Médicos do Recife e do Getúlio Vargas cruzam os braços

Os residentes do HGV decretaram greve por tempo indeterminado, enquanto os médicos da prefeitura suspenderam as atividades por 72 horas

por Jorge Cosme ter, 18/09/2018 - 09:15
Divulgação/Simepe Um posto médico em Santo Amaro, no Centro do Recife, é uma das unidades que já aderiu à paralisação Divulgação/Simepe

Médicos da rede municipal do Recife e os médicos residentes do Hospital Getúlio Vargas (HGV) fazem paralisações na capital de Pernambuco. Os residentes do HGV decretaram greve por tempo indeterminado, enquanto os médicos da prefeitura suspenderam as atividades por 72 horas.

No HGV, a reivindicação trata de melhorias e implementações de direitos básicos para a oferta de serviços de saúde. Segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), o hospital possui estrutura precária, superlotação e falta materiais básicos, como fios de nylon. A categoria denuncia, inclusive, que as condições estruturais precárias foram responsáveis por um princípio de incêndio (veja o vídeo abaixo) no Centro de Material e Esterilização (CME) no dia 7 de setembro deste ano.

Apenas 30% dos profissionais residentes do HGV seguirão atendendo normalmente nos setores de urgência e emergência. Uma nova assembleia da categoria está prevista para a próxima sexta-feira (21), às 11h, para discutir se retomam as atividades ou permanecem em greve.

Já nas unidades de saúde municipais, apesar de a paralisação ser de 72 horas, há possibilidade de greve por tempo indeterminado. A categoria protesta por causa de um alegado descumprimento de um Termo de Compromisso firmado no último mês de janeiro. Entre os pontos do documento estavam ações de melhoria da segurança nas unidades de saúde, abastecimento de insumos e maior investimento em medicamentos, especialmente na área de saúde mental.

Os médicos cobram ainda questões remuneratórias, como o cumprimento da Lei de Incorporação da Gratificação de Plantão e a equiparação salarial com o Estado. "Lembramos que esse movimento vem sendo deflagrado desde 2017. Os médicos vinham alertando, através de paralisações de advertências na rede municipal. A gestão da saúde do Recife quebrou a confiança com a categoria", disse o presidente do Simepe, Tadeu Calheiros.

Na rede municipal, o atendimento às urgências e emergências será mantido. Estão suspensas atividades de serviços eletivos, ambulatórios e postos vinculados ao Estratégia de Saúde da Família (ESF). O LeiaJá entrou em contato com as secretarias de Saúde Estadual e Municipal, que ainda vão se posicionar.

Abaixo, vídeo mostra o princípio de incêndio no Hospital Getúlio Vargas.

Embed:

COMENTÁRIOS dos leitores