MPT-PE pede contratação de aprovados em concurso da CBTU

Candidatos selecionados em 2014 pela Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) ainda não foram convocados

por Nicole Simões sex, 28/07/2017 - 11:47
Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens/Arquivo De acordo com o MPT, o concurso realizado em 2014 classificou 157 candidatos Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens/Arquivo

O Ministério Público do Trabalho de Pernambuco (MPT-PE) anunciou nesta sexta-feira (28), o pedido de contratação imediata dos aprovados em 2014 no concurso público da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU). O órgão entrou com uma ação civil pública no último dia 17 de julho contra a empresa pela não convocação dos selecionados ao cargo de assistente operacional (ASO – Segurança Metroviária) do metrô do Recife.  

Segundo o MPT, a justiça ainda não se posicionou sobre o caso. Em explicação a denúncia, o Ministério disse que os candidatos foram substituídos por funcionários terceirizados da empresa BBC Serviços de Inteligência Ltda. Ainda segundo o MPT, a CBTU alegou que as funções desempenhadas pelos terceirizados não são as de assistente operacional e sim de segurança patrimonial. 

Após a apuração de depoimentos, audiências administrativas e pelo próprio edital do concurso, o MPT-PE concluiu que as atividades executadas aos terceirizados são idênticas às de assistente operacional, caracterizando a terceirização ilícita e desobedecendo a regra prevista no artigo 37 da Constituição Federal, que fala sobre a contratação de pessoal na administração pública.   

"O concurso realizado em 2014 classificou 157 candidatos, dos quais apenas 21 fizeram testes psicológicos e físicos, mas nenhum deles foi convocado. A ação diz que a BBC Serviços de Inteligência Ltda fornece cerca de 300 empregados à CBTU, exatamente para realizar às funções que poderiam ser desempenhadas pelos aprovados. De acordo com procuradora do Trabalho Débora Tito, que é autora da ação, o número de terceirizados exercendo a função de assistente operacional é, inclusive, maior do que o aprovado pelo certame", disse o MPT em nota.  

Além da contratação dos aprovadas, sob multa diária de 10 mil reais, o requerimento também inclui: a rescisão, no prazo de sessenta dias, dos contratos em vigor com a empresa prestadora de serviço terceirizado, também sob multa diária de 10 mil reais; a abstenção de novos contratos terceirizados para o emprego de assistente operacional, em virtude da existência de candidatos aprovados em concurso público, sob multa de 50 mil reais por contratação irregular; caso os itens sejam descumpridos, ampliar a validade do concurso, programada para setembro de 2018. Todas as possíveis multas são reversíveis ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Confira a nota:

"O MPT defende a ideia de que a CBTU vem perpetuando o modelo de contratação irregular desde 2012. Em novembro de 2014 e janeiro de 2015, os contratos terceirizados venceram com o resultado do concurso já homologado e, mesmo assim, eles foram renovados. 

A procuradora ressalta que a contratação de pessoal deve se ater à necessidade do ente público, contudo, o que não se admite é que a administração pública se proponha a realizar concurso público para preenchimento de vagas, gerando expectativa nas pessoas que foram aprovados e, ao mesmo tempo, lance mão de contratações precárias para desenvolver as mesmas atribuições daqueles.

A necessidade do aumento de segurança é algo lembrado na ação, considerando a constante insegurança no transporte metroviário que tem colocado em risco a vida dos trabalhadores e dos cidadãos que utilizam o serviço de transporte".

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