Covid-19 deixou Papai Noel quase sozinho na Lapônia

Atrás de uma tela de acrílico projetada para protegê-lo dos germes dos visitantes, Papai Noel explica que 2020 será um ano duro para ele e suas renas

seg, 21/12/2020 - 08:08
Koen van Weel Papai Noel chega ao Scheepvaartmuseum, em Amsterdã, em 15 de novembro de 2020 Koen van Weel

Os preparativos de Papai Noel em sua "cidade", localizada nos confins do norte da Finlândia, são mais austeros do que nunca, já que a Covid-19 impediu a chegada de turistas estrangeiros.

Atrás de uma tela de acrílico projetada para protegê-lo dos germes dos visitantes, Papai Noel explica que 2020 será um ano duro para ele e suas renas. "Foi um ano excepcionalmente difícil", afirma, em entrevista à AFP de sua caverna em Rovianiemi, na Lapônia finlandesa, sob o círculo polar.

"Este ano, as pessoas me pediram, sobretudo, felicidade, saúde... e uma colherada a mais de felicidade", embora as crianças continuem a pedir brinquedos e jogos, conta ele.

Devido às restrições, o parque de diversões "Vila do Papai Noel", sua residência oficial, viu as multidões de outros anos nesta época do ano se reduzirem a um pequeno número de intrépidos. Algumas dezenas de pessoas, quase o mesmo número de funcionários, visitam esta paisagem nevada.

"Normalmente, haveria milhares de pessoas, mas estamos globalmente sozinhos", observa Teppo Karjalainen, que chegou do sul da Finlândia com sua mulher, Andrea, e seus dois filhos.

A Finlândia foi fechada para viagens não essenciais, e os voos charter de três dias autorizados excepcionalmente para salvar a temporada não trouxeram muitos estrangeiros.

Com isso, não há filas, e alguns dos visitantes até têm a sorte de conversar um pouco com o Papai Noel, o que, considerando-se que o bilhete custa 79 euros, não é muito.

Em 2019, os turistas passaram 2,9 milhões de noites em hotéis na Lapônia finlandesa, da qual Rovaniemi é o centro turístico. Este ano, porém, o número teve de ser dividido por seis, e a maioria foi no início de 2020, antes da chegada do vírus.

"As comunidades locais estão realmente em risco", diz Sanna Kärkkäinen, presidente do escritório de turismo, que aponta que 5.000 empregos foram destruídos, e 700 milhões de euros (mais de 850 milhões de dólares) deixaram de entrar, devido à Covid-19. "Já nos informaram das primeiras quebras, e haverá outras", prevê.

Na ausência de visitantes, o parque de diversões concorrente, "Santa Park", decidiu suspender a temporada e se preparar para abrir no próximo inverno de 2021. Reduziu mais de 90% de seu quadro de funcionários e deve anunciar mais cortes, porque o hotel que permaneceu aberto também encerrará prematuramente sua temporada.

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