Em live, espetáculo mistura palhaçaria e política

Artista paraense Assucena Pereira discute racismo e sexualidade em apresentação no Instagram, nos dias 19 e 20 de março, às 20 horas, de graça

qua, 17/03/2021 - 18:32
Alysson Lemos e Enoque Paulino Assucena Pereira leva espetáculo de palhaçaria para o Instagram Alysson Lemos e Enoque Paulino

O espetáculo Lerygou-Princesa do Pitiú discute temas como sexualização do corpo negro, preterimento e racismo através da comicidade e da palhaçaria. A artista Assucena Pereira utiliza o teatro de rua como base para a criação, na tentativa de buscar no riso um lugar onde essas vulnerabilidades possam ser trabalhadas. 

Com a arte da palhaçaria, a artista trata de problemas que moldam a realidade brasileira atual, principalmente no contexto da pandemia de covid-19. Tais como "genocídio da população negra e a discussão sobre dívidas históricas da branquitude".

O espetáculo nasce de uma inquietação da artista com o que é considerado certo ou errado dentro do universo da palhaçaria, principalmente em relação à política. “Acredito que quando se colocam limites, aí é um problema, porque eu como palhaça preta posso ser e ocupar os espaços que quiser. Pensei bastante neste trabalho, que também surgiu pela vontade de criar algo que misturasse política e comicidade”, explicou Assucena.

A artista espera que os espectadores possam refletir sobre o racismo. “Eu quero me comunicar acerca dos meus recortes sociais, enquanto mulher, palhaça, preta e gorda. O resto vem como consequência do trabalho, tento não me prender tanto nisso. Espero apenas que toque as pessoas de alguma forma, mas não tenho o controle de que maneira vai ser”, afirmou a artista. 

A classificação indicativa de Lerygou-Princesa do Pitiú é de 14 anos. O projeto faz parte do edital de construção de Solo da Secult Pará, pela lei Aldir Blanc, e tem direção de Alysson Lemos. 

Assucena Pereira é palhaça, pesquisadora e professora. Atua desde 2014 no cenário artístico, pesquisando comicidade, teatro político e teatro popular. É também membro e fundadora do Zecas Coletivo de Teatro e integrante do Grupo Folhas de Papel, onde desenvolve a função de produção. Colabora nos grupos Imundas e Varisteiros. É graduada em Licenciatura em Letras língua espanhola pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e formada no curso técnico em teatro pela Escola de Teatro e Dança da UFPA.

Serviço

 Lerygou-Princesa do Pitiú.

Datas: 19 e 20 de março.

Horário: 20h.

Perfil da transmissão: @cenasdeassu.

Mais informações: 91 99377-2930.

Por Ariela Motizuki.

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