Jovem picado por cobra é preso suspeito de crime ambiental

Ele é suspeito de participar de um esquema de tráfico de animais e foi picado por uma naja kaouthia, espécie que não pertence a fauna brasileira

por Katarina Bandeira qua, 29/07/2020 - 09:28
Reprodução/Facebook Até o momento, Pedro e a família acumulam R$ 78 mil em multas ambientais Reprodução/Facebook

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (29) o estudante de veterinária Pedro Henrique Krambeck. Ele é suspeito de participar de um esquema de tráfico de animais e foi picado por uma naja kaouthia, no dia 7 de julho, espécie que não é nativa da fauna brasileira. Além da suspeita de crime ambiental ele também é acusado de tentar atrapalhar as investigações.

O estudante deve ficar detido por cinco dias. O mandado de prisão foi cumprido na casa onde ele mora com a mãe e o padrasto, no Guará, como parte da Operação Snake, deflagrada pela PCDF. No último dia 22 de julho, um amigo de Krambeck, Gabriel Ribeiro, que também é estudante de medicina veterinária, foi preso pela mesma operação, suspeito de tentar atrapalhar as investigações sobre esquema de tráfico de animais. 

A polícia suspeita que a naja tenha sido trazida ao país com uma licença irregular expedida por uma servidora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Com a mordida dada no estudante, foi possível descobrir uma associação criminosa responsável, inclusive, por destruir provas relacionadas aos crimes ambientais investigados.

Relembre o caso

O estudante de veterinária foi picado no início de julho por uma naja, chegado a entrar em coma. Ele teve graves consequências decorrentes do veneno, que pode matar um humano em 60 minutos. Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, de 22 anos, estava internado no hospital Maria Auxiliadora, na região de Gama, em Brasília, desde o dia do ataque e só conseguiu ser salvo graças a um soro antiofídico, que foi importado pelo Instituto Butantan.

A mordida da cobra altamente peçonhenta, nativa da África e sul da Ásia fez com que ele desenvolvesse uma necrose no braço e lesões no coração. As investigações sobre o caso começaram no dia 14 de julho. Policiais conversaram com funcionários e analisaram imagens do circuito de segurança do prédio em que o estudante mora com os pais e encontraram indícios de maus-tratos em 16 cobras que pertenciam ao estudante. O jovem foi multado em R$ 2 mil pelo Ibama por criar a naja sem autorização.

A criação de cobras peçonhentas é proibida no Brasil e o Ibama vai emitir uma multa que pode chegar a R$ 5 mil. O animal da estava desaparecido, mas foi recapturado pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), perto de um shopping, a 14 quilômetros de onde o estudante mora.

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