Quem governa o Vaticano na ausência do Papa?

Francisco vai ficar internado durante ao menos uma semana

seg, 05/07/2021 - 11:11
ANDREAS SOLARO / AFP Vista da Praça de São Pedro ANDREAS SOLARO / AFP

Internado pela primeira vez desde o início de seu pontificado, o papa Francisco deve passar ao menos uma semana em um hospital de Roma para se recuperar de uma cirurgia no cólon.

Mas quem assume a gestão dos assuntos correntes do Vaticano durante a ausência do pontífice? Esse papel cabe oficialmente ao camerlengo da Santa Igreja Romana, cargo hoje ocupado pelo cardeal americano de origem irlandesa Kevin Joseph Farrell.

Aos 73 anos de idade, Farrell é camerlengo desde 14 de fevereiro de 2019, posto acumulado com as funções de prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e de presidente da Comissão de Matérias Reservadas.

O termo camerlengo deriva do latim medieval "camarlingus", por sua vez originado do germânico "kamerling", que significa, em tradução livre, "funcionário da câmara do soberano".

Tradicionalmente, o camerlengo assume a administração dos assuntos correntes do Vaticano em três situações: durante viagens ou internações dos papas ou após a morte de um pontífice, presidindo o período chamado de Sé Vacante.

Ele é ajudado por um vice-camerlengo, cargo ocupado atualmente pelo arcebispo brasileiro Ilson de Jesus Montanari. No entanto, ao contrário da Sé Vacante, onde há uma série de obrigações a cumprir até o conclave, a transferência de poder para o camerlengo durante ausências temporárias dos papas é uma mera formalidade.

No pontificado de João Paulo II, por exemplo, quem se ocupava da maioria dos assuntos correntes do Vaticano durante suas internações era seu secretário particular, cardeal Stanislaw Dziwisz.

Francisco foi submetido a uma cirurgia de três horas no último domingo (4) para corrigir uma estenose diverticular do cólon, estreitamento causado pelo surgimento de pequenas bolsas chamadas divertículos nessa parte do intestino grosso.

Segundo o Vaticano, o Papa está em "boas condições", não necessita de auxílio para respirar e deve ficar internado por "cerca de sete dias".

Da Ansa

COMENTÁRIOS dos leitores