Como identificar as questões fáceis no Enem?
Segundo professores, acertar questões fáceis levará os estudantes a um bom resultado na prova. Aprenda a estratégia
Quem sonha em ingressar em uma instituição de ensino superior no próximo ano, sabe que acertar as questões mais fáceis no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a chave para obter uma boa nota. A prova utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Essa metodologia de correção não considera apenas o número de questões acertadas, como também o grau de dificuldade de cada uma delas. É o que explica o professor e diretor de inovação pedagógica, Vinícius Freaza, da 'Evolucional', startup de educação inovadora.
“Quando a gente analisa essa metodologia, nós entendemos que os estudantes que acertam o maior número de questões fáceis, têm um desempenho melhor, uma nota melhor. Indo direto ao ponto, os vestibulandos devem, prioritariamente, identificar as questões mais fáceis do exame e começar por elas", esclarece Freaza.
Como achar as questões mais fáceis?
A busca pelas questões mais fáceis é quase individual e intuitiva, mas existem alguns macetes para encontrar essa mina de pontos. Quem explica isso é o professor de português e redação Diogo Xavier, que aconselha os estudantes a começarem pelo enunciado. "O ideal é começar lendo o enunciado, ou seja, a frase que antecede as alternativas. Assim, o candidato poderá saber se é um assunto ou tipo de questão que ele domina ou não. Caso ele veja que não se trata de algo simples e que pode levar muito tempo, é interessante pular e deixar mais para o final da prova", diz.
Cristiane Pantoja, professora de sociologia, história e filosofia, também defende que é ideal começar pelas perguntas, mas jamais descartar o texto que o acompanha. "O aluno pode ler as perguntas primeiro e decidir se é necessário ou não ler os textos. Para tal, confiança no que sabe é fundamental", fala. Ela ainda comenta que a depender do domínio no conteúdo, os vestibulandos podem responder às questões mais rápido.
"Outra ideia é passar o olho e notar o assunto mais aparente. Se for do domínio do aluno, mais rapidamente poderá ter a resolução. Além disso, existem orientações de otimização das respostas, mas todas elas dependem da segurança do aluno, do nível de treinamento que ele pode desenvolver no decorrer do seu aprendizado", esclarece.
Para otimizar o tempo e ainda acertar as questões mais difíceis, os vestibulandos precisam se concentrar e estabelecer um tempo médio para resolver as afirmativas. O professor Diogo Xavier ressalta que "o ideal é conseguir fazer as questões fáceis em até três minutos". "Menos, se possível. Assim ele consegue dedicar mais tempo para as questões mais difíceis. Se der, até 4 minutos, no máximo 5, se souber mesmo o assunto", acrescenta.
O LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem (@vaicairnoenem), conversou com os seguintes professores: André Maia (biologia), Cristiane Pantoja (sociologia), Diogo Xavier (português), Danylla Tales (química), Eduardo Perez (física), Fred Fonseca (Inglês), Filipe Melo (geografia), Marlec Chiareli (espanhol), Marcos Otoch (história), Pedro Botelho (filosofia) e Ricardo Rocha (matemática). Eles indicaram quais assuntos os vestibulandos poderão encontrar nas questões mais fáceis; confira:
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Língua portuguesa:
“Em Linguagens, os assuntos que sempre caem em questões classificadas como fáceis na TRI são: variação linguística e preconceito linguístico; elementos da comunicação e funções da linguagem; valor semântico de conjunções e outros termos conectivos; e estratégias e operadores argumentativos na defesa do ponto de vista (questões de interpretação)”, pontua Diogo Xavier.
Língua estrangeira - inglês:
"Posso apontar que a prática de leitura e compreensão é um percurso certo revendo os estilos de questões dos anos anteriores e tentando equalizar os estudos entre gramática e leitura. No meio desse processo, reforçar o vocabulário. Estuda-se a gramática a partir de um texto e, dele, o candidato se apropria do vocabulário conhecendo verbos e expressões típicas daquela temática presente no texto lido", aponta Fred Fonseca.
Espanol:
“Na prova de espanhol é muito comum que venham notícias, textos falando sobre a cultura, do território, dos países de língua hispânica e, por isso, é muito importante que o aluno tenha esse conhecimento prévio, tenha essa bagagem cultural do que está relacionado à língua espanhola. Vale ficar atento também aos gêneros textuais que são cobrados como, por exemplo, poemas”, esclarece Marlec Chiareli.
Matemática e suas Tecnologias:
“Existem alguns conteúdos que têm ‘carteirinha marcada’ com questões consideradas simples no Enem. Algumas delas são: porcentagem, razão, proporção, regra de três simples e composta, probabilidade, equação do 1° grau, progressão aritmética, estatística e cálculos aritméticos envolvendo as 4 operações. O caminho mais fácil é ler o comando das questões e procurar palavras chaves como: razão igual a divisão, quando encontramos a frase João e Maria são nota 10 podemos montar uma equação: J + M = 10, onde J = João a conjunção aditiva e significa (+) , M = Maria e o verbo de ligação são (=)”, exemplifica Ricardo Rocha.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Química:
"As questões mais fáceis do Enem costumam apresentar uma aparência mais tradicional, mais curtas e diretas. Questões sobre propriedades da matéria e separação de misturas, interações moleculares e identificação de grupos funcionais em cadeias orgânicas, geralmente são mais simples e objetivas", explica Danylla Teles.
Física:
"A forma mais simples de interpretar uma questão é identificar o comando antes de qualquer coisa, ou seja, saber o que a questão pede, pois quando você identifica a pergunta, a leitura do texto fica muito mais objetiva, a colheita dos dados fica bem mais fácil, levando em consideração que os textos são grandes e cansativos. As questões mais fáceis variam muito, geralmente são alternativas para identificar fenômenos ondulatórios ou questões de cinemática", diz Eduardo Perez.
Biologia:
"As questões de biologia nas provas de ciências da natureza realmente têm as questões mais fáceis. Geralmente são alternativas focadas em ecologia, evolução, genética, biotecnologia e bioquímica, assuntos que caem bastante", aponta André Maia.
Ciências Humanas e suas Tecnologias - história:
"As questões mais fáceis em história são, normalmente, aquelas que trazem um texto de apoio ou análise de uma imagem, pois na maioria das vezes, a resposta está no texto ou na própria imagem. Diante disso, a minha dica é que o fera estude os conteúdos mais cobrados nos últimos exames, entre eles podemos citar: Brasil Colonial, Segundo Reinado e República Oligárquica, na parte de História do Brasil; Já na parte de geral, devemos destacar: Revolução Industrial, Nazifascismo, Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria e Renascimento", destaca Marcos Otoch.
Geografia:
"O aluno sempre deve começar a buscar as questões que dão mais informações, como mapas, tabelas, gráficos e imagens, porém deve saber usar esses elementos ao seu favor. Sobre os assuntos, acredito que não são mais fácil ou mais difícil, porém como a ciência geográfica pode ser dividida em geografia humana e geografia física, cabe ao aluno buscar as questões que ele mais tem facilidade nessa divisão, pois assim não vai perder tempo na hora da prova", explica Filipe Melo.
Filosofia:
"É sempre interessante os alunos identificarem a fonte. Ler a fonte, o livro e o texto do autor vai entregar muito do que a questão está falando, porque se é um texto, por exemplo, de Aristóteles, você rapidamente irá localizar o que a questão está pedindo. As questões mais fáceis de filosofia normalmente são afirmativas que abordam racionalismo e empirismo, como também questões que abordam a democracia, porque teremos um conjunto de filósofos que trabalham esse tema", comenta Pedro Botelho.
Sociologia:
“A origem e a filosofia clássica dos principais dos autores, como Émile Durkheim, Karl Marx, Max Weber, são assuntos triviais em qualquer prova. Embora os autores não sejam fáceis em si, mas como são assuntos introdutórios e clássicos, o que se espera é que o aluno saiba o assunto por ter estudado e ter tido uma ótima orientação”, explica Cristiane Pantoja.