Filme reúne artistas em registro histórico do carimbó

TV Cultura do Pará realiza documentário especial para marcar o centenário de nascimento do Mestre Verequete

seg, 07/11/2016 - 11:20
Agência Pará Cena do filme que contra a trajetória de Verequete Agência Pará

Uma das iniciativas em prol da divulgação do centenário do Mestre Verequete foi o lançamento do documentário especial “Centenário Mestre Verequete”, da TV Cultura. O programa, gravado no Espaço Cultural Coisas de Negro, em Icoaraci, reúne vários artistas interpretando a obra desse grande mestre da cultura popular. Verequete faria 100 anos em 2016.

Grupo Quaderna, Nazaré Pereira, Olivar Barreto, Lúcio Mouzinho, Thaís Ribeiro, Pedrinho Callado e Grupo Uirapuru, que acompanhou o mestre, participam do projeto, pensado inicialmente para o formato de rádio, mas que acabou se expandido para a TV. “Bati um longo papo com a família de Verequete e fiquei sabendo da força do trabalho dele dentro de um período em que o carimbó foi oficialmente proibido em Belém, entre as décadas de 1930 e 1940. Soube da devoção por São Benedito, dentro do catolicismo fervoroso, que não o impedia de acreditar em lendas como Matinta Perera, Curupira e Sereia, esta presente em músicas dele, e também de adotar para si o nome de uma entidade de umbanda. Também soube do seu gosto por café e do interesse em incentivar manifestações populares”, explica o diretor do programa, Guaracy Britto Jr.

Para dar ao programa o formato de “docsong”, ou documentário musical, o diretor escalou um personagem que revela ao público todas essas particularidades da vida e da obra de Verequete. O apresentador do programa é interpretado pelo ator Carlos Vera Cruz. As gravações em estúdio, com direção de fotografia de Aladim Jr., e do show, com direção de fotografia de André Mardock, foram trabalhosas e exigiram um roteiro cuidadoso, intercalando músicas e seis curtos depoimentos.

“É tudo muito enxuto, sintético, mas carregado de emoção. Abrimos mão de imagens de arquivo, pois acreditamos na força imagética das letras do Verequete, que fala de fazeres e personagens típicos da nossa região. Chamo de docsong este trabalho porque, através das músicas é que entramos em contato com o universo no qual Verequete se nutria para ser o mestre do carimbo que foi”, explica Guaracy.

O Grupo Quaderna, de Allan Carvalho e Cincinato Jr., interpreta as músicas “Verequete da Coluna” e “O Galo Cantou”. O cantor Olivar Barreto, “Menina do Canapijó” e “Pescador”. Pedrinho Callado, “O Carimbó Não Morreu” e “Morena”. A cantora Thaís Ribeiro empresta sua voz para “Limoeiro” e “Sereia”, enquanto Lúcio Mousinho relembra “Farinha de Tapioca” e “Passarinho do Mar”. Nazaré Pereira traz de volta “Xô, Peru e “Chama Verequete”.

Para Pedrinho Callado, o carimbó é a grande matriz da música paraense. As releituras, no entanto, não se restringem ao ritmo imortalizado por Verequete. “Temos cúmbia, lambada, carimbó elétrico, mas o carimbó de raiz está na base do projeto. É uma revitalização da obra, sem perder a essência”, diz ele, que assina a produção musical do projeto e toca vários instrumentos, ao lado do contrabaixista Príamo Brandão e dos percussionistas Rafael Barros, Franklin Furtado e JP Cavalcante.

Com informações de Márcia Carvalho, da TV Cultura.

Abaixo, ouça depoimentos sobre a importância do carimbó em reportagem de Nayara Santos para a Rádio Unama FM 105.5.





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