Diante da frágil Bolívia, Brasil não bobeia e atropela

Brasil pressionou o adversário e na base da vontade e da individualidade de Neymar fez 5 a 0

por Pedro Oliveira qui, 06/10/2016 - 23:38

Quando o Brasil enfrenta um adversário contra quem tem ampla vantagem técnica o que se espera é uma vitória. E ela veio com facilidade. Sem a mesma desenvoltura dos seus homens de meio campo, mas diante de um adversário frágil, o Brasil atropelou na vontade e na individualidade de Neymar. Os gols foram saindo naturalmente no primeiro tempo e no segundo, mesmo diminuindo o ritmo, o Brasil continuou mandando no jogo e ainda ampliou o já elástico placar.

O Brasil volta a jogar, fora de casa, na próxima terça-feira (11), às 21h30, contra a Venezuela, na cidade de Mérida. 

Chuva de gols, mesmo sem atuação de gala

Os 45 primeiros minutos foram de domínio total da seleção brasileira. Sem a mesma criatividade dos jogos passados, mas com muita vontade, os comandados de Tite partiram para cima da seleção boliviana, acuando o adversário em seu campo. Se Philippe Coutinho e Renato Augusto não conseguiram organizar o time, Neymar chamou a responsabilidade e participou diretamente de três dos 4 gols da primeira etapa.

A primeira chance veio logo aos 6. Gabriel Jesus foi lançado em velocidade, invadiu a área e tentou tirar do alcance do goleiro. Mas ele estava desequilibrado e a bola foi pra fora.  Três minutos depois, veio o primeiro gol. Neymar aproveitou vacilo do capitão Raldes, roubou a bola e tocou para Gabriel Jesus. O palmeirense devolveu de primeira, deixando o camisa 10 livre para tocar para o gol, sem goleiro, e abrir o placar.

Tirando proveito da fragilidade do adversário o Brasil chegou ao segundo gol em uma tabela linda entre Giuliano e Daniel Alves. O lateral direito tocou de letra para Giuliano, dentro da área driblar um zagueiro e dar presente para Philippe Coutinho tocar no canto, sem chance para o goleiro.

Em time que Neymar joga, até Filipe Luís faz gol. Talvez o jogador menos badalado e até então reserva de Marcelo, o lateral esquerdo recebeu passe açucarado do craque brasileiro, que passou por dois e deixou o companheiro livre dentro da área. Filipe bateu firme, no canto esquerdo, ampliando o placar.

Já no fim do jogo, ainda havia tempo para Neymar brilhar novamente. Fernandinho roubou a bola ainda no campo de defesa e tocou para Gabriel Jesus. Ele lançou Neymar nas costas da zaga. O camisa 10 cortou dois defensores e devolveu em lindo passe para Jesus, já dentro da área, tocar por cima do goleiro Lampe e fazer 4 a 0.

Irritado - Apesar do bom futebol, Neymar chamou a atenção também pela impaciência e nervosismo em alguns momentos. Primeiro, após perder uma bola, ele reclamou de falta, levantou e correu para cima do boliviano com a bola. Depois que adversário já estava no chão e com falta marcada a seu favor, Neymar chutou no rosto dele, provocando a ira dos jogadores da Bolívia. Na sequencia, ele se envolveu em uma confusão com Azougue, discutiu, foi empurrado e acabou levando cartão amarelo, que o tirou do jogo contra a Venezuela.

Mais devagar, mas com “Safadão”

Como era de se esperar, o segundo tempo foi mais morno. Apesar de continuar dominando a posse de bola e sem correr riscos, o Brasil não forçou muito o ataque. Restou a Tite fazer substituições para testar a equipe sem a presença de Neymar. Willian foi o escolhido para o lugar o camisa 10.

O bom humor tomou conta das arquibancadas quando Roberto Firmino substituiu Gabriel Jesus. Com um penteado parecido com o do cantor Wesley Safadão, o atacante era saudado todas as vezes que tocava na bola com um “Vai Safadão”, que os fãs do músico conhecem bem. A festa ficou ainda maior quando Safadão, ou melhor, Firmino fez seu gol de cabeça em cobrança de escanteio. O estádio inteiro entoou o “grito de guerra”.

FICHA DO JOGO

BRASIL: Alisson; Dani Alves, Miranda, Marquinho e Filipe Luis; Fernandinho, Renato Augusto, Giuliano (Lucas Lima) e Phillipe Coutinho; Neymar (Willian) e Gabriel Jesus (Roberto Firmino). Técnico: Tite

BOLÍVIA: Lampe; Rodríguez, Raldes, Zenteno e Bejarano; Meleán, Azogue, Juan Arce (Rodrigo Ramallo) e Jhasmani Campos (Joselito Vaca) e Yasmani Duk (Pablo Escobar); Marcelo Moreno. Técnico: Guillermo Hoyos

Cartão amarelo: Meleán, Azogue (Bolívia); Neymar (Brasil)

Gols: Neymar, Philippe Coutinho, Filipe Luís, Gabriel Jesus, Roberto Firmino

Público: 30.013

Renda: R$ 4.307.145,00

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