Grupo que desviou recursos das obras da BR-101 é procurado
Além dos desvios, o grupo também é suspeito de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro dos recursos do Departamento de Estradas e Rodagens (DER)
Na manhã desta sexta-feira (8), a Polícia Federal cumpre dois mandados de prisão temporária referentes a uma organização criminosa que desviou recursos da obra de requalificação da BR-101. Com o contrato de execução acima de R$ 190 milhões, o grupo utilizou asfalto e materiais de baixa qualidade, que resultaram na pouca durabilidade do piso da rodovia.
Além dos desvios, o grupo também é suspeito de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro dos recursos do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e da extinta Secretaria de Transportes do Estado de Pernambuco. Outros nove mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de Recife e Gravatá, em Pernambuco, e em Brasília, no Distrito Federal. Também foi decretado o sequestro de imóveis situados nos municípios pernambucanos.
A primeira fase da operação já havia revelado evidências de desvios ao analisar transações de aproximadamente R$ 4,2 milhões feitos entre a empresa contratada e firmas fantasmas. A PF constatou que ex-servidores do DER, responsáveis pela fiscalização e liberação de recursos da obra, tiveram um ganho patrimonial incompatível com suas receitas dos últimos anos. Um deles chegou a comprar embarcações, veículos de luxo, apartamentos e fez viagens ao exterior. Todos esses bens eram registrados em nome de terceiros.
As autoridades ainda apontam que a antiga Secretaria de Transporte do Estado foi condescendente com os crimes e pode ter recebido vantagens por pessoas ligadas à pasta. Caso confirmadas as acusações, as penas somadas podem atingir 42 anos de prisão. A PF informa que os investigados serão encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu Lima, Grande Recife.