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A Justiça de São Paulo manteve a prisão de dois manifestantes detidos durante votação da privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A sessão ocorreu na quarta-feira, 6, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). As prisões em flagrantes foram convertidas em preventiva em audiência de custódia realizada nesta quinta-feira, 7.

Os presos são o estudante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante do Movimento Correnteza, Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva; e o membro do Movimento de Luta de Classes, o professor Lucas Borges Carvente. Eles vão passar por exame de corpo de delito, pois relataram ao juiz terem sofrido violência policial.

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Já a presidente estadual da organização Unidade Popular, Vivian Mendes da Silva, e o membro do Movimento Luta de Classes, o metroviário Ricardo Senese, tiveram concedida a liberdade provisória. Além disso, foi definido o pagamento de fiança no valor de um salário mínimo pelos dois. E eles ainda deverão seguir algumas medidas cautelares: comparecimento mensal ao juízo, justificativa de atividades e atualização de endereço, obrigação de manter endereço atualizado e proibição de se ausentar da comarca em que residem por mais de oito dias sem prévia comunicação.

Votação

Com 62 votos favoráveis e apenas um contrário, os parlamentares da Alesp aprovaram na quarta-feira o Projeto de Lei 1.501/2023, que autoriza o governo estadual a vender o controle da Sabesp. Todos os deputados estaduais de oposição se retiraram do plenário e não participaram do momento da votação. O único voto contrário foi o da deputada bolsonarista Delegada Graciela (PL), que faz parte da base de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A votação chegou a ser suspensa e a galeria do plenário esvaziada por causa de protestos de trabalhadores da companhia e organizações da sociedade civil que são contrários à privatização da estatal.

De acordo com a assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa, a suspensão ocorreu "após uma parte dos manifestantes comprometer a segurança e entrar em confronto com a Polícia Militar". A discussão da proposta foi retomada logo em seguida.

A sentença de inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) levou apoiadores e manifestantes contrários ao Aeroporto de Brasília para recepcionar o ex-presidente, na noite dessa sexta (30). O tumulto entre os dois grupos foi registrado no momento em que apenas um bolsonarista fazia sinal de "roubo" com as mãos e tentava rebater aos gritos de "inelegível" da maioria. 

LeiaJá também: O futuro de Bolsonaro inelegível com a decisão do sucessor

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Mais cedo, o colegiado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu os direitos políticos do ex-presidente por oito anos. O julgamento por 5x2 o sentenciou pelos crimes de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no evento em que convidou embaixadores estrangeiros, às vésperas da eleição de 2022, para mentir sobre a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro. 

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A determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o fim dos acampamentos golpistas no entorno de quarteis do Exército foi cumprida em Pernambuco. A desmobilização iniciou nessa segunda (9) e foi concluída na manhã desta terça-feira (10). Os extremistas desmontaram as barracas, recolheram seus materiais e deixaram o local sem a necessidade da intervenção das forças de segurança.  

Desde o resultado das eleições, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou dois pontos de concentração. Um em frente ao 71° Batalhão de Infantaria Motorizada, na BR-423, em Garanhuns, no Agreste; e no Comando Militar do Nordeste (CMNE), na BR-232, no Recife.  

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Em Garanhuns, o grupo com 10 pessoas saiu de forma espontânea ainda pela manhã. A PRF informa que o local foi completamente desocupado às 15h. 

A saída dos extremistas também se deu de forma espontânea no CMNE, com a retirada de mantimentos e outros materiais, como barracas, toldos e caixa d’água, usados no acampamento que perdurou mais de dois meses. As principais estruturas já haviam sido retiradas por volta das 19h30, informou as autoridades. Algumas pessoas voltaram ao local na manhã desta terça para concluir a desmobilização dos equipamentos restantes. 

Infrações de trânsito

A PRF nomeou as ações de retirada dos pontos de manifestação como “Operação Reintegra” e registrou mais de 730 autos de infrações em todo o Estado. Foram autuados 359 veículos estacionados de forma irregular na via e outros seis que estavam no viaduto de acesso à BR-232 foram multados e guinchados. Também foram notificados 31 automóveis usados para restringir ou perturbar a circulação. 

A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal informou que deteve, na noite deste domingo (25), um grupo de manifestantes que realizaria um protesto diante do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, no centro de Brasília (DF).  Segundo a corporação, os manifestantes caminhavam por uma via pública de acesso ao STF, a S2, quando foram abordados por policiais militares. Com o grupo de ao menos dez pessoas foram encontrados estilingues e rádios comunicadores. Além disso, uma faca foi apreendida no interior de um veículo que acompanhava os manifestantes.

Conduzidos à 5ª Delegacia de polícia, no início do bairro Asa Norte, todos assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência - instrumento legal que a autoridade policial aplica em casos de menor potencial ofensivo ou menor relevância – por estarem portando uma arma branca e foram liberados em seguida.A Polícia Civil e a PM não deram informações sobre a procedência ou identidade dos manifestantes. Em nota, a PM menciona apenas que os detidos planejavam protestar contra a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante.

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Ex-candidato à prefeitura de Campinápolis (MT) e autointitulado liderança da Terra Indígena Parabubure, Acácio está preso, em Brasília, desde o último dia 12, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O indígena foi detido no acampamento montado em frente ao Quartel General (QG) do Exército, na capital federal, por pessoas que apoiam o atual presidente e rejeitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro. 

Em vídeos que compartilhou pelas redes sociais antes de ser detido, Acácio questionava o processo eleitoral e a vitória de Lula. A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Moraes determinou a detenção de Acácio por suspeita de crime de ameaça, perseguição e ataques ao Estado Democrático de Direito.

No dia da prisão, um grupo de pessoas identificadas como participantes do acampamento em frente ao QG do Exército tentou invadir a sede da Polícia Federal (PF), no centro da capital federal.  A ação resultou em atos de vandalismo e violência, com manifestantes ateando fogo em carros e ônibus e depredando uma delegacia de polícia.

Manifestantes curdos entraram em confronto com a polícia francesa em Paris nesta sexta-feira (23), perto de um centro cultural curdo, em frente ao qual um homem matou três pessoas a tiros horas antes, informou um jornalista da AFP.

Os incidentes começaram quando os manifestantes enfrentaram um cordão policial que protegia o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que se deslocou ao local para fornecer alguns detalhes da investigação em curso à imprensa.

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As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que por sua vez responderam lançando projéteis contra eles e também fizeram fogueira com lixo e ergueram barricadas na rua.

Os confrontos continuavam na capital francesa por volta das cinco da tarde (13h00 no horário de Brasília).

O incidente aconteceu na Rue Enghien, no 10º 'arrondissement', próximo a um centro cultural curdo, em um bairro com inúmeras lojas e moradores de origem curda.

O ataque deixou pelo menos três mortos e três feridos, segundo balanço da Promotoria de Paris. Um homem foi preso logo após os fatos.

Segundo duas fontes policiais, o detido, um condutor de trem aposentado de 69 anos, de nacionalidade francesa, é conhecido por duas tentativas de homicídio cometidas em 2016 e dezembro de 2021.

Darmanin disse à imprensa que o detido "queria manifestamente atacar estrangeiros".

Segundo ele, "não é certo" que o atacante queria atingir "especificamente os curdos", depois que rumores nesse sentido circularam na Turquia.

"Ainda não sabemos as suas motivações exatas", enfatizou o ministro, que explicou que o suspeito "era atirador num clube esportivo e tinha inúmeras armas declaradas".

Entre as vítimas também não havia "nenhuma pessoa, que eu saiba, especialmente apontada e conhecida" pelas autoridades francesas, explicou Darmanin, em resposta a uma pergunta sobre sua eventual filiação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização considerada "terrorista" pela União Europeia.

burs-avl/an/aa/mr

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, incentivou manifestantes da direita a continuar com os protestos contra o resultado das eleições. O chefe do partido de Jair Bolsonaro reforçou que o atual presidente da República não vai decepcionar seus apoiadores.

Em um vídeo publicado nas redes sociais na semana em que os atos democráticos deixaram um rastro de desordem em Brasília, Valdemar agradeceu aos manifestantes e pediu mais um voto de confiança em nome do presidente. "Eu quero agradecer vocês que estão na rua, que estão ainda lutando. Continuem na luta, o Bolsonaro não vai decepcionar ninguém", afirmou.

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O gestor do PL também garantiu que a confusão no dia da diplomação do presidente eleito Lula (PT), no Distrito Federal, não foi causada por manifestantes ligados a Bolsonaro. "O nosso pessoal todo anda dentro da lei, e nós não prestigiamos quem anda fora da lei. Mas esse pessoal não é nosso, não faz parte do nosso seguimento de direita", apontou. 

Após o protesto que terminou em vandalismo e tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu mais de 80 mandados de busca e apreensão contra os envolvidos. A postura do magistrado foi criticada por Costa Neto.

"Fiquei surpreso também com a posição do ministro Alexandre [de Moraes] de mandar a PF atrás desse pessoal que tá protestando na rua a favor do Bolsonaro. Essas famílias que estão nos prestigiando, apoiando um segmento, tem todo nosso apoio. Só não tem nosso apoio quem faz as coisas erradas. Nós não queremos que ninguém impeça a estrada, que ninguém impeça ruas. Nosso povo que está acampado são só pessoas de bem, gente de respeito, são famílias", repreendeu.

Nessa quinta-feira (15), a operação da PF apreendeu um arsenal de 11 armas, incluindo um fuzil e rifles com lunetas de longo alcance, em um endereço em Santa Catarina.

A postura enérgica de Jair Bolsonaro (PL) esmoreceu desde o resultado das eleições que cravou sua saída da Presidência. Desaparecido por dias, o ainda presidente já não é mais tão ativo nas redes sociais e vem comovendo apoiadores com lágrimas em suas aparições públicas. Criticado por não ser mais objetivo em sua forma de se comunicar, - seja para incentivar ou rechaçar movimentos antidemocráticos- lhe restou adotar uma estratégia ambígua para evitar ainda mais danos à imagem do bolsonarismo.  

 Até as cenas de destruição do conflito entre seus apoiadores e a Polícia Federal em Brasília, na noite dessa segunda-feira (12), não foram suficientes para abalar a reclusão do presidente. As lives semanais que marcaram sua trajetória no Palácio já não eram mais transmitidas e os ataques quase diários à esquerda também deixaram de ser publicados.  

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Nas suas últimas semanas como chefe de Estado, Bolsonaro se equilibra entre uma corda bamba uma futura responsabilização judicial por sustentar manifestações golpistas e o esvaziamento do seu movimento político com a insatisfação dos seus admiradores, que esperavam mais ímpeto contra a definição do pleito. 

O Governo Bolsonaro foi caracterizado por uma comunicação mais direta com seu eleitorado. Reprodução/Redes Sociais

“A postura do presidente deve-se ao fato de não existir nenhum ganho político ou estratégico em se posicionar nesse momento. Afinal, as eleições foram concluídas, os vencedores foram definidos de qualquer fala do presidente que venha tocar em aspectos políticos pode representar uma não concordância com o resultado do processo”, observou o cientista político Caio Sousa, que também percebe a postura apagada de Bolsonaro como uma reação pessoal ao desgaste da derrota. 

Em um primeiro momento, esse silêncio serviu como estímulo aos manifestantes que bloquearam rodovias e montaram acampamentos em frente a quartéis por todo o país. O entendimento desses manifestantes era de que o Capitão planejava uma virada de mesa sem chamar atenção. “O silencio permite que as ideias venham a divagar e as pessoas possam criar uma série de possibilidades. No entanto, ele é presidente da República e não cabe a ele ficar constantemente ficar corrigindo pessoas que dizem o apoiar", comentou o cientista. 

 Os dias se passaram e a realidade se manteve até que Bolsonaro voltou a movimentar as redes com um vídeo em que pedia o debloqueio das rodovias. A reação após muita pressão foi necessária, mas sucinta diante do que se esperava e deu margem a interpretações equivocadas do texto constitucional por parte dos bolsonaristas, que intensificaram o clamor por um golpe de Estado.  

Bolsonaro precisa virar a chave para se manter como líder da extrema-direita. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Para Caio Sousa, Bolsonaro pensa a longo prazo. A ideia é não contrariar grupos extremistas mais acalorados e focar na reestruturação da oposição após o período natural de lua de mel do futuro governo. “Não criar opositores quando você tem cerca de 49% dos eleitores contrários ao presidente Lula. Então, não é politicamente inteligente você se opor aos apoiadores que você conseguiu. Ao mesmo tempo, você não precisa concordar com o posicionamento deles, acho que o silêncio reside mais nessa concordância em não criar opositores", avaliou.  

De figura combativa a uma figura desanimada, Bolsonaro chegou à Presidência e passou de um parlamentar do baixo clero a principal liderança política do país quando foi combativo. Passado o período de reclusão, mesmo sem cargo eletivo, ele vai precisar se reposicionar no cenário se quiser assumir a postura de líder da oposição. Para isso, o futuro ex-presidente precisa se manifestar para ocupar esse espaço. A não ser que queira abrir margem para o surgimento de uma nova liderança da extrema-direita. 

Com pedras, pedaços de pau e pneus em chamas, centenas de manifestantes bloqueiam a pista do aeroporto de Arequipa, segunda maior cidade do Peru, para exigir a renúncia da nova presidente Dina Boluarte e eleições presidenciais e legislativas antecipadas.

"A pista do aeroporto foi bloqueada com pedras, paus e pneus", disse um fotógrafo da AFP no local.

A iluminação da pista foi destruída, e o aeroporto, fechado. A polícia enfrenta os manifestantes com gás lacrimogêneo.

O anúncio da presidente do Peru, Dina Boluarte, de que apresentará um projeto de lei ao Parlamento para antecipar as eleições, de abril de 2026 para abril de 2024, não acalmou os manifestantes.

Nas ruas em várias cidades do país, uma multidão exige a libertação do agora ex-presidente Pedro Castillo, assim como o fechamento do Parlamento e novas eleições já.

As estradas de acesso a várias cidades do país permaneciam bloqueadas hoje no norte e no sul do país, incluindo Arequipa, Trujillo e Cuzco.

Castillo está detido por ordem de um juiz, após sua fracassada tentativa de golpe na última quarta-feira e posterior destituição por parte do Congresso. Foi substituído por sua vice, Dina.

Na madrugada dessa segunda, Boluarte disse que tentará "alcançar um acordo com o Congresso" para antecipar as eleições gerais para abril de 2024. Anunciou, ainda, que declarava estado de emergência nas áreas do país que registram protestos violentos.

- Protestos -

Desde domingo, as manifestações aumentaram em várias cidades do norte e do sul.

Na cidade andina de Andahuaylas, no sul, o Ministério do Interior informou que duas pessoas morreram, e cinco ficaram feridas, entre elas um policial, após confrontos violentos em uma tentativa dos manifestantes de invadirem o aeroporto da cidade.

A nova presidente lamentou a morte dos dois manifestantes.

No fim de semana, milhares de pessoas se mobilizaram pelas ruas de Cajamarca, Arequipa, Tacna, Andahuaylas, Huancayo, Cuzco e Puno, segundo imagens divulgadas por emissoras de televisão locais.

Em Lima, a polícia dispersou com gás lacrimogêneo, na tarde de domingo, uma manifestação nas proximidades do Congresso em apoio a Castillo. A capital do país sempre rejeitou Castillo, um professor rural e líder sindical que não tinha contato com as elites peruanas, enquanto as regiões andinas expressam apoio ao esquerdista desde as eleições de 2021.

- "Greve por tempo indeterminado" -

Enquanto isso, sindicatos rurais e organizações representativas dos povos indígenas convocaram uma "greve por tempo indeterminado" a partir de terça-feira em apoio a Castillo, que vem de uma família de camponeses.

Eles exigem a suspensão do Congresso, a realização de eleições antecipadas e uma nova Constituição, assim como a libertação imediata de Castillo, segundo um comunicado da Frente Agrária e Rural do Peru, que reúne cerca uma dúzia de organizações.

A Frente Rural afirma que Castillo "não praticou um golpe de Estado" na quarta-feira, quando anunciou a dissolução do Congresso, a intervenção dos poderes públicos e disse que governaria por decreto.

Dominado pela direita, o Congresso aprovou na madrugada de hoje uma norma que permite acelerar um julgamento penal contra Castillo. Ele foi detido por sua própria equipe de segurança quando seguia para a embaixada do México para pedir asilo político. O Ministério Público o acusa de rebelião e conspiração. Ele já era investigado por corrupção.

- Eleições antecipadas -

Nesta segunda, as atenções se concentram na reação do Congresso à proposta de eleições gerais antecipadas, pois também implica a redução do mandato em dois anos.

Para reduzir mandatos populares, como o presidencial e o legislativo, é preciso fazer isso em duas legislaturas consecutivas. Este processo pode durar até um ano, conforme a lei peruana. E, para convocar eleições antecipadas, é necessária uma reforma constitucional.

“Tem que haver uma negociação política para que o Congresso faça as reformas políticas básicas necessárias para novas eleições”, disse à AFP a analista política Giovanna Peñaflor.

Boluarte formou um governo no sábado com um perfil independente e técnico e com o ex-procurador Pedro Angulo como primeiro-ministro.

A demanda por novas eleições está associada a uma rejeição esmagadora do Congresso. De acordo com as pesquisas de novembro, 86% dos peruanos desaprovam o Parlamento.

Enquanto isso, cresce a polêmica em torno da versão de um ex-chefe de gabinete e do advogado de Castillo de que o ex-presidente estava dopado, ao ler a mensagem na qual anunciou sua tentativa fracassada de golpe.

Em uma carta que teria escrito na prisão, Castillo afirma que um médico e enfermeiras "camuflados" e uma promotora "sem rosto" tentaram "obrigá-lo" a dar amostras de sangue na sexta e no sábado. Ele disse ter-se recusado por temer por sua segurança.

A polícia chinesa emprega sofisticadas ferramentas de vigilância, incluindo programas de reconhecimento facial e rastreamento de telefones, para localizar os manifestantes envolvidos nos recentes protestos e, com isso, sufocar uma histórica onda de revolta no país.

A frustração com as severas e prolongadas restrições sanitárias para combater a Covid-19 deu origem a uma revolta popular de magnitude que não se via há décadas no gigante asiático.

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No último fim de semana, os manifestantes também entoaram reivindicações políticas. Alguns chegaram a pedir a renúncia do presidente Xi Jinping, que recentemente assumiu um terceiro mandato.

O governo determinou a "repressão" aos protestos e mobilizou um importante arsenal de segurança, que inclui ferramentas de vigilância de última geração para localizar os manifestantes.

"Ao que parece, em Pequim, Xangai e Guangzhou, a polícia usa métodos de alta tecnologia", comentou à AFP Wang Shengsheng, uma advogada que oferece assistência jurídica gratuita aos manifestantes.

"Em outras cidades, parece que usam imagens de vigilância e reconhecimento facial", acrescenta esta especialista em direitos humanos, que mora em Shenzhen (sudeste).

Na capital do país, Pequim, a polícia conseguiu usar dados de localização dos telefones celulares. Também conseguiu obter esses dados, solicitando aos taxistas que transportaram os manifestantes e que controlavam os passes sanitários.

Muitas pessoas em Pequim "não entenderam por que a polícia entrou em contato, quando eles simplesmente passaram pelo local da manifestação e não participaram dela", disse a advogada.

Em Xangai, a polícia convocou as pessoas identificadas para interrogá-las e confiscou seus telefones, "talvez para extrair todos os seus dados", acrescenta.

- Medo e paranoia -

Em Guangzhou, algumas pessoas disseram à advogada que suas contas do Telegram foram invadidas, após controles policiais durante os protestos.

As contas dos detidos em Pequim continuavam ativas enquanto eles estavam na prisão, disseram à advogada amigos desses manifestantes, sugerindo que a polícia tinha acesso a elas.

Em alerta máximo devido a denúncias de novas detenções e de intimidação policial, os manifestantes trocam mensagens em grupos de discussão criptografados, acessíveis apenas por meio de um software VPN, que é ilegal na China.

Nesse espaço, discutem recomendações sobre como evitar a infiltração da polícia, além de conselhos legais sobre o que fazer se forem interrogados, detidos, ou se tiverem seus telefones apreendidos.

O importante é apagar de seus celulares qualquer vestígio de participação em manifestações, incluindo conversas, vídeos e fotos.

Um morador da capital disse à AFP que dois amigos que participaram dos protestos em Pequim e em Xangai foram detidos pela polícia na tarde de domingo e na noite de terça-feira.

Seu amigo em Xangai foi solto na segunda à noite, mas seu telefone continua nas mãos da polícia, relatou este homem, que pediu para não ser identificado por razões de segurança.

Nas redes sociais da China, qualquer usuário que publicar conteúdo sobre os protestos pode ser facilmente rastreado, já que as plataformas exigem seu nome real para se inscrever.

"O conteúdo dos telefones e das postagens nas redes sociais são, sem dúvida, controlados", diz Rui Zhong, especialista em China do "think tank" Wilson Center, em Washington.

- "Não há vida privada!" -

A AFP viu vários policiais filmando manifestantes durante o protesto de domingo em Pequim.

Uma manifestante contou à AFP que ela e cinco amigos foram procurados pela polícia, depois de participarem da concentração no bairro das embaixadas. Ela disse que foi chamada à delegacia na terça-feira, mas não foi recebida porque não conseguiu apresentar um teste recente de covid.

Em Xangai, um jornalista da AFP testemunhou várias prisões e viu a polícia verificar, à força, o telefone de um manifestante para ver se ele tinha redes sociais estrangeiras bloqueadas na China. Esses aplicativos são usados para divulgar informações sobre os protestos.

"O que é vida privada? Não existe vida privada!", declarou um policial a um manifestante de 17 anos, em Xangai, na segunda-feira, de acordo com uma gravação.

A advogado Wang Shengsheng lamenta que "a tecnologia de ponta seja usada" para "manifestações públicas", em vez de "quando pessoas desaparecem, ou são assassinadas".

“Se podem manipular nossos telefones como quiserem, entrar nas nossas contas (sem consentimento), o que nos resta da nossa liberdade?”, questiona.

Uma das páginas oficiais do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Instagram intensificou publicações com mensagens cifradas que estão sendo interpretadas por manifestantes acampados nos arredores de instalações militares como incentivo para manutenção dos atos com características antidemocráticas. O perfil @bolsonaro.tv tem o selo de verificação da plataforma - que atesta a autenticidade de um perfil - e conta com mais de 600 mil seguidores. Desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 31 de outubro, fez 47 postagens, mais de uma por dia, além dos stories - publicações temporárias. Em todo o mês de outubro haviam sido 26.

Na última sexta-feira, 25, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aplicou multa ao PL por má-fé ao questionar a integridade das eleições, a página publicou uma foto de Bolsonaro. Na descrição, deixou somente o emoji (um desenho gráfico) de um sino cortado.

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Manifestantes interpretaram a mensagem como um apelo para não se desmobilizarem. Candidato a deputado federal derrotado pelo PL do Rio de Janeiro, Tacimar Hoendel usou as redes sociais para disseminar a versão. Ele disse que a publicação é do próprio Bolsonaro. "Vocês viram essa publicação do Bolsonaro no 'bolsonaro.tv'? É um sino com um tracinho, como se fosse "proibido sino". Você sabe o que significa sino nas Forças Armadas? Significa desistência. Quando você toca o sino, você desiste, abandona. O capitão postou "proibido tocar o sino", proibido abandonar, proibido desistir. Galera, vamos para a rua, vai para a porta do Exército, vem para Brasília", disse.

O aliado do presidente tem mais de 351 mil seguidores no Instagram. Ele tem frequentado o acampamento nas cercanias do Quartel General do Exército, em Brasília, e do Palácio do Planalto. Também já esteve com o presidente da República após o segundo turno.

Os comentários das publicações são repletos de teorias que buscam dar sentido aos conteúdos da página. Em um post do último sábado, a legenda escolhida para uma foto de Bolsonaro caminhando entre oficiais da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) foi "não há enigmas na imagem. Apenas uma imagem". No entanto, a imagem é acompanhada por uma música do The Police que diz "não há solução política para nossa problemática evolução, não há fé na Constituição, não há uma porcaria de revolução".

A reprodução da música foi suficiente para que os seguidores buscassem algum sentido."Pra frente dos quartéis já", escreveu um. "Liberdade não se ganha, se toma", disse outro. "presidente, dê a ordem!", foi uma das reações.

As reações de bolsonaristas indicam que a página alternativa de Bolsonaro está consolidada como uma referência para apoiadores extremistas, sobretudo depois que o presidente deixou de fazer publicações nos canais oficiais mantidos no Twitter, no Facebook e no YouTube.

Segundo especialistas, as mensagens e as interpretações na página @bolsonaro.tv vão além do "dog whistle" ou "apito de cachorro". O termo é usado no debate político americano em referência a mensagens que têm um significado irrelevante para um grupo de pessoas, mas que representa uma mensagem bem direta para o público alvo.

Para Michele Prado, pesquisadora e especialista em temas ligados ao extremismo e ao radicalismo, o comportamento da página flerta com o terrorismo ao ter um potencial alto de extremismo violento, uma vez que incentiva o pensamento conspiratório e uma dideia de guerra definitiva entre o suposto bem e o mal.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que as varas da Infância e da Juventude de todo o país verifiquem presencialmente a situação de crianças e adolescentes em acampamentos em frente a instalações do Exército, montados por manifestantes inconformados com o resultado da eleição presidencial de outubro. 

Em decisão assinada na quarta-feira (16), o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, afirma que decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) já apontou o cometimento de possível crime por pessoas que pedem intervenção militar no país. 

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O corregedor anexou no despacho links para vídeos publicados em redes sociais que mostram barracas montadas sobre a lama e alimentos sendo preparados e consumidos em condições precárias, em meio à chuva, bem como a presença de crianças e adolescentes em tais locais.

  “Para além dos crimes que possam ser praticados pelos supostos manifestantes, chama a atenção a presença de crianças e adolescentes nesses movimentos – como se comprova também nos vídeos acima citados – o que, somado às condições potencialmente insalubres de tais acampamentos, deve despertar a preocupação de agentes públicos responsáveis pela proteção infantojuvenil”, escreveu Salomão. 

Ele determinou que todos os juízes responsáveis pelas varas de Infância e Juventude “verifiquem se há crianças e adolescentes nos locais e quais as condições de salubridade, higiene, alimentação e outros elementos que possam colocar em risco seus direitos, inclusive quanto à frequência à escola, direito ao lazer e moradia, o de não serem submetidos a qualquer forma de negligência, exploração ou tratamento degradante sob qualquer pretexto”. 

Salomão acrescentou que, caso encontrem crianças e adolescentes em locais insalubres, os juízes devem tomar medidas efetivas de imediato, como “orientação dos pais e responsáveis, interdição de acesso aos locais a crianças e adolescentes ou imposição de medidas administrativas sancionatórias (arts. 194-197, ECA), sem prejuízo de outras medidas que o magistrado julgar adequadas”. 

Ele deu prazo de 10 dias para que as varas da infância informem ao CNJ sobre a identificação de tais acampamentos, as irregularidades eventualmente constatadas e as providências adotadas.

Hospitais públicos de seis cidades de Santa Catarina tiveram que adiar, entre última segunda-feira (31) e a manhã desta quinta-feira (3), ao menos 47 cirurgias eletivas, devido ao bloqueio de rodovias federais por manifestantes que não aceitam o resultado das eleições presidenciais. 

Segundo a secretaria estadual de Saúde, os protestos também atrasaram a distribuição de vacinas na segunda-feira, dia em que 91.192 doses de imunizantes foram despachadas de São José com destino a Araranguá, Criciúma e Tubarão. Após duas horas retido no trânsito, o veículo que transportava os medicamentos teve que retornar à central para evitar que o calor inutilizasse as vacinas.

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Após suspender temporariamente o envio dos imunizantes para os municípios e reprogramar algumas das rotas usadas, a secretaria estadual retomou hoje (3) a distribuição das vacinas por duas rotas: uma que atende as regionais de Tubarão, Criciúma e Araranguá e outra que abastece Lages e Rio do Sul. Apesar do transtorno, o órgão informou que, até o momento, nenhum hospital público estadual notificou qualquer caso severo de desabastecimento de insumos ou medicamentos. 

Já em relação às cirurgias eletivas, a secretaria explicou que os 47 procedimentos adiados deveriam ter ocorridos até na terça-feira (1º). O número que se manteve, desde então, porque em função do feriado não foram agendadas cirurgias para a quarta-feira, quando os órgãos de segurança pública começaram a liberar o tráfego de veículos e a situação nas rodovias começou a se normalizar. 

Apesar disso, em nota divulgada hoje, a secretaria pediu que os pacientes que ainda enfrentam dificuldade de deslocamento, devido às manifestações, entrem em contato com as unidades de saúde para receber orientações. 

Até terça-feira, os hospitais Nossa Senhora das Graças, em Bom Retiro, e Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, desmarcaram, cada um, dez cirurgias eletivas. Já as unidades São Marcos, em Nova Veneza, e Nossa Senhora da Penha, em Penha, suspenderam oito procedimentos cada uma. No Hospital Municipal Santo Antônio, de Itapema, foram suspensas outras seis cirurgias eletivas e no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, mais cinco. 

Segundo o mais recente boletim divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), até as 17h de hoje, três trechos de rodovias federais parcialmente interditados em Santa Catarina: no km 6 da BR-101, em Garuva; no km 158 da BR-470, em Trombudo Central, e no km 173 da mesma BR-470, em Pouso Redondo

Manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais do Brasil seguem bloqueando rodovias de Pernambuco e em vários outros pontos do País. As interdições começaram na noite do domingo (31) e em alguns lugares continuam até esta quarta-feira (2).

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registra hoje bloqueios nas BRs 104 e 232 em Pernambuco.

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Veja onde estão os bloqueios, segundo o último balanço divulgado às 12h30:

Com interdição parcial:

BR-104, km 22, Taquaritinga do Norte (distrito de Pão de Açúcar). Interdição parcial em ambos os sentidos

BR-104, km 67,  Caruaru (4º BPM)

Com manifestantes, mas sem interdição:

BR-232, km 7, Jaboatão dos Guararapes (em frente CMNE). Fluxo de veículos segue lento no trecho

Um grupo de manifestantes invadiu, nesta quarta-feira (5), a sede da prefeitura de Almaty, a capital econômica do Cazaquistão, em meio a protestos sem precedentes após o aumento dos preços do gás.

Segundo um jornalista da AFP no local, a polícia usou granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra uma multidão de milhares de pessoas, mas não conseguiu conter sua entrada no prédio.

A polícia informou que mais de 200 pessoas foram detidas durante os protestos neste país da Ásia Central, deflagrados pelo aumento dos preços do gás liquefeito de petróleo (GLP). Ele é muito usado como combustível no oeste do Cazaquistão.

O Ministério do Interior anunciou que as detenções aconteceram por "perturbação da ordem pública" e que os manifestantes bloquearam estradas e tráfego. De acordo com a mesma fonte, 95 policiais ficaram feridos.

Milhares de pessoas foram às ruas em Almaty e na província ocidental de Mangystau, contra o "aumento injusto", considerando-se as enormes reservas de energia do país. O Cazaquistão é um grande exportador de petróleo e gás.

Na tarde desta quarta-feira, correspondentes da AFP em Almaty testemunharam alguns homens de uniforme policial jogando seus escudos e capacetes no chão e abraçando os manifestantes.

"Passaram pro nosso lado", gritava uma mulher.

Estes policiais se recusaram a falar com a AFP.

Manifestações não previamente autorizadas pelas autoridades são proibidas no Cazaquistão, uma antiga república soviética autoritária, mas também a principal economia da Ásia Central.

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, destituiu seu governo nesta quarta-feira e declarou estado de emergência como resposta aos protestos.

Uma ordem postada no site presidencial diz que Tokayev aceitou a renúncia do gabinete do primeiro-ministro Askar Mamin. Até a formação de um novo, o vice-primeiro-ministro Alikhan Smailov vai liderar o governo interinamente.

O estado de emergência decretado por Tokayev entrou em vigor nesta quarta e irá até 19 de janeiro. Implica a imposição de um toque de recolher das 23h às 7h.

Mais cedo, o presidente havia se dirigido à população em um vídeo postado nas redes sociais. Nele, pediu "prudência" e que "não cedam a provocações".

Os serviços de WhatsApp, Telegram e Signal foram cortados à noite no Cazaquistão, um país de 19 milhões de habitantes.

- "Fora o velho" -

O movimento contra o aumento do preço do gás começou no fim de semana na cidade de Khanaozen, no coração da região ocidental de Mangystau, antes de se espalhar para Aktau, nas margens do Mar Cáspio, e Almaty.

A televisão noticiou nesta quarta-feira que o diretor de uma usina de gás na região de Mangystau foi demitido por ter "aumentado o preço do gás sem motivo".

Em Almaty, jornalistas da AFP viram a polícia dispersar uma multidão de 5.000 pessoas com gás lacrimogêneo.

Os manifestantes gritavam pela "renúncia do governo" e "fora o velho", em alusão ao ex-presidente Nursultan Nazarbayev, mentor de Tokayev.

Na terça-feira (4), o presidente tuitou que as autoridades decidiram reduzir de 120 para 50 tengues (0,11 dólar) o preço do litro do GLP em Mangystau para "garantir a estabilidade do país". A medida não apaziguou os protestos.

Pequenas marchas e prisões também foram relatadas na capital Nursultan (antiga Astana). A localidade foi rebatizada em homenagem a Nursultan Nazarbayev, que liderou o país desde a independência soviética até 2019, quando nomeou Tokayev como seu sucessor.

Nazarbayev, de 81 anos, mantém forte controle do país como presidente do conselho de segurança e "Líder da Nação", uma função constitucional que lhe garante privilégio político e imunidade na Justiça.

Embora protestos espontâneos e não autorizados sejam ilegais no Cazaquistão, uma lei foi aprovada no ano passado para amenizar algumas restrições à liberdade de reunião.

Potência na região, a Rússia pediu nesta quarta-feira um "diálogo" no Cazaquistão.

"Somos a favor de uma solução pacífica para todos os problemas dentro da estrutura legal e constitucional e por meio do diálogo, e não por meio de tumultos de rua e violação das leis", declarou o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.

Manifestantes pró-democracia bloquearam nesta sexta-feira (31) as ruas de Cartum, a capital do Sudão, em protesto pela violência estatal que ontem deixou cinco mortos e provocou reprovação da comunidade internacional.

Os participantes do protesto ergueram barricadas nas estradas do distrito de Burri, no leste de Cartum, e também em Cartum Norte, utilizando pedras, galhos de árvores e pneus, informou um jornalista da AFP.

O Sudão está afundado em uma crise desde o golpe de Estado do general Abdel Fattah al Burhan em 25 de outubro, o mesmo dia em que o primeiro-ministro Abdalla Hamdok foi afastado e preso.

Após um acordo com os militares, Hamdok voltou ao cargo em 21 de novembro, mas os protestos continuaram.

Durante as manifestações de ontem, que reuniram milhares de pessoas em Cartum e cidades vizinhas, as autoridades cortaram as telecomunicações no país e reprimiram os protestos com disparos de munição real e bombas de gás lacrimogênio.

Além disso, a imprensa denunciou que foi alvo de ataques e assédio. Nesta sexta-feira, dois jornalistas do canal de televisão saudita Asharq foram liberados após permanecerem detidos por várias horas, segundo o próprio canal.

Segundo um sindicato de médicos pró-democracia, quatro manifestantes morreram a tiros em Omdurman, cidade-gêmea a Cartum. Hoje, uma quinta pessoa morreu no hospital após não resistir aos ferimentos.

Até agora, a repressão iniciada há dois meses já deixou 53 mortos, de acordo com esse mesmo sindicato, que também denunciou ontem que os agentes de segurança impediram a passagem de ambulâncias e retiraram um ferido a força de dentro de um desses veículos.

No contexto da violenta repressão de quinta-feira, o ministro interino da Saúde, Haitham Mohammed, renunciou hoje do cargo, denunciando ataques contra médicos e hospitais.

Um membro civil recentemente nomeado para o Conselho Soberano no poder, Abdel Baqi Abdel Qader, também assinalou hoje que deixará o cargo.

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Por volta das 8h30 desta quinta-feira (16), cerca de 250 de manifestantes entraram no supermercado Extra, na Rua Benfica, bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, para pedir cestas básicas. O estabelecimento permanece fechado e a Polícia Militar acompanha o ato. 

Sem aviso prévio, o protesto organizado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) denuncia o encarecimento de alimentos e a fome da população vulnerável. Cerca de 250 pessoas ainda estão dentro da loja e outras famílias ocupam a garagem do edifício.

A organização ainda especulava a chegada de um ônibus com mais 150 manifestantes para pressionar pela entrega dos itens para a ceia de Natal. O grupo pede 250 cestas básicas e garante que não vai deixar o local sem os alimentos. 

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De acordo com a Polícia Militar, o tumulto chegou a interromper o funcionamento dos caixas. Diante do atendimento comprometido, a Administração fechou a loja para a entrada de novos clientes.

Integrantes do MLB informaram que o supermercado negociou 400 cestas básicas, mas apontou que assinaria o documento às 17h se o grupo deixasse a área de atendimento. Os manifestantes se recusam a deixar o local e aguardam por uma posição definitiva do Extra.

Conforme apurado pelo LeiaJá, o Extra não irá se pronunciar sobre o protesto e não comentou se vai atender ao pedido. A restrição de acesso teria partido da assessoria nacional e a gestão já recebeu um ofício com a reinvidicações.  

Com informações de Vitória Silva

Centenas de pessoas foram às ruas, neste domingo (21), em várias cidades do Sudão, para protestar contra o golpe de Estado militar, apesar do acordo alcançado que prevê o regresso ao poder do primeiro-ministro civil Abdullah Hamdok.

As forças de segurança reagiram, lançando gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes em Cartum, observou a AFP.

Entre outros locais, a multidão se reuniu emn frente ao palácio presidencial, onde o general Abdel Fatah al Burhan, que comandou o golpe, e Hamdok devem assinar um acordo em breve.

Anunciado neste domingo, quase um mês após o golpe de 25 de outubro, o pacto foi rejeitado por várias organizações da sociedade civil, que querem um governo sem militares.

Horas antes do julgamento de Kyle Rittenhouse, que matou dois manifestantes negros com tiros de fuzil AR-15 em uma passeata antirracista em Kenosha, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (15), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) escreveu que torce por sua absolvição. Na publicação, o parlamentar incluiu um pôster em que o réu aparece rodeado por demônios no dia do ataque.

“Torcendo para que a decisão seja justa, logo, ele seja absolvido", apoiou Eduardo, que já havia defendido o Kyle e chamado o movimento Black Lives Matter de terrorista.

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Incitador da cultura armamentista no Brasil, ele explicou que o júri vai definir a sentença após ouvir os argumentos finais da defesa e da acusação com 2h para cada lado e 30 minutos de réplicas.

O crime

Apoiador de Donald Trump, Kyle é suspeito de integrar a milícia supremacista branca "Boogaloo Boys". No dia 25 de agosto de 2020, aos 17 anos, ele foi armado ao protesto em memória de Jacob Blake, um homem negro assassinado pela Polícia com sete tiros enquanto tentava separar uma briga em Winsconsin.

Kyle começou a disparar contra a passeata e atingiu três pessoas. O jovem é responsável pela morte de Joseph Rosenbaum, de 27 anos, e Anthony Huber, de 26, ambos negros. 

Audiência suspensa pelo choro do réu

Em seu depoimento na quinta (11), o acusado começou a chorar quando descreveu a noite em que cometeu os assassinatos. Ele disse que agiu em defesa, pois foi encurralado. "Eu trouxe a arma para me proteger, mas não achei que teria que usar para me defender", relatou. A sessão precisou ser suspensa até que parasse de chorar.

Com cassetete em mãos após a chegada pacífica de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) à sede da Prefeitura do Recife, na manhã desta quinta-feira (21), a conduta isolada de um dos agentes da Guarda Municipal foi repreendida por um superior.

Depois de percorrer a Avenida Conde da Boa Vista em protesto pela suspensão da ordem de despejo, moradores da Ocupação 8 de Março tentam ser ouvidos pelo Prefeito João Campos (PSB).

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O prédio da gestão foi bloqueado com gradis e por um cordão de agentes municipais à frente de policiais militares. Fora do esquema de segurança montado nas dependências da Prefeitura, um único guarda empunhou o cassetete e se posicionou próximo aos manifestantes, sendo repreendido e afastado pelo seu superior.

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Em nítida descoordenação à postura dos demais agentes de segurança, ele foi questionado sobre a conduta por um superior, que ordenou que recolhesse a arma não letal e o puxou de volta à formação.

Cerca de 300 famílias moram no terreno localizado na Rua Frei Casanova, próxima à Avenida Barão de Souza Leão, e cobram pelo cumprimento da determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que suspendeu o cumprimento de ordens de despejo até o fim do ano.

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Mianmar vai libertar mais de 5.000 pessoas detidas por protestar contra o golpe de Estado das Forças Armadas em fevereiro, anunciou nesta segunda-feira (18) o comandante da junta militar.

Um total de 5.636 prisioneiros receberão indulto e serão libertados antes do festival das luzes 'Thadingyut', que começa na terça-feira (19), afirmou o general Min Aung Hlaing, poucos dias depois de ser excluído da próxima reunião de cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Mianmar vive um cenário de caos desde o golpe de Estado que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi.

Desde então, mais de 1.100 civis morreram na violenta repressão contra os dissidentes e mais de 8.000 pessoas foram detidas, segundo a ONG local Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP).

De acordo com a organização, mais de 7.300 pessoas estão presas atualmente no país.

A junta militar não revelou detalhes sobre as pessoas que serão libertadas e as autoridades penitenciárias, procuradas pela AFP, não responderam os questionamentos.

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