Martelotte: 'Ninguém sabe 100% dos problemas aqui dentro'

Treinador afirmou que tem mais trabalho nos bastidores do Santa, do que propriamente com o time em campo

por Renato Torres sab, 28/10/2017 - 19:53
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens No Arruda, o Santa Cruz ficou no 0x0 com o Luverdense Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Já são oito jogos sem vitória, e o empate com o Luverdense deixou o Santa Cruz ainda mais complicado na Série B. Restando apenas seis rodadas, apenas um milagre pode evitar o rebaixamento à terceira divisão que parece cada vez mais provável. E, mais uma vez, o técnico Marcelo Martelotte deixou claro que o maior problema do time é emocional. Algo que pesa em confrontos em meio a tanta pressão.

"O resultado foi ruim, era um jogo de expectativa de vitória. É um confronto direto, para segurar o adversário. Tivemos uma partida regular que poderia nos trazer uma vitória, mas, infelizmente, nesse momento difícil nosso, a gente passa por essa situação mais crítica, onde o emocional pesa. Em situações que poderíamos definir, desperdiçamos e deixamos escapar o resultado. É a falta de confiança para finalizar, cria-se dúvida para tocar ou decidir. Temos pecado muitas vezes e foi o motivo de não sairmos com a vitória", afirmou.

É sabido por todos que a folha salarial do clube não está em dia. O próprio Grafite escancarou que alguns atletas estavam com mais de três meses em aberto após a partida contra o Oeste. Porém, de acordo com o comandante coral, o público em geral sabe apenas uma pequena parte do problema. 

"Eu não acredito que vocês (imprensa) saibam 100% da questão financeira. Só se sabe parte dela. Não é esse problema simples, é bem maior. Eu estou há dois meses trabalhando na cabeça dos jogadores para superar isso, esquecer, pois não depende da gente. Uma das coisas que menos me preocupei nesses dois meses foi o futebol. Motivar e concentrar o grupo é uma missão muito maior do que a preocupação de quem joga, ou o esquema utilizado. Se eles não estiverem focados, não tem esquema perfeito", desabafou Martelotte.

Mesmo assim, ele garante que as cobranças estão acontecendo, mas nada por falta de compromisso ou entrega. Nesses aspectos, o treinador é só elogios aos seus comandados. "Estamos conduzindo as coisas no fio da navalha e o que é passado tem sido bem aceito pelo grupo de jogadores, por isso não me canso de elogiar. Não é fácil se entregar como eles se entregam, e eu estou cobrando. Mas não cobrei empenho, entrega, se superar, porque isso é o que eles estão fazendo", contou.

E, em parte, é na forma que as coisas estão sendo conduzidas nos vestiários que o atacante Grafite tem um papel ainda maior do que apenas no ataque. Segundo Marcelo, esse não é o motivo pelo qual o camisa 23, mesmo em baixa, seja titular. Porém, também pesa na hora da decisão.

"Como qualquer outro jogador, o peso em campo é o mesmo. A importância para o Grafite dentro do grupo do Santa Cruz é algo que a imprensa não tem ideia. Isso não garante a escalação dele, mas ele tem um peso muito grande. Ele mesmo me falou que pode tirar na hora que quiser, não tiro porque não quero. Se eu entender que é melhor que ele não comece entre os titulares, pode ter certeza que isso irá acontecer", disse o técnico do Santa.

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