Toque de recolher noturno é estendido na Catalunha
O Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha deu sinal verde para prorrogar até 6 de agosto a medida
A Justiça espanhola autorizou nesta quinta-feira (29) a prorrogação por mais uma semana do toque de recolher noturno em Barcelona e em grande parte da Catalunha, região mais afetada pela nova onda de infecções no país, que já começa a dar os primeiros sinais de estabilização.
O Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha deu sinal verde para prorrogar até 6 de agosto a medida, que limita a movimentação entre 1h e 6h da manhã nas 163 cidades mais afetadas pelo vírus, disse a porta-voz do governo regional, Patricia Plaja.
Esta é a segunda prorrogação solicitada pelo Executivo catalão para estender esta restrição, à qual recorreu em meados de julho, alarmado com a explosão de infecções. A maioria dos casos registrados tem sido entre os menores de 30 anos, ainda pouco vacinados.
Além de voltar com o toque de recolher, que vigorava até o início de maio, as autoridades catalãs também decretaram o fechamento dos espaços internos das discotecas, o fim das atividades noturnas à 00h30 e a limitação de reuniões para um máximo de dez pessoas em espaços públicos e privados.
O aumento dos casos sujeita os hospitais catalães a uma forte pressão durante semanas, com 45% dos leitos nas unidades de terapia intensiva já ocupados por pacientes de covid-19, em comparação com 17% em nível nacional, de acordo com o Ministério da Saúde.
Outras regiões espanholas restauraram recentemente as restrições à vida noturna, ou pelo menos tentaram obter autorização na Justiça, como a Comunidade Valenciana, as Ilhas Baleares e a Andaluzia.
Em nível nacional, a incidência se estabilizou com quase 700 casos positivos a cada 100.000 residentes nos últimos 14 dias, de acordo com os dados de quarta-feira (28). A taxa ainda é, no entanto, cinco vezes maior do que há um mês. Na Catalunha, a taxa continua a ultrapassar 1.000 casos.
"Estamos começando a ver uma certa estabilização na curva de contágio", disse o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que reconheceu, porém, que a tendência ainda é "mínima".
Ao contrário de outros países europeus, como França, ou Itália, a Espanha não está atualmente pensando em estabelecer um passe nacional de saúde que libere o acesso a locais públicos.
Como a saúde é uma competência autônoma, porém, a região da Galiza (noroeste) tem exigido um certificado de vacinação, ou um teste negativo para o acesso a bares e hotéis, assim como à ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias. A Catalunha se opõe à medida.
A Espanha é um dos países europeus mais avançados em sua campanha de imunização, com 55,7% de sua população totalmente vacinada, e 66% já com uma dose, de acordo com dados oficiais divulgados na quarta-feira.