"Não desistam nunca!", diz caloura de Medicina

Com as dificuldades da pandemia, adaptação ao ensino remoto e protocolos de segurança, Juliana Tavares alcançou o grande sonho de entrar na universidade

ter, 08/06/2021 - 12:11
Arquivo pessoal Juliana Tavares, aprovada em Medicina na Uepa, manda mensagem de otimismo Arquivo pessoal

Com a pandemia da covid-19 no Brasil, que começou em março de 2020, o isolamento social e uso de máscara tornaram-se essenciais para evitar a propagação do vírus. Dentre muitos desafios, os estudantes tiveram que se adaptar ao ambiente virtual do Ensino a Distância (EAD) para continuar a preparação ao vestibular. Originalmente marcado para os dias 1 e 8 de novembro de 2020, por pressão popular devido ao alto índice de casos de covid-19, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi adiado para os dias 17 e 24 de janeiro.

Sem a tradicional aglomeração nas comemorações dos calouros em frente aos colégios, a vida de Juliana Tavares, de 22 anos, mudou ao ouvir o seu nome na lista de aprovação da Universidade Estadual do Pará (Uepa), que foi divulgada no dia 21 de maio. Após quatro anos tentando ingressar no curso de Medicina, a estudante se tornou caloura devido ao bom desempenho na prova do Enem.

Juliana relata que enfrentar esse período atípico dentro de casa foi muito difícil. “O mais difícil nesse formato EAD foi não conseguir me concentrar tanto quanto em sala de aula, já que em casa é muito mais confortável, a rotina de sono mudou completamente e tive que me adaptar a fazer provas e estudar pelo computador, tudo muito diferente do que eu estava acostumada desde o início da minha jornada como vestibulanda”, comentou.

Entre os aproximadamente 2,5 milhões de candidatos que participaram do exame, Juliana conseguiu manter a sua rotina de estudo e alcançar a sua tão sonhada aprovação. Segundo a estudante, foram quatro anos de muita batalha, mas que em nenhum momento pensou em desistir. O que mais fez falta na rotina, diz, foi o seu contato presencial com professores e amigos que a davam suporte e motivação. “Sempre imaginei que a minha aprovação aconteceria, só não imaginava quando iria ocorrer. Quando vi que realmente tinha conseguido foi uma sensação inexplicável. Acredito que passar já é muito difícil e no meio de uma pandemia se torna ainda mais desafiador”, acrescentou.

Mesmo que longe de seus amigos e sem festa para comemorar essa grande vitória, a estudante se vê cercada de uma grande rede de apoio, que fez a diferença no seu desempenho e a ajudou a seguir em frente, mesmo em um período tão desanimador. “Eu tenho noção dos meus privilégios: ajuda financeira da minha família, uma rede de apoio impecável e excelentes professores. Essa é a minha vivência, mas quero desejar muita força para quem ainda está tentando; não desistam nunca!”, concluiu.

Por Lucas Ribeiro.

 

 

 

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