Olhares e memórias de quem viveu a Batalha dos Aflitos
LeiaJá produz série especial sobre jogo que marcou a história do futebol e, nesta quinta-feira (26), completa seu 10º aniversário
Há exatos 10 anos, Náutico e Grêmio protagonizavam uma tarde de tensão e cenas inusitadas, no Estádio Eládio de Barros Carvalho, reduto alvirrubro da Avenida Conselheiro Rosa e Silva, na Zona Norte do Recife. A partida valia pela Série B do Campeonato Brasileiro e o vencedor teria vaga garantida na elite do futebol nacional na temporada seguinte. Tratava-se de uma decisão, no sentido mais autêntico da palavra, sob os olhares ansiosos de 29.891 torcedores que preenchiam as arquibancadas.
Diferente do normal, o confronto não se resumiu aos tradicionais 90 minutos. Houve paralisação com risco iminente de a arbitragem decretar o término ‘precoce’ do duelo. Foram dois pênaltis perdidos pelos alvirrubros. Teve polícia em campo – e até jornalistas na área de jogo, diga-se. Houve oscilação de sentimentos entre gremistas e alvirrubros. E o resultado favorável ao Tricolor Gaúcho só veio depois de uma ‘guerra generalizada’ envolvendo todos que participavam daquele evento esportivo que – não por acaso – ganhou a alcunha de Batalha dos Aflitos.
Diante do 10º aniversário desse dia, um dos mais inacreditáveis da história do futebol, o Portal LeiaJá produziu uma série de reportagens especiais para mostrar ao torcedor as impressões daqueles que sentiram na pele a pressão ou acompanharam todo o enredo de perto.
A série conta com quatro ‘capítulos’, com declarações e opiniões de personagens fundamentais no desenvolvimento da Batalha dos Aflitos e suas repercussões. São eles: Sandro Goiano, capitão e volante do Grêmio no duelo; Galatto, goleiro que acabou com as esperanças alvirrubras de acesso; Kuki, atacante e principal ídolo do Timbu em 2005; e Ricardo Valois, presidente do clube pernambucano na temporada do fatídico encontro com a equipe gaúcha.
Entre revelações e vácuos, Kuki avalia 'tragédia' de 2005 - Mesmo sem querer se prolongar no assunto que ainda parece incomodar, o ex-atacante falou sobre a recuperação dos jogadores diante da 'ressaca' do confronto, despistou sobre o fato de ter deixado a cobrança do pênalti defendido por Galatto para Ademar e rechaçou rivalidade com o Grêmio.
Nem tudo foram lágrimas - Presidente do Náutico na época da Batalha dos Aflitos, Ricardo Valois destacou rápido crescimento do clube no período pós-revés ante gremistas e revelou que avanços foram além do futebol jogado em campo. Entre as quatro linhas, a ascenção 'imediata' foi o acesso logo em 2006.
Sandro Goiano expõe recepção hostil e rivalidade com Timbu - Capitão gremista durante Batalha dos Aflitos contou como foi o clima encontrado no reduto alvirrubro no dia do fatídico jogo e falou abertamente sobre sua falta de afinidade com o Clube Náutico Capiberibe. Ele também não se acanhou ao expor sua opinião sobre a atuação do árbitro Djalma Beltrami.
A visão privilegiada do 'jovem' herói Galatto - O salvador da pátria gremista falou sobre as orientações recebidas para defender o pênalti que estragou a festa alvirrubra e mostrou seu orgulho em ter garantido o acesso e o título ao Tricolor Gaúcho, ressaltando que até hoje recebe os cumprimentos da torcida por conta daquela atuação diante do Náutico.