Pará lidera o ranking brasileiro do trabalho informal
Informalidade no Brasil é a maior desde 2016, segundo pesquisa. Paraenses estão no topo da lista, bem acima da média nacional.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 14 de fevereiro, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) que apontam o crescente nível de trabalhadores no mercado informal no Brasil. O Estado do Pará lidera o ranking com 62,4%, ultrapassando a média nacional de 41,1%.
De cada dez trabalhadores brasileiros, quatro estão inseridos no setor informal. Ou seja, trabalham sem qualquer vínculo empregatício ou registro oficial.
Apesar de o desemprego ter diminuído no último trimestre de 2019, muitas pessoas ainda buscam outras opções de trabalho, seja por necessidade, seja por decisão própria. Dessa forma, a taxa de informalidade continua sendo maior que a de população ocupada – ou população economicamente ativa no Brasil.
No caso da diarista Silvia Santos, de 48 anos, o desemprego foi o principal fator para que ela buscasse alternativas. “Foi o que me apareceu, eu estava precisando trabalhar e emprego não está fácil”, diz. Ela afirma ainda que não se sente valorizada e acredita não ver vantagens na informalidade por não possuir direitos trabalhistas.
Do ponto de vista jurídico, aqueles que trabalham informalmente não possuem direitos e benefícios garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), sendo este um dos prejuízos para quem está atuando no mercado informal brasileiro. “Aviso prévio, férias remuneradas, 13º salário, descanso semanal, contribuição para o FGTS, entre outros, são reservados apenas para quem tem carteira assinada”, explica o advogado trabalhista Flávio Guarany.
Porém, mesmo existindo diversos casos em que o emprego informal é considerado uma única salvação, existem algumas vantagens em se arriscar no. “O trabalho informal tem perspectivas diferentes dependendo dos motivos que levam as pessoas a optarem por ele”, afirma o consultor do SEBRAE e administrador Alonso Carvalho dos Santos.
Alonso cita, por exemplo, que o trabalho informal pode ser vantajoso para quem é estudante e deseja adquirir uma experiência no mercado. Outras vantagens consideradas são a liberdade para organizar o horário de trabalho, aprender a se relacionar profissionalmente, entre outros.
“Apesar de muitas pessoas não acreditarem e considerarem como um subemprego, sem esses profissionais, muitos serviços necessários nos faltariam no cotidiano”, acrescenta o consultor.
Por Isabella Cordeiro.