Todos os anos, milhares de estudantes de direito que desejam exercer a advocacia no país se preparam para passar pelo Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Composto por duas fases, a primeira compreende questões objetivas e a segunda envolve a elaboração de peças processuais, além de respotas a questões discursivas.
Passar no Exame da OAB é um marco importante na carreira de qualquer futuro advogado, sendo a qualificação necessária para representar os interesses legais dos cidadãos e contribuir para a justiça no Brasil. Por isso, o LeiaJá, em parceria com o Vai Cair na OAB, trouxe algumas dicas de professores de direito para quem está se preparando pela primeria vez para a prova.
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A professora Nátassia Mendes, advogada com experiência nas áreas deempresarial e civil, conta que é interessante o aluno verificar a disponibilidade dele para saber quanto tempo ele poderá se dedicar aos estudos. “Tem pessoas, por exemplo, que conciliam o estudo com trabalho, com família, e tem pessoas que têm pouco de tempo mais livre, então é sempre importante o aluno delimitar um tempo de estudo de acordo com a realidade dele. Por exemplo, tenho uma hora por dia disponível para estudar, e é só uma hora que tem que ser usada para estudar realmente”, explica.
A advogada também destaca que a Fundação Getulio Vargas (FGV), banca organizadora e que corrige as provas da OAB, segue um padrão bastante consistente. Por isso, Natássia recomenda que os estudantes se familizarizem com a estrutura da avaliação, analizando edições anteriores e dedicando tempo à resolução de questões de exames passados.
Essa prática é de importância crucial, pois não só ajuda na adaptação ao estilo característico da banca, mas também no gerenciamento eficaz do tempo durante o exame. O tempo é, muitas vezes, um fator crítico para os candidatos, e o treinamento com questões anteriores contribui significativamente para o aperfeiçoamento da performance.
Como enfrentar a prova
O estudante de direito Lucas Monteiro está no décimo período e se prepara pela primeira vez para o Exame de Ordem Unificado. O jovem menciona que direito do trabalho e direito tributário são as disciplinas mais desafiadoras.
"A forma que lido com esse desafio consiste na resolução de questões, observando as correções e averiguando quais motivos me fizeram errar determinada questão. O fator resolução de questões, creio eu, que seja o mais importante no estudo para o Exame de Ordem, embora a cada exame sejam realizadas questões novas, sempre irão existir questões parecidas com as de outros exames, já que mesmo com as alterações legislativas, o conteúdo de modo geral não tem mudado drasticamente", diz Monteiro.
Lucas, que está aproveitando um curso online que oferece videoaulas e simulados, compartilhou que tomou o cuidado de selecionar os professores que melhor se adaptam ao seu próprio ritmo de aprendizado, visando melhorar seu desempenho mesmo nas matérias mais desafiadoras. Essa abordagem tem rendido resultados positivos em sua preparação para o exame. “Procuro principalmente não chegar à exaustão, mas estudando por volta de duas a três horas líquidas. Nem sempre é possível devido à correria do dia a dia, porém costumo aliar com os assuntos vivenciados em sala de aula, para que o estudo de maneira ativa sirva mais como uma revisão e aplicando sempre nas resoluções de questões”, explica.
O estudante sugere a quem está se preparando para a OAB que reserve algumas horas adicionais para se dedicar às disciplinas mais desafiadoras, evitando a procrastinação. Além disso, o jovem também aconselha que os futuros advogados aproveitem as aulas da graduação para se preparar.
“O Exame de Ordem, como a maioria das provas, requer estratégia. Todas as matérias são importantes, mas é necessário que a carga nos estudos seja dada em cima das disciplinas que possuem mais questões, pois a aprovação para a segunda fase ocorrerá da mesma maneira tanto para quem tirar 40 pontos, quanto para quem tirar 80. Por falar em segunda fase, é ideal que o aluno também utilize de estratégia, não basta ouvir que tal área é mais fácil se você não tiver afinidade com ela. Escolha para a segunda fase a área que você possui mais afinidade com a parte prática”, destaca Lucas.
“É uma prova que tende a pressionar o aluno que está em reta final no curso de direito e busca adentrar na advocacia, sendo este, talvez, o maior entrave psicológico que o candidato impõe a si. Portanto, todo o processo desde o início da faculdade, o preparo psicológico, até a imposição de maior ritmo nos estudos, deve ser cuidado e traçado com paciência, pois cada conhecimento adquirido será extremamente importante para a aprovação”, completa.