Iraque registra mais de 12 mil casos diários de Covid-19

Mais de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas, e 18.347 morreram neste país, onde o sistema de saúde está em más condições, e a população continua muito cética em relação às vacinas

seg, 26/07/2021 - 12:44
Asaad NIAZI Incêndio se espalha por unidade do Hospital Al-Hussein, na cidade iraquiana de Nassíria Asaad NIAZI

O Iraque registrou 12.180 casos de coronavírus nas últimas 24 horas, o maior número desde o início da pandemia em março de 2020 - conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (26).

Mais de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas, e 18.347 morreram neste país, onde o sistema de saúde está em más condições, e a população continua muito cética em relação às vacinas.

O recorde "não nos surpreende, infelizmente, pelo descumprimento de medidas sanitárias obrigatórias, como proibição de reuniões, ou uso de máscara", declarou à imprensa o porta-voz do Ministério da Saúde, Saif al Badr.

"Este aumento se deve provavelmente ao período das festas do Eid, que envolveram muitos encontros, apesar das advertências do Ministério", acrescentou Al Badr, evocando uma "situação epidêmica perigosa".

Dos 40 milhões de iraquianos, pouco mais de 1,3 milhão foram vacinados até agora, de acordo com números do Ministério. Não há informação de quantas pessoas receberam a imunização completa.

Seja por desconfiança nas instituições, ou por informações falsas em circulação, o governo iraquiano não consegue superar o ceticismo geral em relação às vacinas e medidas de prevenção contra a pandemia.

Nos últimos dias, porém, o fluxo de cidadãos nos centros de vacinação aumentou, confirmaram correspondentes da AFP.

Dizimado por anos de corrupção, conflito e negligência, o sistema de saúde dificilmente consegue lidar com o aumento de infecções no país.

Dois incêndios mortais em unidades de covid-19 de um hospital em Bagdá em abril - que deixou mais de 80 mortos - e em Nassiriya este mês, com 60 mortos, ilustraram o colapso do sistema de saúde e alimentaram a raiva da população.

"Podemos conter as infecções, apesar da enorme pressão sobre nossas instituições de saúde", alegou Al Badr.

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