Enem: Confira avaliação da prova de história

De acordo com o professor Wilson Santos, a capacidade de interpretação do candidato foi o maior foco do Exame

por Taciana Carvalho dom, 05/11/2017 - 21:21
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens . Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Uma prova muito boa, que não trouxe grandes surpresas e enfatizou a capacidade de criticidade e de interpretação do conhecimento linguístico do candidato. Essa é a análise do professor Wilson Santos, sobre a prova de história da edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), incluída no conteúdo de Ciências Humanas, realizada neste domingo (5). 

De acordo com o professor, o Exame seguiu a mesma linha que vinha acontecendo nos últimos anos com a tendência de focar na interdisciplinaridade, por exemplo, uma questão envolvendo filosofia e história, outra unindo a sociologia e história, e assim por diante.  A análise dos processos históricos como a abordagem sobre a questão da mulher, a manutenção dos privilégios que os homens têm na sociedade atual, além da participação minoritária da mulher dentro dos governos também estiveram presentes. “Essa questão social e de gênero sempre vem sendo discutida pelo Enem, seja na redação ou na prova objetiva. Nessa linha do social, foi trabalhado o indígena sobre a questão de demarcação de terras. Foi bacana essa análise seguindo essa linha de sempre avaliar aspectos sociais, digamos assim o ponto principal sendo a raça, estereótipos padrões, xenofobia e racismo”, explicou. 

“A prova deu ênfase mais a questão linguística e à parte interpretativa. Então, foi uma prova que exigiu do candidato uma visão mais criteriosa, mais critica sobre o conhecimento histórico onde ele estava sendo inserido dentro da interpretação, principalmente, textual e também de algumas imagens. Dessa forma, muitas vezes valia mais a capacidade mesmo de entendimento e de compreensão do aluno”, disse Wilson Santos.  

Linguagem rebuscada

Wilson destacou que um linguajar rebuscado também prevaleceu. “Algumas palavras que não são de simples entendimento e, se o aluno não consegue captar o entendimento sobre essas palavras, ficaria mais difícil de resolver. Um lado bacana é que a prova trouxe aspectos históricos que sempre caem e que se tornaram praticamente um padrão", explicou. "Não caiu neste ano o tema do patrimônio histórico, que vinha caindo praticamente todos os anos ao longo de seis ou sete anos de prova, mas algumas questões muito comuns caíram, como a relação de escravidão, questão religiosa, a Era Vargas e ditadura militar. Eu percebi que o tema medieval não foi explorado, foi um pouco negligenciado para dar uma ênfase maior à modernidade e contemporaneidade”, opintou o professor de história.

“De forma geral, uma prova boa que manteve o padrão das outras provas e que não trouxe uma grande surpresa, mas que na minha visão ela enfatizou a capacidade de discernimento, de compreensão e de interpretação do aluno. Claro que tudo ambientado com os devidos momentos históricos, então o aluno tinha que saber situar o contexto histórico para poder fazer a análise da questão", finalizou.

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