Covid-19: EUA proíbe suposto tratamento a base de cloro

Um tribunal da Flórida emitiu uma proibição temporária para a venda do produto, vendido como uma "solução mineral milagrosa"

sex, 17/04/2020 - 20:55
Handout O vírus Sars-CoV-2 visto em microscópio, em foto fornecida à AFP pelo Instituto Nacional de Saúde, em 27 de fevereiro de 2020 Handout

A justiça americana suspendeu nesta sexta-feira (17) a venda de um suposto remédio milagroso contra o novo coronavírus, feito à base de cloro e que o grupo religioso "A Igreja do Gênese" promove há anos.

Um tribunal da Flórida emitiu uma proibição temporária para a venda do produto, vendido como uma "solução mineral milagrosa" (MMS) que, segundo o site de seus promotores, "cura 95% das doenças", como câncer, aids, cólera e agora, a COVID-19.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que entrou com a ação, revelou que a MMS é na verdade "um produto químico que, misturado com um ativador incluído, produz cloro".

A agência federal de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos (FDA) fez há vários anos as primeiras advertências sobre o produto, que pode causar náuseas, vômitos e desidratação.

Na França, as autoridades sanitárias também haviam alertado em 2010 para o risco de intoxicação relacionada ao MMS, que foi promovido para curar o autismo.

Vários vendedores foram condenados pela Justiça, mas a "Igreja do Gênese" nunca suspendeu sua venda.

Em 8 de abril, as autoridades emitiram uma última advertência a seus promotores.

Em seu site na Internet, eles defenderam seu produto, que descrevem como "sagrado" e "santo" e se negaram a cumprir as ordens judiciais.

"Continuam colocando em risco os consumidores com o potencialmente perigoso dióxido de cloro, não vamos tolerar isso", disse Stephen Hahn, um funcionário da FDA citado em um comunicado.

Os Estados Unidos criaram unidades especializadas contra fraudes para combater delitos relacionados com a nova pandemia do coronavírus, que provocou a morte de 33.000 pessoas.

Diferentes tipos de fraudes têm sido identificados, como o roubo de máscaras cirúrgicas ou equipamentos de proteção, venda de tratamentos falsos ou ligações para fazer doações falsas.

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