Analista diz como encarar concorrência ao abrir empresa
Com previsão de 1,5 milhão de novas Micro e Pequenas Empresas para 2019, preparo é fundamental para quem pensa em novo negócio
No ano de 2019, 1,5 milhão de Micro e Pequenas Empresas (MPE) abrirão no Brasil. O número, segundo estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), engloba também os Microempreendedores Individuais (MEI), que fazem parte do segmento responsável por 98,5% das empresas do país hoje. O levantamento feito pelo Sebrae aponta, ainda, que o setor deve fechar o ano de 2018 com mais de 600 mil trabalhadores contratados. Com tamanha concorrência, é preciso fazer que seu produto/serviço se diferencie dos demais, mas qual o caminho ideal para isso?
Para Conceição Moraes, Analista do Sebrae, o passo fundamental é ter foco no mercado. “É necessário ter um nicho de mercado. Saber qual é o público-alvo que seu produto pretende atingir. Qual a classe social, a que "tribo" ele pertence, qual o estilo de vida que ele leva. Basicamente, conhecer os arquétipos do cliente”, destaca.
Segundo ela, a partir dessa análise, o empreendedor pode trabalhar com direcionamento certo seu produto/serviço e otimizar seus recursos. Para a Conceição, depois de definir um nicho específico, o empreendedor precisa conhecer a fundo as necessidades do público. “Para se estudar o cliente é preciso saber quais são seus incômodos com aquele tipo de produto ou serviço, que se deseja ofertar. Paralelamente, como sanar tais necessidades”, afirma. A pesquisa pode ser feita de forma “online” ou indo a campo, atividade que a especialista acha fundamental. “Ir a campo para conversar com um potencial cliente é essencial. O empreendedor precisa estar cara a cara com o comprador, entender seus anseios", alerta.
Os métodos citados são primordiais para o empreendedor quebrar as principais barreiras, que dificultam o andamento da empresa recém-criada. “Todo pequeno negócio encontrará basicamente duas dificuldades mais críticas: a primeira é a captação de cliente, fazer o público ter confiança em aderir seu produto ou serviço; a segunda é ter capital de giro, para poder operar no início, que o negócio não se paga”, adverte conceição.
Início nas Redes sociais
As redes sociais tornam-se cada vez mais a ferramenta inicial para as MPE e MEI, por serem um meio de baixo custo e de alta visualização. Nelas, os empreendedores encontram um grande quantitativo de potenciais clientes, que estão conectados quase 24 horas por dia. Para Conceição, as ferramentas vieram para somar e os empreendedores devem ser ágeis ao estudar as redes em sua essência.
“O empreendedor precisa ter agilidade nas conexões, estar em vários canais para ter um maior alcance. As redes sociais são o canal inicial, é o que o mercado pede", pontua a analista. Ela ainda afirma que com tamanha diversificação das redes, é preciso ter conhecimento de quais se adequam ao estilo de seu produto.
O morador de vitória de Santo Antão, Leonardo Vinicius, de 26 anos, estava recém desempregado em 2017. Aproveitando o tempo livre para confraternizar com um amigo, em uma conversa descontraída, teve uma ideia que mudaria sua vida. “Eu estava bebendo com um amigo e ele me fez um questionamento: 'Léo, imagina se alguém pudesse entregar uma cerveja gelada para gente agora?’ sem precisarmos sair para comprar e correr o risco de pegarmos uma blitz?”, conta.
“Eu ainda acrescentei: e se eu levasse um petisco, um acompanhamento para agradar mais?”, relatou. Dito e feito, com ajuda do amigo, que vendeu um freezer por um preço camarada, ele deu início ao Léo Delivery – um delivery de cervejas. “Comecei com 20 caixas de cerveja. Fiquei com medo de não conseguir vender essa quantia, mas vendi em um único final de semana", celebra o empreendedor. Hoje, segundo o mesmo, o empreendimento tornou-se sua principal fonte de renda.
Léo afirma que seu principal meio de divulgação são as redes sociais. Atualmente, a conta do Instagram de sua empresa conta com quase 2 mil seguidores e um conteúdo bem interativo. “Eu sou uma pessoa que foca muito na redes sociais e canais de comunicação. Sempre estou cantando, pulando, com muita interatividade”, diz, citando uma sátira que fez de uma cerveja que aparece numa série espanhola famosa.
Ele afirma que o método vem alavancando suas vendas e, com isso, está sendo até reconhecido pelas ruas do município, quando passa com sua moto para fazer entrega. “Eu procuro fazer diferente. Posto vídeos falando um pouco sobre as cervejas que vendo, procuro entender melhor sobre o produto para que eu possa passar para o meu público as informações corretas. O pessoal fala comigo na rua, quando vou fazer alguma entrega. Eu nem conheço, mas eles me veem no Instagram”, fala entusiasmado.