Caso Ágatha faz apresentadores discutirem ao vivo

Silvia Poppovic e Ernesto Lacombe comentava a morte da menina Ágatha Félix, quando discordaram da polícia de segurança pública do governador Wilson Witzel (PSL)

por Victor Gouveia ter, 24/09/2019 - 08:31

Os apresentadores do programa "Aqui na Band" discutiram ao vivo, nessa segunda-feira (23), ao defender visões opostas sobre o envolvimento das autoridades no assassinato de Ágatha Félix, de oito anos. A criança foi atingida por um tiro durante uma ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão, na última sexta-feira (20).

A jornalista Silvia Poppovic lamentava a morte da menina e criticava a posição do governador Wilson Witzel (PSL), devido sua política de segurança pública, que "não pensa em salvaguardar a vida da população", de acordo com ela. Neste momento, o parceiro de bancada discordou.

"Eu acho ainda um pouco precipitado dizer o que aconteceu. Ainda será feito uma perícia. Eu vejo as pessoas se voltando contra o trabalho da polícia", afirmou Ernesto Lacombe. "A polícia tem que atuar com todo cuidado para preservar a vida de inocentes, mas a polícia não pode deixar de atuar nessas áreas", e continuou, "os traficantes estão nessas comunidades exatamente porque ali estão protegidos por pessoas inocentes. Então é muito complicado acusar sempre a polícia".

Silvia o interrompeu e esclareceu que não acusava a polícia e sim o governo carioca, "que permite atirar na cabecinha, como disse o governador", reiterou. "Quando existe uma política agressiva, de matar quem está no caminho, acontece esse tipo de desgraça", constatou a apresentadora.

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Comparação com a Palestina-Lacombe chegou a comparar a situação do Rio de Janeiro com a guerra enfrentada na Palestina. "Os palestinos se protegem colocando na linha de frente mulheres e crianças”. A companheira o confrontou, "me admira muito, Lacombe, você não estar emocionado com essa história".

Enquanto o jornalista explicava que estava emocionado com a situação, Silvia o reprimiu, “essa história, para quem é carioca e brasileiro, é uma vergonha [...] Não é assim que se coíbe violência, têm políticas um pouco mais complexas, que tem inteligência e estratégia, mas não sair atirando desse jeito. Vai matando todo mundo", concluiu, antes do programa ser retomado.

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