano escolar. O indicador caiu de 98,8% para 96,5%, entre 2019 e 2020. Apesar dessa baixa no percentual de aprovados, a rede privada também apresentou queda na reprovação, entre 2019 e 2020. "O índice foi de 1%, em 2019, para 0,7%, em 2020. Isso pode ser compreendido pela elevação da taxa de abandono, nesses anos da etapa. O percentual subiu consideravelmente de 0,2% para 2,8%", explica o Inep.

Ainda segundo o Inep, asa aprovações dos anos finais do ensino fundamental aumentaram em todas as esferas administrativas, com variação de 95% a 99%. A rede municipal teve maior aumento, com uma diferença de 87% para 98% entre 2019 e 2020. 

As taxas de reprovação foram de até 1% em todas as redes, com destaque para a municipal. Houve, ainda, uma queda nas taxas de abandono — exceto da rede privada, que apresentou um crescimento aproximado de 1%.

No ensino médio, ainda de acordo com o Inep, houve um aumento significativo em todas as esferas administrativas, exceto na federal, onde o percentual de aprovados praticamente se manteve estável. A rede estadual, que abrange a maioria das matrículas do ensino médio, teve um crescimento de aproximadamente 10% na taxa de aprovação e queda de cerca de 7% na reprovação.

"Foi registrada uma queda de 3% no número de alunos que abandonaram a escola no ensino médio. A rede privada apresentou crescimento no índice de aprovados e redução na taxa de reprovação. Nas escolas particulares, o crescimento da taxa de abandono foi baixo e permaneceu estável", finalizou o Inep. O levantamento completo com todos os dados será divulgado no próximo dia 8 de julho.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou nesta terça-feira (1º) uma lei que proíbe mulheres e meninas transgênero de competir em esportes femininos em escolas públicas em seu estado, no sul dos Estados Unidos.

"Acreditamos que é muito importante que a integridade dessas competições seja preservada", disse o governador republicano ao sancionar a medida em uma escola cristã na cidade de Jacksonville.

"Na Flórida, meninas praticarão esportes femininos e meninos praticarão esportes masculinos", afirmou ele. "Agiremos com base na biologia, não com base em ideologia ao lidar com esportes".

A norma, que entra em vigor em 1º de julho, exige que meninas e mulheres jovens declarem seu sexo biológico por meio de sua certidão de nascimento para competir em uma equipe.

DeSantis assinou a medida no primeiro dia do Mês do Orgulho LGBTQ.

"Terrível", publicou no Twitter o representante do estado da Flórida Carlos Smith, um legislador democrata que se identifica como latino e gay.

"Primeiro dia do Mês do Orgulho LGBTQ e @GovRonDeSantis assina a SB 1028, que bane crianças trans de esportes na escola... Isso alimenta a transfobia e coloca crianças e adolescentes vulneráveis em risco sem motivo", escreveu ele.

A Human Rights Campaign, um grupo de defesa dos direitos da comunidade LGBTQ, anunciou que contestaria a lei na justiça.

“O governador DeSantis e os legisladores da Flórida estão legislando com base em uma premissa falsa e discriminatória que coloca em risco a segurança e o bem-estar das crianças trans”, afirmou o presidente da organização, Alphonso David.

“Crianças transgênero são crianças; meninas transgêneros são meninas. Como todas as crianças, elas merecem a oportunidade de praticar esportes com seus amigos e fazer parte de um time”, defendeu David.

A Flórida agora se torna o estado mais populoso dos Estados Unidos que proíbe mulheres trans em esportes femininos, juntando-se a outros estados com governadores republicanos que recentemente aprovaram medidas semelhantes.

Estão abertas as inscrições para a oitava edição do ‘Prêmio Respostas para o Amanhã’, iniciativa promovida pela empresa de tecnologia Samsung. Estimular estudantes e professores de escolas públicas brasileiras a identificarem alternativas para resolver problemas locais, por meio da aplicação prática da ciência e da tecnologia, é uma das propostas do evento.

Nesta edição, além do estímulo ao desenvolvimento de soluções, o prêmio promoverá workshops e mentorias virtuais para os participantes. No ano passado, o projeto vencedor foi um robô, feito com materiais recicláveis e movido à energia solar, criado por alunos do ensino médio da Escola Estadual de Educação Profissional Edson Queiroz, de Cascavel, no Ceará, O projeto auxiliava produtores no plantio de sementes.

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Ainda no que diz respeito à edição passada, quase 1.800 pessoas participaram da competição, entre professores e alunos oriundos de mais de 300 escolas públicas. “Em 2021, o programa reafirma seu compromisso de contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública e a promoção da equidade, minimizando as desigualdades educacionais ao agir diretamente para que as futuras gerações alcancem seu pleno potencial por meio da Educação, como indica a nossa visão global de Responsabilidade Social”, destacou a gerente de cidadania corporativa da Samsung Brasil, Isabel Costa, conforme informações da assessoria de comunicação da empresa.

Ana Cecília Chaves, coordenadora de projetos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, parceiro do prêmio, traz mais detalhes sobre a iniciativa: “A metodologia que trabalhamos no Prêmio Respostas Para o Amanhã busca não só reconhecer boas práticas no ensino de ciências e matemática nas escolas públicas brasileiras, mas também colaborar na sua melhoria, a partir da mobilização e formação de profissionais da educação. O foco das inscrições, neste momento, é receber ideias de projetos. Ao longo do processo, professores e estudantes receberão mentorias e dicas para que possam desenvolver e prototipar seus projetos, incluindo orientações para trabalho remoto”. Notebooks e smartfones são algumas das premiações para os vencedores

Os interessados podem se inscrever, por meio do site da iniciativa – que contará com atividades remotas -, até 30 de junho. No mesmo endereço eletrônico é possível obter mais detalhes a respeito da competição, assim como consultar o cronograma.

Na tarde desta quarta-feira (3), o Governo do Estado de Pernambuco anunciou o cronograma de retorno às aulas presenciais nas escolas públicas nos níveis fundamental e infantil. A partir do dia 1º de março, os alunos dos anos finais (6º ao 9ª ano) retornarão no ensino híbrido. Estudantes do ensino fundamental dos anos iniciais (1º ao 5º ano) podem voltar a partir de 8 de março. 

Os estudantes do ensino infantil podem voltar ao ensino presencial, se for o desejo dos pais, a partir do dia 15 do mesmo mês. Já no dia 2 de fevereiro, os profissionais da educação estarão nas escolas para preparar o retorno. 

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De acordo com o secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Marcelo Andrade Bezerra Barros, há mais algumas medidas de segurança no protocolo setorial da educação que serão adotadas. Por exemplo, uma mudança no horário de início das aulas das escolas públicas para evitar o pico do trânsito. 

“As aulas da rede pública em escolas em que professores e estudantes utilizam transporte público nos diferentes turnos terão início e término sempre com uma margem de diferença dos horários de pico”, disse ele.

Dentro das escolas, a estrutura de higiene foi reforçada para tentar reduzir o contágio. Além de informes explicando as normas, totens com álcool e lavatórios para as mãos de alunos e profissionais foram instalados. Os alunos vão receber kits com máscaras e os professores ganharão também protetores faciais. 

Mas não adianta apenas ter as estruturas de limpeza e não utilizá-las, sem mudar a cultura do dia a dia da escola: o distanciamento também é necessário: No momento da refeição, os estudantes devem ficar a 2 metros uns dos outros e em outros espaços compartilhados, como laboratórios, bibliotecas e áreas de esportes, a 1,5 metros. 

Nas salas de aula, o distanciamento é o mesmo e os lugares de cada estudante são demarcados e fixos. Nos refeitórios, também deve haver demarcação para reduzir a movimentação

Dia sim e outro também, Simone Lima precisa esclarecer a seus interlocutores a posição que ocupa em um dos melhores e mais exclusivos hospitais privados do Rio de Janeiro. "Não, eu não sou a enfermeira", explica a uma pessoa. "O senhor precisa falar com um técnico de enfermagem, não comigo", recomenda, em outro caso. Também são comuns em sua rotina frases como: "Sim, eu sou a médica" e "O colega está passando o caso para um estudante, a médica sou eu."

Simone tem 50 anos e há mais de 20 trabalha como médica. Mesmo assim, ainda precisa se explicar todos os dias, sendo uma das raras intensivistas negras da rede privada do Rio. Agora, na crise da covid-19, trabalhando de touca, face shield, máscara e avental, a situação ficou ainda mais difícil.

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"Cansei disso. Aí, peguei uma dessas máscaras descartáveis, escrevi em letras bem grandes doutora Simone Lima e pendurei no pescoço, que é para ninguém mais ficar na dúvida", conta a médica. "O racismo existe sempre, é algo que vivenciamos todos os dias. Mas agora algo está mudando. A gente está começando a se ver nos lugares onde não se via. Outro dia mesmo, entrou aqui no hospital um neurocirurgião preto. Preto mesmo, que nem eu."

A percepção de Simone está correta. Profissão normalmente associada a homens brancos oriundos de famílias abastadas, a Medicina está mudando de perfil, ainda que lentamente. De acordo com o estudo Demografia Médica, da Universidade de São Paulo (USP), mulheres, negros e pessoas vindas de famílias de baixa renda estão cada vez mais presentes nas faculdades, apontando para um futuro mais diverso da profissão.

Paralelamente à grande expansão quantitativa do ensino médico de graduação - foram 20 mil novas vagas nos últimos dez anos -, há transformações recentes nos perfis demográficos e socioeconômicos dos estudantes. Confirma-se, desde a graduação, a tendência de haver mais mulheres na profissão. Em 2019, elas já representavam 60% dos formandos, porcentual que vem aumentando nos últimos anos.

Entre os períodos estudados, houve também uma alta gradual do porcentual de alunos autodeclarados pretos e pardos (negros): em 2013, eram 23,6%; em 2016, representavam 26,1% e, em 2019, somavam 27,7% do total. Segundo o IBGE, no ensino superior em geral, os negros já são 50% dos alunos, ainda um pouco abaixo do que sua presença no total da população brasileira, 56%. O porcentual registrado em Medicina ainda é bem menor do que a média dos cursos, mas a alta é significativa.

Alunos oriundos de famílias de menor renda ou que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas também vêm sendo mais recorrentes nas salas de aula. A mudança foi maior nas graduações públicas - que hoje são a menor parcela do ensino médico no País.

"As desigualdades ainda são grandes e a Medicina é um dos últimos cursos a promover essa maior inclusão social", explica o coordenador do estudo, Mario Scheffer, especialista em saúde pública da USP. "Ainda assim, é um ganho."

Quando se formou, em 1998, na Faculdade Souza Marques, Simone era a única negra entre 200 alunos. Embora seu pai fosse oficial general da Aeronáutica e pudesse pagar o curso privado, não foi fácil chegar lá. Ela fez o ensino médio em uma escola de bairro e não tinha a bagagem necessária para entrar em uma universidade pública. Foram quatro vestibulares até passar.

O sistema de cotas para alunos negros - implementado na UERJ desde 2003, mas na USP apenas no ano passado - é um dos maiores responsáveis pela inclusão. Mas isso não quer dizer que a vida dos alunos negros hoje seja mais fácil do que foi a de Simone. Os obstáculos ainda existem e é preciso muita obstinação para superá-los.

Ingresso difícil. Larissa Sousa Cardoso Alexandre, de 24, está no segundo ano de Medicina na USP. Foram cinco anos fazendo cursinho, trabalhando e tentando entrar na faculdade até conseguir a vaga. Larissa conta que fez o ensino médio em uma escola pública de bairro e tampouco estava preparada para lidar com concorrência de um vestibular da USP. "No último ano, não trabalhei, só estudei. Aí, consegui passar na USP e também na Unicamp."

Diferentemente de outros cursos, o de Medicina, além de ser mais longo, exige dedicação integral. São oito horas de aula por dia, durante seis anos, além da residência médica. Não dá para conciliar com trabalho, por exemplo. Larissa tem uma bolsa de R$ 425,00 mensais. E só.

"Conto com o auxílio da faculdade e minha família me ajuda como pode", conta a estudante. "Mas não é aquela ajuda do tipo morar num apartamento na Oscar Freire ou em Pinheiros, do lado da faculdade. Eu moro no Itaim Paulista, levo duas horas de ônibus para chegar lá."

Este também é o dia a dia de Matheus Cordeiro, de 23, do terceiro ano na UERJ, um dos três presidentes do centro acadêmico da universidade. De Bangu, na zona oeste, onde mora, até o câmpus do Maracanã, na zona norte, são pelo menos duas conduções e uma caminhada.

"O sistema de cotas mudou muita coisa na UERJ. Ganhamos bolsa de R$ 500, que é vital. Mas estamos longe do ideal", diz Cordeiro. Para ele, o racismo persiste no curso, por parte de alunos brancos e até de professores. "A diferença é que agora, sendo 20, 30 alunos numa turma de 100, sabemos reconhecer comportamentos racistas", diz Cordeiro. "Quando era só um aluno, por exemplo, era mais fácil passar por algo pontual, e não estrutural."

Reconhecimento. Uma das queixas mais recorrentes das alunas negras da UERJ diz respeito às toucas para o centro cirúrgico, muito pequenas, que não servem para acomodar os cabelos das jovens. A pró-reitora de política e assistência estudantil da UERJ, Cátia Antonia da Silva, reconhece que ainda há muito a ser feito. Para isso, diz, a pró-reitoria que lidera foi criada, em março de 2020.

"Precisamos adequar melhor a infraestrutura do curso", diz Cátia. "Não podemos ter uma aluna linda, com suas tranças afro, e a touca não caber na sua cabeça. A questão passa também pelo reconhecimento da beleza negra, da cultura negra, da ancestralidade."

Na opinião dos alunos, para o curso se tornar ainda mais inclusivo e diverso, os estudantes deveriam poder também contar com cotas para entrar nas monitorias e na residência médica, setores em que o porcentual de negros costuma cair. "Não consegui fazer residência e isso foi muito ruim para a minha formação", conta Simone Lima. "Eu tinha de começar a trabalhar e ganhar dinheiro, não dava mais para ficar sem remuneração."

A maior diversidade nos cursos e na profissão de forma geral traz contribuições importantes tanto na formação quanto na prática diária da Medicina. "A profissão vai ganhar com essa maior diversidade, com os negros e também os indígenas, sobretudo se eles vierem das bases populares. Vão ser mais sensíveis à periferia, à favela", acredita Cátia. "Eles vão contribuir para pensar soluções diferentes para o País, que é de uma riqueza cultural tão grande."

Simone conta que tem muito orgulho de sua trajetória na Medicina. "Sou referência para minha filha e para muitas pessoas da minha família", diz a médica. "Mas tem muita gente boa vindo por aí, e é muito bom a gente começar a se enxergar, a gente mulher e a gente preta."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vestibular para ingresso na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) registrou o maior número de candidatos de escolas públicas da história (34,2%). Ao todo são 77,6 mil inscritos para disputar 3.237 vagas, em 69 cursos de graduação. No ano passado, o percentual de candidatos vindos de escola pública que se inscreveu no vestibular ficou em 32,2%.

Medicina é o curso mais concorrido, com 248 candidatos disputando cada uma das 110 vagas abertas. Em arquitetura e urbanismo, são 55 candidatos por vaga. Ciências biológicas, o terceiro curso mais concorrido, tem uma relação de 33 candidatos por vaga.

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Para reduzir a disseminação do novo coronavírus, as provas da primeira fases serão aplicadas em dois dias: 6 e 7 de janeiro de 2012. No dia 6, fazem o exame os candidatos aos cursos de ciências humanas e artes. No dia 7, será a vez dos que querem ingressar em cursos das áreas de exatas e tecnológicas.

Fundador e conselheiro fiscal, Marcelo Chucre; o presidente do Êxito, Janguiê Diniz e o vice-presidente e coordenador do comitê de Educação, Celso Niskier. Foto: Divulgação

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Nesta quinta-feira (17), o Instituto Êxito de Empreendedorismo e a UNESCO no Brasil assinaram uma parceria inédita para o desenvolvimento do espírito empreendedor entre os jovens no país. O acordo de cooperação técnica e financeira prevê a criação do projeto Lições de Empreendedorismo para o Alcance de uma Educação Emancipadora e Transformadora. Nele, serão desenvolvidas iniciativas de criação, produção e oferta de um curso de capacitação em empreendedorismo para jovens.

As ações do projeto serão voltadas para estudantes do ensino básico da rede pública. A expectativa é atender 10 mil jovens com o projeto-piloto, que, depois, será estendido para toda a rede pública brasileira. “O Instituto Êxito de Empreendedorismo nasceu com a missão de promover uma verdadeira transformação na vida de jovens brasileiros, por meio da educação empreendedora. Ficamos felizes em poder contar com parceiro tão renomado internacionalmente como a UNESCO, para impulsionar nossos projetos em prol do empreendedorismo no Brasil”, afirma o presidente do Instituto Êxito, Janguiê Diniz.

A capacitação promovida pelas duas instituições terá um material didático especialmente desenvolvido pelos parceiros e contará com o uso da plataforma online do Instituto Êxito, que já possui mais de 350 cursos. “Os jovens beneficiários do projeto receberão valiosas lições sobre o empreendedorismo, adquirindo competências pessoais, técnicas e gerenciais para que possam construir uma mentalidade de crescimento e transformar suas vidas para melhor, empreendendo seus projetos com apoio de mentores do Êxito, entre eles muitos empreendedores de sucesso em suas áreas de atuação”, explica o vice-presidente do Instituto, Celso Niskier.

“Para a UNESCO, é um privilégio ser parceira em uma iniciativa como essa. A pandemia afetou severamente o sistema educacional, especialmente as populações mais vulneráveis. O fechamento das escolas tem consequências que vão além da aprendizagem. Ao ficar em casa, longe do ambiente escolar, os jovens têm mais dificuldades para desenvolver suas competências e habilidades. Soma-se a isso a crise econômica, agravada pela pandemia, que atinge de modo mais severo a população de baixa renda. Ao levar esse projeto para os estudantes da rede pública, estamos ajudando também na construção de um futuro com menos desigualdades e mais oportunidades para todos”, destaca a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.

“Encontramos na UNESCO uma sintonia muito grande com a missão do Instituto, que é transformar vidas por meio da educação empreendedora, e com a experiência mundial dessa importante organização internacional, aplicaremos uma metodologia inovadora e focada na emancipação e no protagonismo dos jovens brasileiros, dando o necessário respaldo de qualidade ao projeto”, avalia Janguiê.

*Da assessoria

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Professores e estudantes aguardavam atentos ao anúncio do Governo de Pernambuco sobre a volta às aulas presenciais. No entanto, a gestão estadual prorrogou, nesta sexta-feira (31), a determinação que mantém suspensas, até 15 de agosto, as atividades presencias nas escolas estaduais.

Segundo o Governo do Estado, "o plano de retomada, que contém os cronogramas de retorno às aulas presenciais para a educação básica, para o ensino superior e para os cursos livres deverá ser divulgado nos próximos dias".

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Em comunicado à imprensa, a gestão detalhou de que forma as escolas deverão trabalhar para ter condições de receber alunos e professores. "Para o retorno às aulas presenciais, os estabelecimentos de ensino deverão seguir o protocolo sanitário estabelecido, respeitando as orientações para preservação do distanciamento social, além da adição das medidas de proteção, prevenção e monitoramento das ações. O documento foi apresentado à sociedade no dia 15 de julho e ficou disponível para consulta pública até o último dia 24. A versão final do protocolo, elaborado em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado, será divulgada nos próximos dias", informou o Governo de Pernambuco.

As aulas da rede estadual de ensino estão paralisadas desde o dia 18 de março, em virtude da pandemia da Covid-19. De acordo com a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE), a rede estadual tem cerca de 580 mil estudantes e existem mais de mil escolas espalhadas pelo Estado.

Covid-19 em Pernambuco

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), mais de 93 mil casos do novo coronavírus foram confirmados em Pernambuco, sendo 23.393 graves e 69.980 considerados leves. O órgão também informa que o número de óbitos no Estado chegou a 6.526 mortes.

A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2) que já matou mais de 80 mil pessoas e ultrapassou a marca de 2 milhões de infectados no Brasil até esta terça-feira (21), dificultou a vida de muitos estudantes ao forçar o fechamento de escolas para evitar aglomerações. Problemas como a perda de renda por parte dos pais e a dificuldade de acesso à internet para acompanhar aulas remotas têm sido obstáculos à educação no país e no mundo, ao ponto de a ONG britânica Save The Children estimar que a pandemia pode tirar 10 milhões de crianças da escola definitivamente.

Para evitar cenários catastróficos como esse para o futuro de seus alunos, o professor de biologia Arthur do Nascimento Cabral, de 29 anos, percorre vários pontos da Região Metropolitana do Recife (RMR) entregando envelopes com tarefas escolares aos estudantes dos sexto e sétimos anos da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio Deputado Oscar Carneiro, que não têm conseguido fazer as atividades de forma remota. Toda sexta-feira, ele sai de bicicleta com os envelopes contendo as tarefas, leva um para cada aluno e recolhe as atividades respondidas na semana anterior. 

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Contratado para ensinar em escolas do Governo do Estado de Pernambuco há três anos, Arthur decidiu ser professor inspirado por educadores que teve e nunca desistiram dele ou seus colegas enquanto foi aluno de escolas públicas, mas principalmente por seu tio, Valfrido, que era vendedor e se tornou professor, concluindo a graduação em história aos 45 anos. “[Meu tio] era vendedor, tem quatro filhos e decidiu que para mudar de vida teria que estudar, mesmo com essa idade ele resolveu fazer uma faculdade, se tornou professor de história e a educação possibilitou essa guinada na vida dele e dos meus primos”, contou Arthur. 

As primeiras experiências em sala de aula, saindo do lugar de aluno e indo para a frente da turma como professor, foram uma surpresa. Até hoje, para Arthur, cada dia é como a primeira vez no momento em que ele tem contato com as histórias de vida e realidades de cada aluno.  

“O início é sempre impactante, enquanto estudante eu vivenciei a escola pública, mas quando você chega do outro lado, se olha como professor, está ali na frente e consegue enxergar os problemas dos estudantes, que são muito complexos, cada estudante tem uma história de vida diferente, cada estudante tem a sua marca. Até hoje entrar em sala de aula, conversar com os alunos é sempre um desafio. Quando eu entro na escola, é como se fosse minha primeira vez”, relatou o professor.

Arthur sai de sua casa no bairro da Várzea, no Recife, e pedala cerca de 8,5 Km para chegar até a Vila da Fábrica, em Camaragibe, onde fica a escola. Lá, ele percorre o bairro e também as regiões de Tabatinga e Aldeia de Baixo para entregar as atividades a cerca de 20 alunos antes de retornar para casa, em um trajeto que leva a manhã inteira. 

Foi por ter a sensibilidade de perceber as necessidades particulares de cada aluno e se preocupar com elas que Arthur começou a levar as tarefas em casa. Ele conta que algum tempo depois de começar a pandemia, a Secretaria de Educação implementou um projeto de aulas gravadas e ao-vivo chamado Educa PE, e atividades com base nessas aulas eram enviadas para os alunos através da internet. No entanto, alguns alunos, sempre os mesmos, não estavam enviando as respostas. Ao falar com outros professores, Arthur percebeu que o problema era geral e, junto à gestão da escola, começou a tentar entender as possíveis razões. A falta de acesso à internet ou equipamentos eletrônicos surgiram entre as possibilidades. 

Contando com apoio da escola, de outros professores e de alguns amigos conforme o tempo passava, a ideia de levar as tarefas até a casa dos alunos de bicicleta, apesar do cansaço e de algumas localizações em terrenos de difícil acesso, não apenas foi viabilizada como posta em prática. O retorno, segundo o professor, não poderia ser melhor: alguns estudantes que a princípio riram e ficaram surpresos com a visita, gostaram e hoje já o esperam com o envelope de tarefas na mão. 

Questionado sobre o que lhe motiva, afinal, a fazer um esforço tão grande pela garantia de que todos os seus alunos possam ter acesso às atividades que estão sendo feitas pela escola durante o período de pandemia, Arthur afirma que a educação é um direito e que sempre fará o que puder pelos estudantes. 

“Eu acredito que a educação deva chegar a todos, então como na escola a gente percebeu que existia essa lacuna de estudantes que não estavam tendo acesso à educação, houve a criação dessa ideia de levar um pouco de educação para esses estudantes. Pode ser pouco? Pode ser. Uma iniciativa que não contemple a educação em toda a sua totalidade? Com certeza deve ser. Mas a gente não tem vivido isso também e esses estudantes têm recebido com muito carinho esse acesso à educação, mesmo que não seja muita coisa. Mesmo que um único estudante precise de acesso à internet, precise de acesso à educação eu vou estar lá para ajudar”, disse o educador.

Com a grande repercussão que sua iniciativa alcançou, Arthur se sente grato pelo reconhecimento, mas conta que ele tem apenas um desejo: que iniciativas semelhantes sejam feitas pelo País para que mais alunos possam estudar.

 

A Advocacia-Geral da União (AGU) divulgou, nesta segunda-feira (6), um parecer em que os estudantes dos colégios militares devem ser reconhecidos como egressos de escolas públicas para todos os fins, podendo, portanto, disputar vagas destinadas a alunos que estudaram em escolas públicas em universidades federais, estaduais e municipais, por meio de programas de ingresso ao ensino superior. O parecer, após ter sido assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, deverá ser observado por toda a Administração Pública Federal.

Mesmo os colégios militares possuindo um diferencial em relação às outras instituições públicas, como a contribuição dos alunos, a AGU afirma que isso não retira o caráter de ensino público dessas escolas. Em 2019, a Universidade de São Paulo (USP) cancelou a matrícula de vários alunos egressos de colégios militares aprovados no vestibular de 2018 que participaram do processo seletivo por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

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A instituição entendeu que os colégios militares seriam incompatíveis com a gratuidade do ensino público devido ao recolhimento de contribuições e quotas mensais escolares. No entanto, depois de reuniões com integrantes da Procuradoria-Regional da União da 3ª Região (PRU 3ª Região), Consultoria Jurídica da União em São Paulo, Comando Militar do Sudeste e representantes da Reitoria e Procuradoria-Geral da USP, a própria universidade reviu o entendimento e liberou a matrícula dos alunos.

“A importância desse parecer consiste na segurança jurídica que os alunos de escolas militares passam a contar na medida em que não vão ter suas matrículas questionadas ou canceladas por conta do entendimento das universidades federais de que essas instituições não se enquadrariam como escolas públicas nos termos da Lei 12.711/2012 (Lei de Cotas para o ensino superior). Com isso, a União também contribui para diminuir os litígios judiciais”, conclui, por meio de nota, a advogada da União Marcia de Holleben Junqueira, que participou da elaboração do parecer.

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