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As acusações de que o deputado André Janones (Avante-MG) promoveu um esquema de "rachadinha" em seu gabinete provocaram constrangimento no Palácio do Planalto, mas a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo. Janones não apenas apoiou a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, no ano passado, como montou uma campanha nas redes sociais para blindar o petista e atacar o então presidente Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann, foi uma das únicas vozes de peso do partido a sair publicamente em defesa de Janones. Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi disse que a extrema-direita "não perdoa" o deputado por sua "atuação política".

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"Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele", escreveu Gleisi. "Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade."

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo, também ficou ao lado de Janones. "Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade", afirmou Correia no X.

Ministros e parlamentares do PT procurados pelo Estadão, porém, não quiseram se manifestar. Um deputado do partido disse, sob reserva, que os petistas reconhecem a importância do apoio dado por Janones na campanha de Lula, mas quem tem de responder agora às acusações é ele. "Não vamos nos afogar com ele nesse lamaçal", argumentou um interlocutor do presidente.

A posição de silêncio da maioria dos petistas no episódio difere daquela adotada quando o escândalo da "rachadinha" envolveu a família Bolsonaro. As denúncias de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o próprio ex-presidente adotaram a prática são até hoje lembradas nas fileiras do PT.

Na campanha presidencial do ano passado, Lula criticou Bolsonaro e associou o nome do adversário à "rachadinha". As acusações ainda estão sob investigação do Ministério Público.

"Ele (Bolsonaro) falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da "rachadinha" dele, que ele decretou sigilo de cem anos?", alfinetou o então candidato do PT, em setembro. "Com a "rachadinha" da família, sabe, do Ministério da Educação com barras de ouro?", completou, numa referência à reportagem do Estadão. "Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele."

Gravação mostra Janones cobrando salário de funcionários

Janones foi acusado por dois ex-assessores de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos. De acordo com Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, a prática chegava até a 60% dos vencimentos.

Uma gravação revelada pelo site Metrópoles, mostra Janones dizendo a assessores que todos teriam de contribuir com ele, devolvendo parte de seus salários.

"Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito", disse o deputado, na sala de reuniões do partido Avante, na Câmara, em 2019. "O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção."

Nas redes sociais, Janones admitiu a autenticidade do áudio. O deputado afirmou, porém, que não promoveu qualquer espécie de "rachadinha" no gabinete. Segundo sua versão, o pedido de contribuição foi feito a amigos para quitar dívidas da campanha de 2016.

"Um escândalo armado, que vai caindo por terra. Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes", destacou Janones no X. Em resposta, a presidente do PT mais uma vez o defendeu. "A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro", postou Gleisi.

Após protagonizar discussões com parlamentares como Eliziane Gama (PSD-MA) e Fabiano Contarato (PT-ES), o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro (PL), optou pelo silêncio ao responder às perguntas sobre sua relação com os atos golpistas de 8 de janeiro, na sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) desta terça-feira (26). 

O militar que, para evitar se incriminar, teve direito ao silêncio garantido pela Suprema Corte, iniciou o depoimento sem grandes oposições, até que a presença de Mauro Cid em reuniões entre o ex-presidente e seus ministros passou a ser tópico recorrente nas perguntas da relatoria e colegiado. Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é investigado pela Polícia Federal (PF) e atualmente acerta uma delação premiada que pode comprometer a base bolsonarista. 

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Respondendo ao deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA), sobre o caso do hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti, o general optou pelo silêncio pela primeira vez. O deputado, em sua participação, perguntou se Heleno participou ou sabia da reunião entre o hacker e Bolsonaro e se tinha conhecimento do conteúdo do encontro. Ele também não respondeu sobre as visitas de Delgatti ao Ministério da Defesa durante a gestão anterior. 

Pouco depois, o parlamentar petista quis saber, também, se Heleno participou do encontro entre Bolsonaro e o alto comando das Forças Armadas para tratar da minuta golpista, situação delatada por Mauro Cid à Polícia Federal. Novamente, Pereira Júnior ouviu do militar a resposta de que ficaria em silêncio. 

Augusto Heleno, que por diversas vezes chegou a afirmar que Mauro Cid não participou presencialmente de reuniões, precisou mudar a versão dada ao Legislativo após Eliziane Gama exibir uma imagem que mostra Cid, Bolsonaro e Heleno na mesma mesa de reunião. 

Em seguida, por longos minutos, ele repetiu que ficaria em silêncio ao ouvir perguntas sobre seu papel como militar durante a ditadura no Brasil. Naquela ocasião, ele foi questionado pela senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) se, como ajudante de ordens do ministro do Exército no início do governo militar de Ernesto Geisel, sabia das torturas e participou das decisões e ações nos porões da ditadura. Ele, novamente, não forneceu respostas. 

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O blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, 48 anos, optou por ficar em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (21). Em pronunciamento inicial, afirmou que vai colaborar com o colegiado, em outro momento, quando a defesa tiver acesso às investigações contra ele. Wellington Macedo foi condenado por envolvimento na tentativa de explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022, e foi preso na semana passada no Paraguai.

"Vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso ao autos acusatórios contra essa pessoa que aqui está, que até hoje tem pago o preço tão alto, de tanta humilhação. Quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui, que vou colaborar com vocês respeitosamente. É só isso que tenho a falar", disse ele.

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A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez questionamentos ao blogueiro, mas recebeu a mesma resposta citada anteriormente. A postura também foi adotada diante das perguntas de outros parlamentares.

Governistas argumentaram que o advogado do apoiador de Bolsonaro tem acesso ao processo, inclusive porque ele já foi condenado.

A defesa de Wellington Macedo apresentou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir o comparecimento do bolsonarista no depoimento, o que foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso. O magistrado permitiu que o blogueiro ficasse em silêncio em questionamentos que implicassem autoincriminação.

Wellington Macedo estava foragido da Justiça brasileira até a última quinta-feira (14), quando uma operação conjunta da Polícia Nacional paraguaia com a Polícia Federal (PF) o localizou na Cidade do Leste, no Paraguai. O blogueiro foi preso e levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

Ele foi condenado em agosto por participar de uma tentativa de explodir um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília, uma semana antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros dois também foram condenados no caso: Alan Diego dos Santos Rodrigues e George Washington de Oliveira Sousa.

A CPMI do 8 de Janeiro tem vivenciado momentos de controvérsia nos trabalhos devido a decisões do STF.

Nesta quarta-feira, o ministro André Mendonça permitiu que o ex-ajudante de ordens da Presidência e braço-direito de Mauro Cid, o segundo-tenente Osmar Crivellati, não comparecesse ao depoimento, o que realmente ocorreu.

Diante da decisão de Mendonça, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), cobrou que a Mesa Diretora do Senado, por meio do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresente ao STF uma ação de descumprimento de preceito fundamental para definir se o colegiado tem poderes para ouvir pessoas convocadas. Maia ainda criticou as decisões monocráticas recentes que impediram a presença de convocados.

A CPMI está perto de encerrar as atividades. A previsão é que Eliziane Gama apresente um parecer ao colegiado até dia 17 de outubro, que será lido ao grupo e, posteriormente, votado.

Quem é Wellington Macedo?

Wellington Macedo participou do governo Bolsonaro como assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, cuja ministra era a atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Segundo o Portal da Transparência, o blogueiro tinha uma remuneração de R$ 10.373,30. A plataforma ainda mostra pagamentos de cerca de R$ 24 mil em indenizações e pagamentos de diárias após ser exonerado.

Depois da saída do ministério, o bolsonarista ainda recebeu quatro parcelas do auxílio-emergencial, de R$ 600, que foram pagos em maio, junho, julho e setembro de 2020.

O blogueiro foi preso pela PF em setembro de 2021 no inquérito que investigou a organização de manifestações violentas no feriado de 7 de setembro daquele ano. Na época, Wellington Macedo foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos responsáveis pela divulgação de um "ato violento e antidemocrático" previsto para aquela data.

Em postagem no Twitter, ele registrou uma provável referência ao golpe militar de 1964. "Após 57 anos, serão derrotados os que se achavam donos do poder. Poder o povo dá. Poder o povo tira, só o povo é o poder", disse.

Em 2022, Wellington Macedo tentou se eleger a deputado federal por São Paulo. Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), não teve sucesso ao obter 1.118 votos.

A campanha eleitoral do blogueiro nas redes sociais consistia na publicação de conteúdos em que ele aparecia exibindo uma tornozeleira eletrônica - a medida cautelar foi imposta pela ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em substituição da prisão preventiva no inquérito das manifestações do Dia da Independência de 2021.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio no depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 31. Os advogados do casal afirmaram que eles só prestarão esclarecimentos quando o caso passar do Supremo Tribunal Federal (STF) para a primeira instância.

"Os peticionários optam, a partir deste momento, por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que estejam diante de um juiz natural competente", diz o documento assinado pela defesa.

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As investigações sobre o esquema de vendas de joias recebidas pelo ex-presidente em compromissos oficiais é conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No documento, a defesa justifica que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou pelo "declínio da competência" sobre o caso, remetendo os autos para a 6ª Vara Federal de Guarulhos.

"Considerando ser a PGR a destinatária final dos elementos de prova da fase inquisitorial para formação do juízo de convicção quanto a elementos ou não a lastrear eventual ação penal, os peticionários, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhe são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados", diz o texto.

O advogado Fábio Wajngarten, que assina o documento, apresentou outro ofício para permanecer em silêncio, alegando não ter tido acesso aos autos e também por "declínio de competência". Ele também foi intimado a prestar depoimento nesta quinta.

Foro privilegiado

Desde 1º de janeiro, quando deixou o Palácio do Planalto, Bolsonaro não detém mais foro privilegiado. Com isso, os processos criminais contra ele deveriam em tese tramitar na primeira instância, a não ser que a ação envolva outras pessoas com prerrogativa de foro - o que não é de conhecimento público.

O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (DF), coronel Fábio Augusto Vieira, afirmou, nesta terça-feira (29), que ficará em silêncio diante dos questionamentos feitos pelos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

Preso desde agosto, Fábio Vieira foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, a não responder perguntas que pudessem o incriminar e a não prestar o juramento de dizer a verdade, do qual todos os depoentes são submetidos.

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Nos minutos iniciais da oitiva, a CPMI abriu para uma fala direta do coronel e ele disse ter ficado “consternado” com os atos. Além disso, negou ter compactuado com as ações dos golpistas.

"Fiquei consternado ao ver vândalos, verdadeiros terroristas, depredando prédios públicos e patrimônio histórico, e atacando instituições de nosso país, que sempre protegi com muita dedicação. Jamais compactuei, assenti, participei ou permiti que atacassem nosso Estado Democrático de Direito", declarou o coronel.

Logo em seguida, o ex-comandante da PM do DF foi direto: "Considerando que tais fatos são investigados na Procuradoria Geral da República e no Supremo Tribunal Federal, que os fatos investigados nesta CPI compõem a denúncia apresentada com prazo em curso para a minha defesa, e que não foi franqueada à minha defesa a íntegra dos documentos utilizados pela acusação na formulação da denúncia, e por orientação da minha defesa, vou permanecer em silêncio”.

Acompanhe ao vivo:

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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu que o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho poderá ficar em silêncio no depoimento que irá prestar nesta terça-feira (22), às 14h30, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados.

Pela decisão, Ronaldinho também poderá ser assistido por seu advogado e não poderá sofrer constrangimentos físicos e morais ao exercer o direito de permanecer calado.

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O ex-jogador foi convocado para depor em função de negócios que possui com uma plataforma que opera com criptoativos. 

O irmão do Ronaldinho, Roberto de Assis Moreira, foi convocado para depor e também poderá ficar em silêncio durante o depoimento à comissão.

A CPI  investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao todo, 11 empresas teriam cometido fraudes utilizando moeda digital, como a divulgação de informações falsas e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.

*Com informações da Agência Câmara

O ministro Edosn Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nessa quarta-feira (16) que o hacker Walter Delgatti poderá ficar em silêncio no depoimento que prestará amanhã na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro.

A decisão do ministro foi motivada por um habeas corpus preventivo protocolado no STF pela defesa do hacker. Fachin também garantiu que Delgatti poderá ser assistido por seu advogado durante o depoimento e afirmou que o hacker não poderá sofrer constrangimentos físicos ou morais ao permanecer calado diante de perguntas dos parlamentares.

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Delgatti foi preso pela Polícia Federal (PF) no início deste mês pela suposta invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A PF investiga se o ato foi promovido a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). De acordo com as investigações, o hacker teria emitido falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Mais cedo, Delgatti prestou depoimento à PF, em Brasília. Ele estava preso em Araraquara (SP) e foi transferido para a capital federal para ser ouvido sobre sua suposta participação nos ataques virtuais ao Poder Judiciário.

O ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, decidiu ficar em silêncio diante dos questionamentos dos deputados e senadores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. O tenente-coronel participa, nesta terça-feira (11), da sessão da CPMI. Já durante sua fala inicial, Mauro Cid deixou claro que não responderia as perguntas. 

"Por todo o exposto, e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPMI, considerando minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base no habeas corpus 229323, concedido em meu favor pelo STF, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio", disse.

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O silêncio de Mauro Cid é respaldado por um habeas corpus concedido pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão obriga Cid a comparecer à comissão e o concede o direito de ficar em silêncio diante de perguntas que possam incriminá-lo. Cid está acompanhado dos seus advogados. 

Acompanhe ao vivo:

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O ex-ajudante de ordem é apontado como um dos articuladores de uma conspiração para reverter o resultado eleitoral do ano passado, inclusive com planos de uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

*Com a Agência Brasil

Alvo de operação da Polícia Federal (PF) no dia do seu aniversário, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) não recebeu apoio daquele que considera um fiel aliado: o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nem o ex-chefe do Executivo e nem filhos Flávio, Eduardo e Carlos se posicionaram publicamente sobre o caso nas redes sociais.

O parlamentar é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As penas máximas para esses delitos, somadas, alcançam 31 anos e seis meses de prisão.

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Marcos do Val se alinhou a Bolsonaro nas eleições de 2018, quando levantou pautas como a flexibilização do porte de armas entre a população civil. Em fevereiro deste ano, o parlamentar alegou ter sofrido coação do ex-presidente Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado - mas deu versões diferentes sobre o caso.

Conforme mostrou o Estadão na época, Do Val mudou a sua versão sobre a suposta coação após receber ligações do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e passou a dizer que plano era de autoria do deputado cassado Daniel Silveira (PTB-RJ), numa tentativa de desvencilhar uma possível responsabilidade do ex-presidente.

Em razão das divergências, o ministro do STF Alexandre de Moraes mandou abrir inquérito para verificar se o senador mentiu no depoimento à PF sobre o tal do plano golpista. O ministro definiu a suposta tentativa de golpe como um episódio "ridículo" e classificou a ação como uma "operação Tabajara".

Os apoios a Do Val vieram do ex-vice-presidente Hamilton Mourão, hoje senador, e de parlamentares bolsonaristas. Para Mourão (Republicanos-RS), o caso se configura mais como "vingança do que dever de ofício".

A narrativa foi reproduzida pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG): "Multa de 22 milhões no PL, audiência do Bolsonaro pro dia 22 e busca e apreensão no dia do aniversário do Marcos do Val. Justiça ou vingança?", questionou.

O deputado André Fernandes (PL-CE) defendeu o direito de expressão de Do Val, que teve suas redes sociais derrubadas após decisão de Moraes. Marcos do Val também recebeu apoio do senador Eduardo Girão (Novo-CE).

Entenda a operação

Nesta quinta-feira (15), a PF cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador. Agentes vasculharam seu gabinete no Senado e outros dois endereços no Espírito Santo, sua base eleitoral. As diligências e a derrubada das redes sociais do senador foram decretadas por Moraes. A Polícia Federal pediu a prisão de Marcos do Val, mas o ministro não acolheu a solicitação. Durante a ofensiva, o celular do senador foi apreendido.

A operação ocorreu na mesma semana em que o parlamentar divulgou trechos de relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com alertas sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele afirmou que as pessoas iriam ver prevaricação de "Alexandre de Moraes e do presidente Lula".

Também nesta semana, o senador compartilhou um comentário em suas redes sociais em que sugeria que Moraes fosse investigado no inquérito que está sob sua própria relatoria, sobre a ofensiva antidemocrática.

Não é de hoje que Gisele Bündchen vive rodeada de rumores e suposições sobre a vida pessoal, né? Diante disso, a modelo decidiu abrir o coração à revista norte-americana Vanity Fair e falar sobre o divórcio com Tom Brady, além de colocar um ponto final na história de que teria pedido para o ex-jogador de futebol americano se aposentar para salvar o casamento.

Gisele começou descrevendo o processo de separação como um período muito doloroso que foi a morte de seu sonho. Apesar disso, ela deseja que Tom seja feliz.

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"Eu sempre torci por ele e continuarei para sempre. Se tem uma pessoa que eu quero é que ele seja a pessoa mais feliz do mundo. Quero que ele alcance e conquiste tudo. Quero que todos os seus sonhos se tornem realidade. É isso que eu realmente quero, do fundo do meu coração".

Bündchen ainda negou que a separação tenha sido por Tom não querer se aposentar da NFL na época, ou que era contra o trabalho do ex-marido, dizendo que, na verdade, adorava vê-lo jogando futebol. A modelo afirmou que o real motivo foi muito mais inocente.

"Às vezes vocês crescem juntos; às vezes você se distancia. Quando eu tinha 26 anos de idade e ele 29 anos, nos conhecemos, queríamos uma família, queríamos coisas juntos. Com o passar do tempo, percebemos que só queríamos coisas diferentes e agora temos uma escolha a fazer. Isso não significa que você não ame a pessoa. Significa apenas que, para você ser autêntico e realmente viver a vida que deseja, precisa ter alguém que possa encontrá-lo no meio, certo? É uma dança. É um equilíbrio".

Tom e Gisele anunciaram o divórcio em outubro de 2022 após 13 anos de casamento. O ex-casal são pais de Vivian Lake Brady e Benjamin Rein Brady. Recentemente, a brasileira foi vista com o professor de Jiu-Jitsu, aumentando os rumores de um novo romance.

A Advocacia Geral da União (AGU), que irá abrigar uma procuradoria especial destinada a combater notícias falsas nas redes sociais, silenciou sobre a recente manifestação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chamar de "golpe" o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O Estadão pede uma manifestação desde quarta-feira (25), sobre se esse seria um caso classificado como fake news pelo governo petista, mas não houve resposta.

A página oficial do Palácio do Planalto tratou como "golpe" o impeachment de Dilma Rousseff (PT), que seguiu os trâmites constitucionais, em publicação no dia 18. O PSDB foi à Justiça para questionar o governo. "Afirmar que o impeachment de Dilma se constituiu em 'golpe' é ato desprovido de verdade. Golpe, no sentido político, é aquele em que os representantes eleitos são destituídos de seu cargo fora das regras previstas na Constituição", destacou o partido.

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Dias depois, o próprio Lula chamou o ex-presidente Michel Temer de "golpista" em discurso durante visita oficial ao Uruguai. Temer, que assumiu o mandato após o impeachment de Dilma, ironizou e disse que sua chegada ao poder foi um "golpe de sorte".

A nova gestão da AGU, agora sob a alçada do ministro-chefe Jorge Messias, foi procurada pelo Estadão na última quarta-feira pedindo uma manifestação da Pasta. Não houve resposta e o pedido foi reiterado. Ontem, o ministro Messias pediu que fosse procurada sua assessoria.

Em nota, limitou-se a afirmar que a Procuradoria de Defesa da Democracia ainda não está ativa. "(A procuradoria) encontra-se, nesse momento, em fase de montagem do grupo de trabalho que discutirá sua regulamentação", disse. O órgão será responsável por futuras ações contra quem divulgar informações falsas nas redes sociais que estimulem o rompimento da ordem democrática.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) enviou, nesta quinta, 26, uma representação ao ministro Jorge Messias pedindo abertura de um procedimento judicial contra o presidente Lula por causa das declarações de que houve um golpe de Estado em 2016. "O presidente da República está deliberadamente propagando desinformações a respeito de um fato histórico", alegou o deputado.

Na última quinta-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou edição de Medida Provisória para determinar às redes sociais que retirem do ar postagens que atentem contra a democracia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres ficou calado em depoimento na manhã desta quarta-feira, 18, à Polícia Federal (PF). A assessoria do órgão confirmou que Torres optou por permanecer em silêncio.

Interlocutores do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que essa estratégia foi adotada porque a defesa do ex-ministro não teve acesso à investigação. A oitiva de Torres, que aconteceu no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF, durou cerca de uma hora, mas ele respondeu apenas que "não tem nada a declarar", disseram fontes ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O delegado Alexandre Camões Bessa, que comanda a investigação dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, conduziu o interrogatório.

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O Broadcast Político informou na segunda-feira, 16, que Torres vinha se preparando para negar ter conhecimento de que os atos antidemocráticos do dia 8 pudessem escalar para uma violência ao ponto que chegaram, com invasão e destruição dos prédios dos três Poderes. Contudo, o pool de advogados avaliou, desde então, que esse discurso poderia não ser bem recebido, já que o Ministério da Defesa enviou um alerta de segurança à SSP-DF no dia anterior, 7 de janeiro.

Além de se explicar sobre a falha na segurança durante os atos do dia 8, Torres também foi questionado no depoimento sobre o documento encontrado em sua casa pela PF que vem sendo chamado de "minuta do golpe". O texto fala em instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral para mudar o resultado das eleições.

O fim do Governo Bolsonaro tem sido marcado por manifestações silenciosas e uma sequência de omissões diante do próprio eleitorado. Desde a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, em outubro, bolsonaristas da ala mais radical têm fechado rodovias, promovido vandalismo e acampado em frente aos quartéis ao redor do país. O clima de descontentamento e histeria tem alimentado a narrativa de que houve fraude nas Eleições 2022, informação que já foi desmentida pelas próprias Forças Armadas. 

Chama atenção que a comunicação do atual governo, que sempre foi ativa nas redes sociais e assídua, ao menos ao dialogar diretamente com a bolha apoiadora, optou por reduzir as mensagens públicas. Até mesmo os filhos do mandatário — Carlos, Eduardo e Flávio — reduziram os embates nas redes. Em saídas recentes, Bolsonaro e a esposa, a primeira-dama Michelle, têm falado pouco e até mesmo chorado em público. 

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Enquanto o presidente deixava uma mensagem de Natal no Twitter no último fim de semana, a Polícia Militar do Distrito Federal investigava a participação de um militante bolsonarista em uma tentativa de atentado na capital federal. As equipes desarticularam uma bomba próxima ao aeroporto da cidade e, ao investigar os envolvidos, apurou-se que o autor se tratava de um apoiador de Bolsonaro, favorável ao golpe militar e com um arsenal em casa. O caso foi apenas mais uma das ameaças antidemocráticas não abordadas pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI). 

Para a cientista política Luciana Santana, a omissão é uma forma de se reafirmar enquanto líder político dentro da própria bolha, que enxerga Bolsonaro como uma vítima do sistema e da corrupção, e como um candidato injustiçado.

“Teremos quatro anos muito difíceis porque o bolsonarismo continuará insistente e questionando o governo eleito, independentemente de qualquer coisa, e dificilmente veremos uma liderança bolsonarista, ou o próprio Bolsonaro, se posicionando contra, porque é uma forma dele se manter ainda aceso enquanto liderança no país. Ele quer ter protagonismo nos próximos quatro anos, porque quer voltar ao poder de alguma maneira”, esclareceu a especialista. A entrevista pode ser conferida na íntegra abaixo. 

— Luciana Santana, doutora em Ciência Política e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)

LeiaJá: De que forma a postura conivente do presidente deve alimentar a narrativa das pessoas nas ruas? 

LS: O presidente opta por não fazer qualquer manifestação porque ele é conivente com elas. Se ele é conivente, é porque efetivamente está de acordo e, indiretamente, acaba incentivando esses comportamentos. Se a gente pode esperar que ainda aconteça algo ainda no início do próximo governo, acredito que será a presença de atos e manifestações. Vale lembrar que, a partir do dia 1º, depois da posse de Lula, há uma mudança no comando das Forças Armadas. Então, há uma tendência natural que as Forças Armadas tenham outro tipo de comportamento e comecem a dispersar as manifestações e, consequentemente, esses tipos de comportamento. 

LeiaJá: O governo eleito terá condições de dobrar o bolsonarismo a partir de 2023? 

LS: Uma desarticulação completa do bolsonarismo radical, consolidado, dificilmente vai acontecer. Não é nem o bolsonarismo que votou em Bolsonaro nas urnas, os 57 milhões de eleitores na íntegra, mas sim o bolsonarista raiz, que é uma parcela muito pequena, mas radical. O eleitor geral já entendeu que a eleição passou, que o outro governo foi eleito e que a vida segue. Ele pode até votar em alguma figura aliada até 2026, mas ao menos entende que o resultado está dado. O bolsonarismo ideológico deve seguir articulado e retroalimentado pelas redes sociais, mas creio que não ficarão mais nos quartéis. Assim como o trumpismo, nos Estados Unidos, o bolsonarismo permanecerá. 

LeiaJá: O GSI não se manifestou até agora. A postura não é anticonstitucional? 

LS: Os agentes à frente do GSI podem ser responsabilizados, desde que a Procuradoria-Geral da República abra um inquérito para investigar as omissões. Muita coisa vai acontecer no início do próximo governo, algumas ações para revogar medidas, mas mais no sentido de buscar responsabilização de vários atos, que deveriam ser tomados em termos de Estado e que simplesmente incorporaram uma veia de Governo, de forma ideológica. 

Algumas coisas Lula vai emplacar, outras não, porque ele precisa construir uma base junto ao Congresso Nacional e é preciso reconhecer que há uma composição desfavorável ao governo eleito. Ele vai precisar ter cautela e ver o que é possível fazer sem comprometer a governabilidade, então dificilmente deve acontecer um "revogaço" de uma vez. É uma oposição que Lula não teve até hoje; muito ideológica e que vai tentar atrapalhar a vida dele, especialmente no Senado. 

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A postura enérgica de Jair Bolsonaro (PL) esmoreceu desde o resultado das eleições que cravou sua saída da Presidência. Desaparecido por dias, o ainda presidente já não é mais tão ativo nas redes sociais e vem comovendo apoiadores com lágrimas em suas aparições públicas. Criticado por não ser mais objetivo em sua forma de se comunicar, - seja para incentivar ou rechaçar movimentos antidemocráticos- lhe restou adotar uma estratégia ambígua para evitar ainda mais danos à imagem do bolsonarismo.  

 Até as cenas de destruição do conflito entre seus apoiadores e a Polícia Federal em Brasília, na noite dessa segunda-feira (12), não foram suficientes para abalar a reclusão do presidente. As lives semanais que marcaram sua trajetória no Palácio já não eram mais transmitidas e os ataques quase diários à esquerda também deixaram de ser publicados.  

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Nas suas últimas semanas como chefe de Estado, Bolsonaro se equilibra entre uma corda bamba uma futura responsabilização judicial por sustentar manifestações golpistas e o esvaziamento do seu movimento político com a insatisfação dos seus admiradores, que esperavam mais ímpeto contra a definição do pleito. 

O Governo Bolsonaro foi caracterizado por uma comunicação mais direta com seu eleitorado. Reprodução/Redes Sociais

“A postura do presidente deve-se ao fato de não existir nenhum ganho político ou estratégico em se posicionar nesse momento. Afinal, as eleições foram concluídas, os vencedores foram definidos de qualquer fala do presidente que venha tocar em aspectos políticos pode representar uma não concordância com o resultado do processo”, observou o cientista político Caio Sousa, que também percebe a postura apagada de Bolsonaro como uma reação pessoal ao desgaste da derrota. 

Em um primeiro momento, esse silêncio serviu como estímulo aos manifestantes que bloquearam rodovias e montaram acampamentos em frente a quartéis por todo o país. O entendimento desses manifestantes era de que o Capitão planejava uma virada de mesa sem chamar atenção. “O silencio permite que as ideias venham a divagar e as pessoas possam criar uma série de possibilidades. No entanto, ele é presidente da República e não cabe a ele ficar constantemente ficar corrigindo pessoas que dizem o apoiar", comentou o cientista. 

 Os dias se passaram e a realidade se manteve até que Bolsonaro voltou a movimentar as redes com um vídeo em que pedia o debloqueio das rodovias. A reação após muita pressão foi necessária, mas sucinta diante do que se esperava e deu margem a interpretações equivocadas do texto constitucional por parte dos bolsonaristas, que intensificaram o clamor por um golpe de Estado.  

Bolsonaro precisa virar a chave para se manter como líder da extrema-direita. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Para Caio Sousa, Bolsonaro pensa a longo prazo. A ideia é não contrariar grupos extremistas mais acalorados e focar na reestruturação da oposição após o período natural de lua de mel do futuro governo. “Não criar opositores quando você tem cerca de 49% dos eleitores contrários ao presidente Lula. Então, não é politicamente inteligente você se opor aos apoiadores que você conseguiu. Ao mesmo tempo, você não precisa concordar com o posicionamento deles, acho que o silêncio reside mais nessa concordância em não criar opositores", avaliou.  

De figura combativa a uma figura desanimada, Bolsonaro chegou à Presidência e passou de um parlamentar do baixo clero a principal liderança política do país quando foi combativo. Passado o período de reclusão, mesmo sem cargo eletivo, ele vai precisar se reposicionar no cenário se quiser assumir a postura de líder da oposição. Para isso, o futuro ex-presidente precisa se manifestar para ocupar esse espaço. A não ser que queira abrir margem para o surgimento de uma nova liderança da extrema-direita. 

Anunciado nesta sexta, 9, o futuro ministro-chefe da Casa Civil, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), minimizou as declarações do presidente Jair Bolsonaro em discurso a apoiadores nesta sexta-feira, 9, no Palácio da Alvorada.

"Brasileiro votou, houve ganhador. Quem ganhou vai tomar posse no dia 1º de janeiro", afirmou Costa em entrevista à CNN Brasil. O petista afirmou ainda que a preocupação atual do brasileiro envolve a melhora da situação econômica do País, e não os arroubos golpistas do atual presidente.

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"Povo brasileiro tem grande expectativa de que o Brasil volte a crescer, gerar emprego e dar oportunidade de trabalho a jovens. As pessoas querem a volta de programas importantíssimos, como Minha Casa, Minha Vida", destacou.

Bolsonaro quebrou hoje o silêncio adotado desde a derrota nas urnas e conversou a primeira vez com apoiadores. No discurso, disse que "nada está perdido" e que "quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês", em referência aos simpatizantes.

Desde a derrota para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL) concentrou seus compromissos no Palácio do Alvorada, sua residência oficial, e deixou de aparecer no Palácio do Planalto. Ao longo do último mês, desde 30 de outubro, Bolsonaro despachou na sede do Executivo federal apenas cinco vezes, preferindo permanecer recluso na maior parte do tempo.

A ausência do presidente no Planalto e o início da transição entre governos deu ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, status de centro de poder em Brasília. A reclusão de Bolsonaro ocorre em meio a atos promovidos na porta de diversos quartéis em que seus apoiadores questionam o resultado das eleições.

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Além de evitar visitar a sede de governo, o presidente também não comentou a decisão do PL de pedir anulação do resultado de uma série de urnas no segundo turno.

Em declaração feita no dia 17 deste mês, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse que Bolsonaro se ausentou de compromissos públicos em decorrência de uma ferida na perna agravada por erisipela, que o impede de se vestir formalmente para o trabalho. Como mostrou o Estadão, ele também foi diagnosticado com uma nova hérnia, mais um efeito da facada que sofreu em 2018.

A primeira agenda oficial do presidente no Planalto após a eleição foi em 31 de outubro, quando se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele também encontrou outros ministros. A reunião ocorreu um dia após o segundo turno da eleição em que foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um vídeo do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) viralizou nas redes sociais neste final de semana. No conteúdo, o vice pede para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fale com o "seu povo". Desde que perdeu o segundo turno para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro tem se mantido fora dos holofotes das agendas públicas e das redes sociais.

"Você não vai falar para o seu povo, não? Abre o jogo", diz o vice. Em resposta, o presidente faz um sinal negativo com a cabeça. A declaração de Mourão foi identificada pela CNN após análise de leitura labial.

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A conversa entre os dois líderes aconteceu neste sábado (26), durante cerimônia do Aspirantado 2022, promovida pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Essa foi a primeira participação de Bolsonaro em uma agenda oficial depois do resultado das urnas, em 30 de outubro.

Bolsonaro, entretanto, não seguiu o conselho de Mourão. O chefe do Executivo não discursou durante o evento e saiu do local sem falar com a imprensa. Ele segue em silêncio também nas redes sociais.

O isolamento de Bolsonaro após o segundo turno tem sido justificado por aliados, dentre eles o vice Mourão, devido ao agravamento de uma ferida na perna por causa de erisipela, um tipo infecção cutânea. Na semana passada, o atual chefe do Executivo também foi diagnosticado com uma nova hérnia, reflexo ainda da facada da qual foi vítima em 2018.

Logo após romper o voto de silêncio que durou quase 45 horas após ser derrotado nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se dirigiu à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), onde se reuniu com oito integrantes da Corte e com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo o ministro Edson Fachin, Bolsonaro disse que considera o assunto do resultado das eleições encerrado. "O presidente da República usou o verbo acabar no passado. Acabou. Portanto, olhar para a frente", afirmou o ministro.

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Após o encontro, o STF divulgou a seguinte nota:

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, esteve na tarde desta terça-feira (1º) no Supremo Tribunal Federal a convite da Presidência, onde conversou com os Ministros da Corte que estavam presentes em Brasília: a presidente Rosa Weber, o decano Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça. Compareceu também o Ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os Ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo Presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras.

Tratou-se de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil.

Os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes saíram juntos da reunião e se mantiveram em silêncio diante das perguntas de jornalistas sobre a conversa com o presidente e os eventuais arranjos acertados para uma tentativa de pacificar o País. Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi alvo de severas críticas do presidente nos últimos anos.

Também participaram da reunião, que durou cerca de uma hora e dez minutos, os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça, os dois últimos indicados por Bolsonaro à Corte. O encontro durou cerca de uma hora e dez minutos.

Ao deixar o prédio, o presidente se manteve em silêncio. O ministro Paulo Guedes afirmou apenas que o encontro foi "supertranquilo" e "amistoso".

O prédio do STF está fechado nesta terça-feira, 1º, por causa do risco de invasão por apoiadores de Bolsonaro e do feriado de Finados. Além de ter o seu perímetro isolado por barricadas da Polícia Militar do Distrito Federal, o prédio do Supremo reforçou a sua segurança. É possível avistar agentes da polícia judicial portando fuzis ao fazer a ronda no prédio, que geralmente é realizada com o porte de armas não letais e pistolas de baixo calibre.

O Supremo Tribunal Federal (STF) classificou, em nota divulgada nesta terça-feira, 1º, como importante o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter reconhecido o resultado das eleições realizadas no último domingo, 30, e se manifestado publicamente para assegurar o direito de ir e vir no País, que está prejudicado pelas manifestações bolsonaristas contra a disputa presidencial. Segundo a Corte, o reconhecimento da derrota teria sido feito no momento em que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, anunciou o início da transição de governo.

Bolsonaro falou pela primeira vez nesta terça-feira, 1º, após a derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não reconheceu os resultados da disputa com petista e se restringiu a dizer que manifestações pacíficas são bem vindas. Nogueira, por sua vez, disse que vai comandar a transição assim que houve provocação judicial. Logo após o discurso no Alvorada, Bolsonaro se dirigiu ao STF para uma reunião com oito ministros.

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A Corte espera que o presidente recue para distensionar o clima de conflito espalhado pelas estradas e rodovias do País, que segue a quase dois dias bloqueadas por manifestantes inconformados com a derrota do presidente para Lula.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO STF

O Supremo Tribunal Federal consigna a importância do pronunciamento do Presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios e, ao determinar o início da transição, reconhecer o resultado final das eleições.

Depois de mais de 48 horas em silêncio, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um pronunciamento nesta terça-feira (1º), agradeceu pelos 58 milhões de votos recebidos no domingo (30) e, sem reconhecer o resultado do pleito, voltou a atacar o processo eleitoral ao afirmar que as manifestações representam indignação e injustiça que ele teria sofrido na eleição.

Jair Bolsonaro apareceu sorridente ao lado do filho, Eduardo Bolsonaro, de ministros e ex-ministros Após uma espera de quase duas horas da imprensa poder fazer perguntas, Jair Bolsonaro apareceu sorridente ao lado do filho, Eduardo Bolsonaro, de ministros e ex-ministros, com um discurso lido que teve a duração de dois minutos.  

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Bolsonaro destacou que as manifestações pacíficas são “bem-vindas”, mas que podem se igualar à esquerda. “Os movimentos populares são frutos de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população com invasão de propriedade, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir”, disse. 

De acordo com ele, a direita surgiu no Brasil e a representação dela no Congresso representa os valores “de Deus, pátria, família e liberdade”. “Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem, progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos as consequências de uma pandemia”. 

Ao voltar a exaltar sempre ter “jogado dentro das quatro linhas da Constituição”, Bolsonaro garantiu que vai continuar cumprindo a Constituição. “É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, religiosa, de opinião, e as cores verde e amarela da nossa bandeira”.

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