Casa Branca critica autoridades por atraso em testes

'No começo da crise, os CDC, que desfrutavam da maior reputação nesta área em nível mundial, realmente decepcionaram o país nas testagens', declarou o assessor econômico da Casa Branca

seg, 18/05/2020 - 07:10
Eric BARADAT Peter Navarro em foto de 22 de março de 2020, em Washington Eric BARADAT

Um alto funcionário da Casa Branca criticou duramente neste domingo (17) os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), aos quais culpou pelos atrasos iniciais dos Estados Unidos na detecção da Covid-19.

"No começo da crise, os CDC, que desfrutavam da maior reputação nesta área em nível mundial, realmente decepcionaram o país nas testagens", declarou o assessor econômico da Casa Branca Peter Navarro à emissora NBC.

"Além disso, conceberam um teste ruim. E isso nos fez ficar para trás", acrescentou. O único teste utilizado nos estágios iniciais da pandemia foi o desenvolvido pelos CDC, segundo uma tecnologia validada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotada em todo o planeta.

Mas devido a problemas com os reagentes, os primeiros kits distribuídos nos Estados Unidos apresentaram resultados inconclusivos, nem positivos, nem negativos.

O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Alex Azar, saiu em defesa dos CDC, destacando que nunca se supôs que a agência fosse "a coluna vertebral dos testes em massa nos Estados Unidos".

"Não acho que os CDC tenham decepcionado o país. Acredito que os CDC desempenham um papel importante na saúde pública. E o que sempre foi crítico foi incorporar o setor privado", acrescentou Azar em entrevista ao canal CBS.

Os laboratórios públicos dos diversos estados e agentes privados estavam autorizados inicialmente a distribuir seus próprios testes e não puderam agir até 29 de fevereiro, após o anúncio da primeira morte por coronavírus nos Estados Unidos, que hoje soma quase 90.000 falecimentos.

Desde então, o país aumentou enormemente sua capacidade de detecção e mais de 12 milhões de americanos foram testados.

O presidente Donald Trump não deixa de destacar os avanços neste campo, mas a cifra representa apenas 4% da população nacional, o que coloca a primeira potência mundial em 39º lugar, atrás de Itália, Espanha e Rússia segundo o site de estatísticas Worldometer.

Os críticos de Trump temem que a capacidade de detecção seja insuficiente para evitar uma segunda onda de contágios, em um momento em que muitos estados dão os primeiros passos no desconfinamento.

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