Rodoviários iniciam greve por tempo indeterminado na RMR
A paralisação lotou os poucos coletivos em circulação, o que representa o oposto do indicado para o enfrentamento da Covid-19 em Pernambuco
Anunciada desde a semana passada, a greve por tempo indeterminado dos rodoviários foi vigorada e dificulta a mobilidade na Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã desta terça (22). Com a frota reduzida, terminais integrados e pontos de ônibus estão lotados, mesmo com a tentativa da Companhia Brasileira de Trens (CBTU) de mitigar os impactos.
O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano considera o serviço de transporte público essencial devido a condição de crise sanitária e destacou a necessidade do cumprimento da Lei da Greve, que determina 70% dos coletivos em circulação nos horários de maior demanda. Entretanto, a medida não é respeitada e os recifenses sofrem para conseguir com a demora e veículos lotados para chegar ao trabalho e seus respectivos compromissos. A situação é totalmente contrária às medidas de enfrentamento à Covid-19 estipuladas pelo Governo de Pernambuco, sobretudo o distanciamento social.
Durante a manhã, representantes do Sindicato dos Rodoviários impediram a saída de ônibus das garagens e informaram que vão ser reunir às 9h na sede da entidade, na área Central do Recife, em todos os dias de paralisação, que segue sem prazo para o fim.
Para auxiliar o translado na região, o metrô do Recife ampliou o horário de pico em 1h e vai operar com menor intervalo entre as composições até às 9h30 pela manhã e até às 21h, no turno da noite.
A greve foi instaurada pois os rodoviários afirmam que o Sindicato de Empresas de ônibus (Urbana-PE) e o Governo de Pernambuco não cumpriram o acordo selado no dia 23 de novembro para evitar a iminente paralisação. De acordo com a categoria, nada do que foi negociado durante a conciliação com o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região foi cumprido.
Eles reivindicam a Urbana-PE pelo pagamento retroativo a partir de julho no salário e no ticket alimentação, o fim das demissões de profissionais e a estabilidade de seis meses. Já o Governo é acusado de ‘fazer corpo mole’ para pôr fim à dupla função aos motoristas e estabelecer o retorno dos cobradores.