China permanece em silêncio após anúncios de Trump
Na sexta-feira (29), o presidente anunciou que o país suspenderia a entrada em seu território de cidadãos chineses que possam representar um "risco" para a segurança do país
A China não respondeu neste sábado (30) aos anúncios da véspera do presidente americano Donald Trump sobre o país asiático em um contexto de tensões, enquanto a imprensa de Pequim destaca a violência em Minneapolis.
Na sexta-feira (29), o presidente dos Estados Unidos anunciou, em tom firme mas sem revelar detalhes, que o país suspenderia a entrada em seu território de cidadãos chineses que possam representar um "risco" para a segurança do país.
Trump também pediu a sua administração que acabe com as isenções concedidas a Hong Kong no âmbito de sua relação especial com os Estados Unidos, para denunciar uma lei polêmica sobre a segurança nacional que Pequim deseja impor neste território autônomo.
Os anúncios acontecem em um clima explosivo com Pequim, frequentemente acusada pelo presidente americano de ser responsável pela propagação no planeta do novo coronavírus.
A China não fez nenhum comentário sobre os anúncios, incluindo o ministério das Relações Exteriores.
O jornal nacionalista Global Times, no entanto, critica uma "entrevista coletiva repleta de mentiras" sobre Hong Kong em um editorial publicado em chinês e em inglês.
A publicação foi uma das poucas que destacou o tema, enquanto a maior parte dos meios de comunicação oficiais se concentra na violência na cidade americana de Minneapolis, após a morte de um homem negro durante uma operação policial.
O canal público CCTV dedicou a abertura e grande parte de seu telejornal da tarde de sábado ao tema.
A agência estatal Xinhua ressalta a "divisão racial que continua a abalar a sociedade americana".
Na rede social Weibo, porém, as restrições de vistos para os estudantes chineses anunciadas por Donald Trump provocaram revolta.
"A força dos Estados Unidos vem do encanto que atrai os talentos e, mais cedo ou mais tarde, sofrerão", afirmou um usuário da rede. "Hoje em dia ninguém quer viajar aos Estados Unidos", comentou outro.
Em seu discurso, o presidente dos Estados Unidos não revelou detalhes sobre o alcance exato desta decisão e sobre o número de estudantes que poderiam ser afetados.