UFRPE repudia ataques da PM contra manifestantes
Comando da Polícia Militar de Pernambuco sofreu mudança após a repercussão do caso
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por meio da sua Comissão de Direitos Humanos Gregório Bezerra, divulgou uma nota de repúdio, nessa terça-feira (1º), contra a violência policial praticada no dia 29 de maio, no centro do Recife. No episódio, alguns policiais do Batalhão de Choque de Pernambuco atiraram balas de borracha e bombas de gás em pessoas que protestavam contra o presidente Jair Bolsonaro.
A instituição de ensino prestou solidariedade a todas as pessoas vitimadas por alguns integrantes da Polícia Militar, incluindo a vereadora do Recife Liana Cirne Lins, atingida por spray de pimenta. Liana também é professora de direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“A Comissão de Direitos Humanos Gregório Bezerra – UFRPE registra solidariedade à doutora Liana Cirne Lins, professora de Direito da UFPE e vereadora do Recife, e por todos e todas que foram atingidos pela violência policial praticada no último dia 29 de maio de 2021. A Comissão reafirma que o papel do serviço público é proteger a população e garantir que todes tenham o direito de viver a cidade com segurança. A ideia de cidadania é de viver a cidade, e a manifestação pública e coletiva é uma das formas de viver a cidadania. Manifesta-se ainda o repúdio aos que praticaram a violência orquestrada e o clamor por JUSTIÇA. A luta pela cidadania é indissociável da luta por Direitos Humano”, consta na nota da Universidade.
Nessa terça-feira, o Governo de Pernambuco anunciou a exoneração do coronel Vanildo Maranhão do comando geral da PM e o afastamento de sete policiais acusados de praticarem violência contra os manifestantes. O comando da Polícia agora fica nas mãos do coronel Roberto Santana.
“Após analisar incessantemente imagens, relatos e vídeos de todo o ocorrido na manifestação do último sábado, conversei com o secretário de Defesa Social e o comandante da PM sobre minha posição de que aquela ação não condiz com as tradições e valores da Polícia Militar de Pernambuco, uma instituição quase bicentenária e de tantos serviços prestados à nossa população. A investigação em torno do caso continua. Quero registrar meu agradecimento ao coronel Vanildo pelos anos de dedicação ao Pacto pela Vida e ao nosso governo e conto com o trabalho do coronel Roberto para que tenhamos sempre uma polícia dura contra o crime, mas que seja guardiã dos direitos humanos e da cidadania”, declarou o governador Paulo Câmara. O gestor estadual emendou o discurso, enfatizando que não quer uma “polícia que atire no rosto das pessoas ou que impeça alguém ferido de ser socorrido”.