UFRPE repudia ataques da PM contra manifestantes

Comando da Polícia Militar de Pernambuco sofreu mudança após a repercussão do caso

qua, 02/06/2021 - 14:32
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Policiais do Choque atacaram manifestantes na Ponte Duarte Coelho Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por meio da sua Comissão de Direitos Humanos Gregório Bezerra, divulgou uma nota de repúdio, nessa terça-feira (1º), contra a violência policial praticada no dia 29 de maio, no centro do Recife. No episódio, alguns policiais do Batalhão de Choque de Pernambuco atiraram balas de borracha e bombas de gás em pessoas que protestavam contra o presidente Jair Bolsonaro.

A instituição de ensino prestou solidariedade a todas as pessoas vitimadas por alguns integrantes da Polícia Militar, incluindo a vereadora do Recife Liana Cirne Lins, atingida por spray de pimenta. Liana também é professora de direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“A Comissão de Direitos Humanos Gregório Bezerra – UFRPE registra solidariedade à doutora Liana Cirne Lins, professora de Direito da UFPE e vereadora do Recife, e por todos e todas que foram atingidos pela violência policial praticada no último dia 29 de maio de 2021. A Comissão reafirma que o papel do serviço público é proteger a população e garantir que todes tenham o direito de viver a cidade com segurança. A ideia de cidadania é de viver a cidade, e a manifestação pública e coletiva é uma das formas de viver a cidadania. Manifesta-se ainda o repúdio aos que praticaram a violência orquestrada e o clamor por JUSTIÇA. A luta pela cidadania é indissociável da luta por Direitos Humano”, consta na nota da Universidade.

Nessa terça-feira, o Governo de Pernambuco anunciou a exoneração do coronel Vanildo Maranhão do comando geral da PM e o afastamento de sete policiais acusados de praticarem violência contra os manifestantes. O comando da Polícia agora fica nas mãos do coronel Roberto Santana.

“Após analisar incessantemente imagens, relatos e vídeos de todo o ocorrido na manifestação do último sábado,  conversei com o secretário de Defesa Social e o comandante da PM sobre minha posição de que aquela ação não condiz com as tradições e valores da Polícia Militar de Pernambuco, uma instituição quase bicentenária e de tantos serviços prestados à nossa população. A investigação em torno do caso continua. Quero registrar meu agradecimento ao coronel Vanildo pelos anos de dedicação ao Pacto pela Vida e ao nosso governo e conto com o trabalho do coronel Roberto para que tenhamos sempre uma polícia dura contra o crime, mas que seja guardiã dos direitos humanos e da cidadania”, declarou o governador Paulo Câmara. O gestor estadual emendou o discurso, enfatizando que não quer uma “polícia que atire no rosto das pessoas ou que impeça alguém ferido de ser socorrido”.

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