Empresas propõem escalonamento para evitar ônibus cheios

Urbana-PE quer que o escalonamento dos setores produtivos seja norteado pela oferta de ônibus. Modelo foi protocolado no Governo de Pernambuco e na Prefeitura do Recife

seg, 03/08/2020 - 13:16
Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo Apenas 70% da frota tem circulado no Grande Recife desde junho Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) propôs ao governo um modelo de escalonamento das atividades econômicas para reduzir a concentração nos horários de pico. A proposta prevê a criação de um comitê gestor com representantes do poder público e de diversos setores produtivos para que o escalonamento seja norteado pela capacidade de adequação da oferta do serviço de transporte público.

De acordo com a Urbana-PE, o transporte público por ônibus tem sido impactado há anos por um modelo inadequado de custeio, que sobrecarregaria os passageiros pagantes e limitaria a capacidade de investimento do setor. Com a pandemia do novo coronavírus, as dificuldades teriam se agravado.

Antes da pandemia, cerca de 46% da demanda se concentrava nos horários de pico, das 5h às 8h e das 16h às 19h. Mesmo com a redução da demanda total de quase 60%, a concentração nos horários de pico está em 49%. 

A proposta, desenvolvida com apoio da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), foi protocolada no Governo de Pernambuco e na Prefeitura do Recife. As empresas de transporte defendem que a gestão da demanda em função da oferta é uma estratégia para reduzir o nível de ocupação dos veículos nos horários de pico e otimizar a operação da frota, o que poderia continuar beneficiando o transporte público mesmo após a pandemia.

Desde junho, a frota de ônibus no Grande Recife está funcionando com uma redução de 70%. Em 27 de julho, a Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP) protocolou um pedido de aprovação de cronograma para retorno de 100% da frota. O funcionamento da totalidade da frota é considerado inviável pela Urbana-PE devido à queda na demanda de passageiros.

 A nota técnica com o detalhamento da proposta pode ser conferida aqui.

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