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As autoridades ucranianas anunciaram nesta quarta-feira (3) um toque de recolher de 58 horas a partir de sexta-feira (5) à noite em Kherson, perto da frente de batalha no sul do país, no momento em que Kiev finaliza os preparativos para uma contraofensiva ante as forças russas.

De modo paralelo ao anúncio, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, fez uma viagem surpresa à Finlândia, novo membro da Otan, para participar em uma reunião de cúpula de cinco países nórdicos.

Retomada em novembro em uma contraofensiva de sucesso, a cidade de Kherson permanecerá sob toque de recolher "das 20h (14h de Brasília) de 5 de maio até as 6h (0h de Brasília) de 8 de maio", anunciou no Telegram o comandante da administração militar regional, Oleksander Prokudin.

"Durante as 58 horas será proibido caminhar pelas ruas da cidade. Kherson também permanecerá fechada para entrada e saída", acrescentou.

Prokudin justificou as "restrições temporárias" pela "necessidade para que as forças de segurança possam fazer seu trabalho", mas não revelou detalhes.

Recentemente, as autoridades ucranianas afirmaram que estavam concluindo os preparativos para uma contraofensiva com o objetivo de reconquistar os territórios ocupados pela Rússia no leste e sul do país.

As tropas de Moscou ainda ocupam quase 20% da Ucrânia, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014.

Em meio aos boatos sobre onde começará a ofensiva de Kiev, os analistas apontam que o território do Donbass, onde acontece a violenta batalha de Bakhmut há vários meses, é mais acidentado. Em contraste, as regiões de Kherson e Zaporizhzhia, no sul, são formadas por grandes planícies agrícolas.

Apesar de ter sido libertada em novembro, Kherson ainda é alvo de bombardeios frequentes do exército russo, que está posicionado na outra margem do rio Dnieper, que virou uma fronteira natural entre os dois lados.

Nesta quarta-feira, um ataque russo contra um supermercado da cidade matou três civis e deixou cinco feridos, de acordo com o ministro do Interior, Igor Klimenko.

Na Rússia, um tanque de combustível pegou fogo durante a noite na cidade de Volna, localizada na região de Krasnodar, perto da Crimeia.

"Um tanque com derivados de petróleo sofreu um incêndio na localidade de Volna", disse o governador regional Veniamin Kondratiev. "De acordo com informações preliminares, não houve mortos ou feridos", acrescentou.

Segundo uma fonte dos serviços de emergência citada pela agência oficial TASS, o incêndio foi provocado pela "queda de um drone".

O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia anunciou nesta quarta-feira a detenção de sete integrantes de uma "rede de agentes da inteligência militar ucraniana que planejava executar atos de sabotagens e ataques terroristas na Crimeia".

O FSB informou que apreendeu explosivos e detonadores e indicou que o grupo planejava assassinar líderes políticos, como o governante da Crimeia designado por Moscou, Serguei Aksionov.

O aumento dos ataques e atos de "sabotagem" provoca temores de que ações do tipo possam afetar as comemorações militares do 9 de Maio, dia em que a Rússia celebra a vitória sobre a Alemanha nazista em 1945.

Várias cidades russas cancelaram as cerimônias programadas tradicionalmente para o "Dia da Vitória".

O grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscou, o grande evento do dia, está confirmado.

O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou na noite desta terça-feira (5) que o decreto de imobilidade dos cidadãos (toque de recolher) ficou sem efeito depois que mais de mil peruanos se manifestaram em Lima desobedecendo a ordem de ficar em casa. A medida deveria supostamente parar a violência na capital após protestos anteriores contra o aumento dos preços dos combustíveis e alimentos.

Antes mesmo da decisão, panelaços foram ouvidos nos bairros mais ricos da capital. Centenas de pessoas com camisas da seleção peruana tomaram as ruas para protestar contra Castillo. No começo da noite, eles se dirigiam para a Plaza San Martín, tradicional ponto de protestos na capital.

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Segundo a conta oficial da Conmebol no Twitter, a partida entre o Sporting Cristal e o Flamengo que estava prevista para esta noite -- e chegou a ser suspensa -- ocorrerá, mas com previsão de início às 22h (hora de Brasília). O jogo pela Libertadores estava marcado antes para às 21h30 (hora de Brasília).

Durante toda esta terça-feira, a capital do Peru e seu principal porto estiveram sob um toque de recolher, com soldados armados e policiais mobilizados para aplicar a medida. As ações foram denunciadas pela oposição como ilegais e marcaram a primeira vez desde o governo de Alberto Fujimori que as autoridades peruanas ordenaram que as pessoas ficassem em casa para controlar os protestos.

Ruas desertas

Nesta terça-feira, as principais rodovias e mercados de rua de Lima estavam quase desertos, e as principais linhas de ônibus e transporte público estavam fora de serviço. O governo disse que as pessoas poderiam deixar suas casas apenas em casos de emergência médica ou necessidade de comprar remédios ou alimentos.

Caminhoneiros e outros trabalhadores do transporte protestaram e entraram em greve pelos preços dos combustíveis e alimentos, bloqueando algumas rodovias importantes. Os protestos na semana passada resultaram em quatro mortes e na queima de postos de pedágio e saques em pequena escala.

A medida gerou imediatamente uma rejeição majoritária, entre eles da presidente do Congresso, a opositora María del Carmen Alva, que afirmou no Twitter que Castillo "não pode impedir o funcionamento do Congresso" de acordo com a Constituição. Segundo Alva, a Assembleia Legislativa "continuaria com a agenda marcada para hoje".

Rumores

A decisão do executivo foi tomada em meio a uma onda de rumores nas redes sociais sobre possíveis manifestações e saques em Lima nesta terça-feira, após a paralisação que as transportadoras realizam há uma semana.

Embora o Executivo peruano tenha decidido isentar a gasolina e o diesel do imposto de consumo seletivo até junho, Castillo justificou o toque de recolher devido aos "atos de violência que alguns grupos quiseram criar".

O presidente fez "um apelo à calma, à serenidade" e esclareceu que o protesto social é um direito constitucional, mas que deve ser feito "no quadro da lei, respeitando a integridade das pessoas, bem como o patrimônio público e privado" .

Defensoria do Peru apresenta ação na Justiça

A Defensoria do Peru apresentou nesta terça-feira um recurso de "habeas corpus" para que a Justiça revogasse o toque de recolher. A ação foi movida no Superior Tribunal de Justiça de Lima pelo defensor Walter Gutiérrez contra Castillo e diversos ministros.

"Solicitamos que a ação seja declarada procedente e, portanto, que seja anulada a imobilização social obrigatória", diz o documento.

O recurso foi proferido pouco depois da Defensoria de Justiça emitir um comunicado em que exigia ao Executivo "cessação imediata" do despacho por considerá-lo "inconstitucional". Castillo anunciou o toque de recolher minutos antes da meia-noite de segunda-feira, 4. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O prefeito da cidade de Kiev, Vitali Klitschko, impôs um toque de recolher que durará da noite deste sábado, 26, até a manhã de segunda-feira sem intervalos, disse o gabinete do prefeito. "Para uma defesa mais eficaz da capital e segurança de seus moradores, o toque de recolher será das 17 horas de hoje, 26 de fevereiro de 2022, até a manhã de 28 de fevereiro", afirmou em comunicado.

O gabinete disse que são necessárias regras estritas para limpar a cidade, que está sob bombardeios e tiros, de "grupos de sabotagem e reconhecimento do inimigo". O comunicado ainda acrescenta que todas as pessoas que estiverem nas ruas durante este período "serão consideradas membros de grupos sabotadores inimigos".

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O prefeito de Kiev implorou a outras nações que interviessem imediatamente contra o ataque que, segundo ele, matou civis. "Está acontecendo no coração da Europa", disse em um vídeo postado no Twitter . "Não há tempo para esperar, porque vai levar à catástrofe humanitária."

O Exército da Rússia recebeu ordens neste sábado para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia, apesar do crescente protesto internacional em sentido contrário, alegando que Kiev rejeitou as negociações.

"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério russo da Defesa, em um comunicado.

O Kremlin disse que o presidente Vladimir Putin havia ordenado uma pausa nos avanços das tropas na sexta-feira enquanto considerava possíveis negociações com a Ucrânia.

Porém, o governo russo disse nesta quarta que a Ucrânia rejeitou as negociações. O país, no entanto, não confirmou a rejeição das conversas, nem está claro que as forças russas interromperam de fato seu avanço na sexta-feira.

"Putin deu uma ordem na sexta-feira para interromper o avanço das tropas russas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres em uma breve teleconferência neste sábado. Peskov acrescentou: "Como o lado ucraniano basicamente recusou as negociações, hoje o avanço das principais forças russas foi renovado de acordo com o plano da operação."

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, propôs a Vladimir Putin uma negociação na sexta-feira. Ele disse que estava disposto a dialogar e até mesmo adotar um "status neutro" - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

"Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento", disse ele, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. "Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam garantias?" "Eu quero mais uma vez fazer um apelo ao presidente da Federação Russa. Vamos sentar na mesa de negociações e parar as mortes"

Terceiro dia de ataques

No terceiro dia de ataques à Ucrânia, as tropas russas tentam tomar a capital Kiev, mas encontraram resistência das forças ucranianas e da população civil. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Ucrânia, citados pela agência Interfax, 198 pessoas morreram desde o início da invasão russa, incluindo três crianças. Além disso, 1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças.

Por toda a Ucrânia, as pessoas se amontoaram em abrigos antiaéreos, fizeram fila em caixas eletrônicos e estocaram itens essenciais. O Reino Unido disse que a maioria das forças russas está a cerca de 30 km do centro de Kiev.

Segundo um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou ao jornal The New York Times, a maioria das mais de 150.000 forças russas concentradas contra a Ucrânia estão lutando no país, mas essas tropas estão "cada vez mais frustradas por sua falta de impulso".

Apesar de agora ter mais da metade de seu poder de combate dentro da Ucrânia, as tropas russas ainda não controlam nenhuma cidade, embora estejam se aproximando da capital Kiev e de outros centros urbanos, disse a autoridade.

No entanto, e apesar da resistência ucraniana, particularmente em torno de Kiev e Kharkiv, a maioria dos analistas americanos e ocidentais espera que os militares ucranianos desarmados sucumbam para as forças armadas russas maiores e tecnologicamente mais avançadas nos próximos dias. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O toque de recolher noturno, em vigor há quase dois anos no Peru, terminará neste fim de semana, segundo decreto publicado neste sábado (29), que prorrogou por um mês o estado de emergência pela pandemia de Covid-19.

O governo decidiu suspender o toque de recolher, de cinco horas de duração, por considerar que "não era mais eficaz", apesar de os contágios de Covid-19 em janeiro se aproximarem de um milhão (quase um terço do total), em meio a uma terceira onda, e que Lima foi posta em estado de emergência para conter a criminalidade.

A decisão, aprovada pelo Conselho de Ministros na quarta-feira, foi oficializada em decreto publicado no diário oficial, estendendo a todo o mês de fevereiro o estado de emergência nacional, declarado após o surgimento da pandemia no Peru, em março de 2020.

"Não haverá mais toque de recolher no nosso país, isso está anulado. A medida tem considerações sanitárias, foi feita uma avaliação (...) sobre o impacto do toque de recolher e consideramos suspendê-lo", disse na quarta-feira o ministro da Saúde, Hernando Cevallos, ao Canal N.

"O toque de recolher provocava aglomerações na volta do trabalho para casa", acrescentou.

No entanto, o ministro advertiu que vão continuar proibidos os bailes, as reuniões sociais (inclusive em residências), festas religiosas e todos os encontros "que impliquem concentração ou aglomeração de pessoas, que ponham em risco a saúde pública".

O estado de emergência permite restringir o exercício dos direitos constitucionais relativos à liberdade e à segurança pessoais, à inviolabilidade domiciliar e à liberdade e reunião e circulação.

O estado de emergência nacional, em vigor paralelamente à emergência sanitária pela pandemia, autoriza os militares a patrulhar, juntamente com a polícia, as ruas durante o toque de recolher noturno.

O Peru soma mais de três milhões de casos de Covid-19 e mais de 205.000 mortos.

O país, de 33 milhões de habitantes, tem a maior taxa de mortalidade da pandemia no mundo: 6.220 por milhão de habitantes, segundo um balanço feito pela AFP com base em dados oficiais.

Em 21 de janeiro foi registrado um recorde de quase 60.000 novos contágios, mas esta semana, diminuíram para 42.000 diários, em média, o que indicaria que a pior fase da terceira onda está passando.

Sydney, a maior cidade da Austrália, prolongou por mais um mês o confinamento adotado há dois meses e anunciou um toque de recolher parcial a partir desta sexta-feira (20), em uma tentativa de conter a propagação do coronavírus.

A primeira-ministra do estado de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, anunciou o que chamou de "difícil decisão" e afirmou aos cinco milhões de habitantes de Sydney que chegou o momento para que permaneçam "em refúgio".

"Infelizmente, o número de casos continua aumentando", declarou Berejiklian. "Dessa maneira será a vida para a maioria de nós até o fim de setembro".

Durante a maior parte da pandemia de Covid-19, Sydney registrou poucos casos, mas atualmente o número supera 600 por dia.

A ordem de permanência em casa seguirá em vigor na cidade até o fim de setembro. Pessoas que moram em áreas com focos do vírus terão que obedecer um toque de recolher noturno e poderão apenas fazer uma hora de exercício diário do lado de fora de casa.

Quase mil militares foram mobilizados para ajudar a polícia na tarefa de observar o respeito às restrições, pois cada vez mais cidadãos violam as normas.

Desde o início da pandemia, em dezembro de 2019 na China, a Austrália, com 25 milhões de habitantes, registra mais de 40.700 casos de covid-19, com 970 mortes.

Melbourne, a segunda maior cidade de maior população da Austrália, anunciou a instauração de um toque de recolher partir desta segunda-feira (16) e até 2 de setembro para lutar contra um foco da variante delta da Covid-19.

Os mais de cinco milhões de habitantes de Melbourne não poderão sair de suas casas entre 21h e 5h, anunciaram as autoridades.

Os trabalhadores de setores considerados essenciais precisam de uma permissão especial para poder circular pelas ruas.

O primeiro-ministro do estado de Victoria, Dan Andrews, afirmou que a decisão foi tomada depois da constatação durante o fim de semana que as pessoas não respeitaram as medidas de distanciamento nos encontros ao ar livre, nos bares e nas festas de família.

"Observamos muitas pessoas diferentes que desobedecem as regras, não fazem o que deveriam, tomam decisões realmente ruins", disse o primeiro-ministro.

Dan Andrews afirmou que é necessário evitar em Melbourne o que acontece no estado de Nova Gales do Sul, onde os oito milhões de habitantes, incluindo a população da cidade de Sydney, permaneceram confinados durante quase dois meses.

O estado mais populoso da Austrália registrou mais de 8.200 casos desde o início do foco em meados de junho, com 56 mortes relacionadas em uma população com reduzida taxa de vacinação.

Os habitantes de Canberra, a capital da Austrália, também permanecerão confinados até 2 de setembro.

Desde o início da pandemia, em dezembro de 2019 na China, a Austrália, país de 25 milhões de habitantes, registrou mais de 39.000 casos de covid-19, incluindo 966 fatais.

A Justiça espanhola autorizou nesta quinta-feira (29) a prorrogação por mais uma semana do toque de recolher noturno em Barcelona e em grande parte da Catalunha, região mais afetada pela nova onda de infecções no país, que já começa a dar os primeiros sinais de estabilização.

O Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha deu sinal verde para prorrogar até 6 de agosto a medida, que limita a movimentação entre 1h e 6h da manhã nas 163 cidades mais afetadas pelo vírus, disse a porta-voz do governo regional, Patricia Plaja.

Esta é a segunda prorrogação solicitada pelo Executivo catalão para estender esta restrição, à qual recorreu em meados de julho, alarmado com a explosão de infecções. A maioria dos casos registrados tem sido entre os menores de 30 anos, ainda pouco vacinados.

Além de voltar com o toque de recolher, que vigorava até o início de maio, as autoridades catalãs também decretaram o fechamento dos espaços internos das discotecas, o fim das atividades noturnas à 00h30 e a limitação de reuniões para um máximo de dez pessoas em espaços públicos e privados.

O aumento dos casos sujeita os hospitais catalães a uma forte pressão durante semanas, com 45% dos leitos nas unidades de terapia intensiva já ocupados por pacientes de covid-19, em comparação com 17% em nível nacional, de acordo com o Ministério da Saúde.

Outras regiões espanholas restauraram recentemente as restrições à vida noturna, ou pelo menos tentaram obter autorização na Justiça, como a Comunidade Valenciana, as Ilhas Baleares e a Andaluzia.

Em nível nacional, a incidência se estabilizou com quase 700 casos positivos a cada 100.000 residentes nos últimos 14 dias, de acordo com os dados de quarta-feira (28). A taxa ainda é, no entanto, cinco vezes maior do que há um mês. Na Catalunha, a taxa continua a ultrapassar 1.000 casos.

"Estamos começando a ver uma certa estabilização na curva de contágio", disse o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que reconheceu, porém, que a tendência ainda é "mínima".

Ao contrário de outros países europeus, como França, ou Itália, a Espanha não está atualmente pensando em estabelecer um passe nacional de saúde que libere o acesso a locais públicos.

Como a saúde é uma competência autônoma, porém, a região da Galiza (noroeste) tem exigido um certificado de vacinação, ou um teste negativo para o acesso a bares e hotéis, assim como à ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias. A Catalunha se opõe à medida.

A Espanha é um dos países europeus mais avançados em sua campanha de imunização, com 55,7% de sua população totalmente vacinada, e 66% já com uma dose, de acordo com dados oficiais divulgados na quarta-feira.

A Justiça autorizou nesta sexta-feira (16) o toque de recolher noturno solicitado pelo governo regional catalão em Barcelona e vários locais turísticos, para conter o aumento de casos de covid-19 nos últimos dias nesta região da Espanha.

Segundo o despacho consultado pela AFP, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha autorizou a aplicação do toque de recolher entre 01h00 e 06h00 da manhã, até o dia 23 de julho, em 161 municípios, incluindo Barcelona e também em cidades costeiras muito turísticas como Salou, Sitges e Lloret de Mar.

Esses municípios reúnem as condições definidas pelas autoridades sanitárias catalãs para solicitar a medida: população de mais de 5 mil habitantes, com uma incidência de mais de 400 casos por 100 mil habitantes nos últimos sete dias.

Desde o fim do segundo estado de alarme na Espanha, em 9 de maio, as regiões, competentes em matéria e saúde, são obrigadas a obter a aprovação da Justiça para aplicar o toque de recolher noturno.

Na quarta-feira, o presidente regional catalão, Pere Aragonès, explicou que solicitou esta restrição dada a situação sanitária, que definiu como "muito delicada" e "extremamente frágil".

Há vários dias, a incidência acumulada não para de aumentar na Catalunha. Na quinta-feira, segundo o Ministério da Saúde, ocorreram 1.107 casos de coronavírus por 100 mil habitantes na região, índice que ultrapassa em muito os limites de risco extremo.

A situação é ainda pior entre os jovens com entre 20 e 29 anos, que até agora não tiveram tanto acesso à vacina quanto os grupos de mais idade. Nesse grupo, a incidência na Catalunha é de 3.375 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

Desde segunda-feira, várias medidas foram adotadas em diferentes partes da Espanha para conter o agravamento dos casos.

Na Catalunha, as autoridades já decretaram o encerramento da animação noturna nos espaços interiores, e antecipam o encerramento de todas as atividades de lazer às 00h30.

Na vizinha região de Valência, os tribunais autorizaram na segunda-feira um toque de recolher noturno entre 1h e 6h em 32 locais, e a limitação de reuniões a dez pessoas.

No norte da Espanha, Navarra apresentará pedido semelhante, e Cantábria aguarda autorização da Justiça para aplicar o toque de recolher noturno em cidades como Santander.

A Catalunha é a região mais afetada pela explosão do número de infecções, mas a tendência de alta é generalizada na Espanha, com uma média, na quinta-feira, de 500 casos por 100 mil habitantes em 14 dias.

A média nacional é cinco vezes superior à observada há três semanas (92), o que dá uma ideia da propagação do vírus.

O impacto desta quinta onda da pandemia na Espanha tem se traduzido em um aumento limitado nas internações hospitalares. O número de mortes continua baixo, graças à campanha de vacinação, que cobriu a grande maioria da população mais vulnerável.

De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, 60,6% dos 47 milhões de residentes na Espanha receberam a primeira dose da vacina e 48,4% o esquema completo.

Quase metade dos dez milhões de portugueses estará outra vez submetida a um toque de recolher noturno a partir desta sexta-feira (2) para frear um surto de Covid-19 causado pela variante Delta, que já é predominante.

A medida se aplica aos 45 municípios mais afetados pelos contágios, localizados principalmente nas regiões de Lisboa e do Algarve (sul), além de cidades do norte como Porto ou Braga.

No total, cerca de quatro milhões de pessoas serão afetadas por este retrocesso do desconfinamento gradual, que Portugal iniciou em meados de março após uma situação sanitária crítica no início do ano.

"A situação não é comparável com os momentos mais difíceis vividos pelo país há um ano e meio, mas se agravou", disse a porta-voz do governo, Mariana Vieira da Silva, ao anunciar as novas restrições sanitárias na quinta-feira.

Nos municípios de risco "alto" ou "muito alto", restaurantes, cafés, comércios e espaços culturais devem voltar a reduzir seus horários e sua capacidade.

Os deslocamentos entre a região de Lisboa e o restante estão proibidos durante o fim de semana há duas semanas, para conter a propagação da variante Delta, identificada inicialmente na Índia.

As autoridades estão aumentando os testes de diagnóstico e acelerando a campanha de vacinação contra a covid-19.

Nesta sexta-feira pela manhã, dezenas de pessoas faziam fila durante horas para realizarem um teste de antígenos gratuito em um centro instalado pela Cruz Vermelha em frente a uma das principais estações de trem de Lisboa.

Pela primeira vez desde meados de fevereiro, Portugal superou nesta semana os 2.000 novos casos diários, quando há poucas semanas este número estava em torno de 500.

O governo socialista de Antonio Costa foi criticado por ser o único país da União Europeia (UE) a receber turistas britânicos durante três semanas a partir de meados de maio, quando a variante Delta, mais contagiosa, já circulava significativamente no Reino Unido.

"É uma repetição do que aconteceu entre dezembro e janeiro com a variante Alfa (identificada inicialmente no Reino Unido). Não nos concentramos no controle das fronteiras, já que Portugal depende em grande parte do turismo e, agora, estamos pagando a conta", comentou à AFP o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia.

O número de pacientes de covid-19 hospitalizados dobrou desde o final de maio e supera os 500, embora este número esteja muito abaixo dos quase 7.000 alcançados neste inverno boreal.

As autoridades portuguesas aumentaram recentemente o ritmo da vacinação. Até o momento, um terço dos habitantes já estão completamente vacinados.

O governo da Bahia prorrogou até o dia 1º de junho a restrição da locomoção noturna de pessoas, das 21h às 5h. A medida abrange todo o estado, com ressalva para as regiões da Chapada, Oeste, Sudoeste e Extremo-Sul, onde as medidas de restrição de locomoção valem das 20h às 5h.

De acordo com o governo do estado, nos municípios integrantes das regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI vier a se manter igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos, a restrição na locomoção será válida das 22h às 5h.

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Bares e restaurantes deve funcionar até as 19h todos os dias. No final de semana, o funcionamento desses estabelecimentos ficarão restritos à comercialização de alimentos e bebidas não alcoólicas, das 18h do dia 28 maio até as 5h de 31 de maio.

A venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos fica proibida, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery), com exceção apenas para as regiões de saúde que alcancem a taxa de 75% ou menos de ocupação de leitos de UTI, durante cinco dias consecutivos, informa o governo baiano por meio de seu site.

O funcionamento dos meios de transporte metropolitanos e ferry boat fica suspenso no período das 20h30 às 5h, de 28 até 30 de maio, sendo proibido o funcionamento nos dias 29 e 30. Já a circulação das lanchas será suspensa das 22h30 às 5h, tendo sua ocupação limitada a, no máximo, 50% de sua capacidade da embarcação durante o fim de semana.

Aulas

As unidades de ensino públicas e particulares podem manter as atividades de forma semipresencial. No entanto, para que isso ocorra, “é necessário que a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid esteja abaixo de 75%, por cinco dias consecutivos, nas regiões de saúde”. Além disso, as atividades letivas devem ficar condicionadas à ocupação máxima de 50% da capacidade de cada sala de aula e ao atendimento dos protocolos sanitários estabelecidos, detalha o governo baiano.

Eventos e shows

Continuam proibidos em todo o estado eventos e atividades que envolvam aglomeração de pessoas, independentemente do número de participantes, “ainda que previamente autorizados”. Segue também suspensa a realização de shows, festas, públicas ou privadas, independentemente do número de participantes, bem como atividades esportivas amadoras.

Eventos profissionais e científicos com até 50 pessoas e atos religiosos litúrgicos são permitidos, desde que ocorram com 25% da ocupação dos espaços. Academias também podem funcionar, mas apenas com um limite de 50% de sua capacidade.

Na noite dessa sexta-feira (23), o programa Alerta Nacional, comandado na RedeTV! por Sikêra Jr., recebeu o presidente Jair Bolsonaro. Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que pode usar as Forças Armadas para intervir nas medidas restritivas de prefeitos e governadores em combate à pandemia da Covid-19.

"Se tivermos problemas, nós temos um plano de entrar em campo. Eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. O nosso Exército, as nossas Forças Armadas, se precisar, nós iremos para as ruas. Mas não para manter o povo dentro de casa, e sim para restabelecer todo o artigo 5º da Constituição. Se eu decretar isso, vai ser cumprido este decreto", declarou o chefe do Executivo.

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Ainda no bate-papo com o apresentador, Jair Bolsonaro completou: "As nossas Forças Armadas podem ir para a rua um dia, sim, dentro das quatro linhas da Constituição para fazer cumprir o artigo 5º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, [garantir o] direito ao trabalho, liberdade religiosa de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores e alguns poucos prefeitos".

O artigo 5º da Constituição Brasileira, citado na entrevista pelo presidente da República, diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". Orientados por órgãos de saúde, prefeitos e governadores adotaram medidas de isolamento para conter o avanço do novo coronavírus.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), classificou como "revisão histórica" a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em declarar o ex-ministro e ex-juiz federal Sérgio Moro parcial ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação do triplex do Guarujá. A ação integrou as investigações da Lava Jato e a decisão desta terça-feira, 23, foi considerada uma das maiores derrotas da história da operação.

"A Operação (Lava Jato) jamais poderá ser contestada em sua coragem de enfrentar os poderosos, os grandes interesses, a corrupção sistêmica. Mas o Estado Policial, para o qual a Lava Jato descambou em certos momentos, lamentavelmente, com suas parcialidades, seletividade e perseguições, jamais poderá também merecer o perdão da História", escreveu o deputado no Twitter.

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O placar, de 3 a 2 favorável a Lula, na Segunda Turma do STF, sofreu uma reviravolta com a mudança na posição da ministra Cármen Lúcia. Ela alterou o voto proferido em dezembro de 2018. Com o entendimento, o caso agora terá de voltar à estaca zero.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira, 23, a ação apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para derrubar decretos dos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul que impuseram "toque de recolher" à população, endurecendo as restrições à circulação de pessoas diante do agravamento da pandemia.

A ação de inconstitucionalidade foi distribuída ao decano por prevenção e, ao Estadão, ele adiantou que tomaria uma decisão individual com celeridade.

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O processo foi movido pelo próprio Bolsonaro e não pela Advocacia Geral da União (AGU), a quem cabe representar judicialmente os interesses do Planalto perante o STF. Marco Aurélio considerou que caberia à AGU formalizar o pedido e rejeitou o recebimento da ação.

"O Chefe do Executivo personifica a União, atribuindo-se ao advogado-geral a representação judicial, a prática de atos em Juízo. Considerado o erro grosseiro, não cabe o saneamento processual", escreveu.

Na decisão de quatro páginas, o ministro ainda destacou que o governo federal não está isento de agir na pandemia. "Ante os ares democráticos vivenciados, impróprio, a todos os títulos, é a visão totalitária. Ao Presidente da República cabe a liderança maior, a coordenação de esforços visando o bem-estar dos brasileiros", frisou o decano. O trecho é um duro recado ao chefe do Executivo, que tem procurado se isentar das responsabilidades na condução da crise.

Na avaliação de Bolsonaro, os decretos afrontam as garantias estabelecidas na Declaração dos Direitos de Liberdade Econômica e 'subtraíram parcela importante do direito fundamental das pessoas à locomoção, mesmo sem que houvessem sido exauridas outras alternativas menos gravosas de controle sanitário'.

O presidente também queria que o STF estabelecesse que medidas de fechamento de serviços não essenciais exigem a aprovação de leis locais, por parte do Poder Legislativo, não podendo ser determinadas unilateralmente por decretos de governadores.

"Tendo em vista o caráter geral e incondicionado dessas restrições à locomoção nos espaços públicos, elas podem ser enquadradas no conceito de "toque de recolher", geralmente associado à proibição de que pessoas permaneçam na rua em um determinado horário. Trata-se de medida que não conhece respaldo legal no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro", diz trecho da ação assinada pelo presidente.

Desde o início da pandemia, o Supremo tem sido acionado para arbitrar a briga travada pelos entes federativos em torno das estratégias para conter o surto do novo coronavírus. Em abril do ano passado, os ministros decidiram que governantes locais têm autonomia para adotar medidas de quarentena e isolamento social. Antes disso, em março, o próprio Marco Aurélio concluiu, em um processo movido pelo PDT, que Estados e municípios poderiam decidir sobre restrições de locomoção - caso que atraiu a ação de Bolsonaro para sua relatoria.

Integrantes do governo admitiam reservadamente que o 'timing' da ofensiva no Supremo não é favorável aos pedidos do presidente, em virtude do estágio atual da pandemia. A ação foi protocolada no mesmo dia em que foi anunciada a morte cerebral do senador Major Olímpio (PSL-SP) após complicações pela covid.

Em transmissão ao vivo na quinta-feira passada, Bolsonaro chamou governadores e prefeitos que decretam medidas restritivas de "projetos de ditadores" que teriam, pelos atos, poder de "usurpar" a Constituição.

A escalada nas críticas do presidente Jair Bolsonaro a restrições adotadas por governadores para conter a pandemia levou nesta sexta, 19, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, a cobrar explicações do chefe do Executivo sobre referências a um possível estado de sítio no País. Fux telefonou para Bolsonaro após o mandatário afirmar, pela manhã, que "vai chegar o momento" em que o governo federal terá de tomar "ações duras". Ao ministro, o presidente negou que estivesse tratando de medida de exceção.

A ameaça feita por Bolsonaro ocorreu ao comparar o fechamento de comércios, escolas e toques de recolher adotados por Estados a um decreto de estado de sítio, medida que só pode ser tomada pelo presidente com aval do Congresso. Líderes do Legislativo, no entanto, rechaçaram ontem dar aval a qualquer iniciativa neste sentido.

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Em conversa com apoiadores no Alvorada, o presidente insinuou que o País caminha para um cenário de desobediência civil, em que a população se voltará contra governos locais. "O caos vem aí", disse. "Será que o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será que a população está preparada para uma ação do governo federal dura no tocante a isso? O que é 'dura'? É para dar liberdade para o povo. É para dar direito para o povo trabalhar. Não é ditadura, não", prosseguiu Bolsonaro, chamando de "hipócritas" e "imbecis" quem atribui suas declarações a uma tentativa de ruptura democrática.

"Um terreno fértil para a ditadura é exatamente a miséria, a fome e a pobreza. Onde um homem, com necessidade, perde a razão. Estão esperando o quê? Vai chegar um momento, gostaria que não chegasse esse momento, mas vai acabar chegando", afirmou o presidente.

A ofensiva do Planalto contra os governadores também incluiu uma ação no STF para derrubar decretos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul que preveem toques de recolher. Bolsonaro tenta reverter as restrições no momento em que o País passa pelo pior momento da pandemia, com recordes no número de óbitos diários por covid-19. Ontem, foram 2.730 novas mortes registradas.

Para o presidente, no entanto, as medidas são "uma decisão política desproporcional" e "subtraíram parcela importante do direito fundamental das pessoas à locomoção". Governadores criticaram a ação, assinada pelo próprio Bolsonaro.

Integrantes do governo federal admitiram reservadamente que o "timing" da investida no STF não é favorável. A ação foi protocolada anteontem, no mesmo dia da morte do senador Major Olímpio (PSL-SP) por complicações da covid.

Estado de sítio

A Constituição prevê que o presidente da República pode solicitar ao Congresso autorização para decretar o estado de sítio nos casos de "comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa" e "declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira". Questionada se o governo já discute internamente um decreto de estado de sítio, a Advocacia-Geral da União disse que "isso nunca foi assunto".

O decano do STF, ministro Marco Aurélio Mello, considerou a discussão levantada pelo presidente "inadequada". "A crise é, ante à pandemia, de saúde pública. Cabe ao poder central coordenar medidas, considerados Estados e municípios. Estes estão atuando. Estado de sítio é medida extrema e a quadra não o sugere", disse Marco Aurélio ao Estadão.

Para o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), "não há mínima razão fática, política e jurídica para sequer se cogitar o estado de sítio no Brasil". "O momento deve ser de união dos Poderes e ações efetivas para abertura de leitos, compras de medicamentos e vacinação", disse Pacheco, em nota.

O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que a chance de um eventual decreto ter aval do Congresso é "zero". "O País sofrendo os efeitos sanitários, econômicos e sociais do momento mais duro da pandemia, precisando de um líder que una o País pela vacina, pelas empresas e pelos empregos, e o presidente falando em estado de sítio e confrontando com discursos que dividem e dispersam energia", postou ele nas redes sociais. / COLABOROU PEPITA ORTEGA

Estado de sítio e toque de recolher

O Estado de sítio está previsto no art. 137 da Constituição e pode ser decretado diante de "comoção grave de repercussão nacional", da declaração de estado de guerra ou em resposta a uma agressão armada estrangeira. O presidente da República pode pedir autorização para decretá-lo mediante aval do Congresso Nacional. Durante a sua vigência - que deve ser de, no máximo, 30 dias a cada consulta -, alguns direitos fundamentais, como o de livre circulação, ficam suspensos.

Já o toque de recolher, apesar de não estar previsto na Constituição, é uma das medidas listadas na Lei 13.979/20, que dispõe sobre as medidas de enfrentamento à pandemia que podem ser aplicadas por prefeitos e governadores dentro das regiões de competência.

Ela permite restringir a circulação desde que baseada em evidências científicas. Medidas do tipo, porém, podem ir de encontro ao direito fundamental de livre locomoção - este, sim, previsto na Constituição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou não haver a "mínima" razão fática, política e jurídica para "sequer se cogitar" o estado de sítio no Brasil.

Trata-se de reação às referências à decretação de estado de sítio feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) contra medidas restritivas dos governos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul.

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"Volto a dizer que o momento deve ser de união dos Poderes e ações efetivas para abertura de leitos, compras de medicamentos e vacinação", afirmou Pacheco em nota à imprensa.

Em uma nova ofensiva contra governadores, o presidente Jair Bolsonaro acionou na noite desta quinta-feira, 17, o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar os decretos estaduais da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul, que determinaram "toques de recolher" para conter o avanço da pandemia da covid-19. O presidente considera que as medidas são "uma decisão política desproporcional". Bolsonaro entrou com a ação no STF no momento em que o País passa pelo pior momento da pandemia do novo coronavírus, com recordes sucessivos no número de óbitos diários.

Na avaliação de Bolsonaro, os decretos afrontam as garantias estabelecidas na Declaração dos Direitos de Liberdade Econômica e "subtraíram parcela importante do direito fundamental das pessoas à locomoção, mesmo sem que houvessem sido exauridas outras alternativas menos gravosas de controle sanitário".

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O presidente também quer que o STF estabeleça que medidas de fechamento de serviços não essenciais exigem a aprovação de leis locais, por parte do Poder Legislativo, não podendo ser determinadas unilateralmente por decretos de governadores.

"Tendo em vista o caráter geral e incondicionado dessas restrições à locomoção nos espaços públicos, elas podem ser enquadradas no conceito de "toque de recolher", geralmente associado à proibição de que pessoas permaneçam na rua em um determinado horário. Trata-se de medida que não conhece respaldo legal no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro", diz trecho da ação assinada pelo próprio presidente.

Integrantes do governo admitem reservadamente que o "timing" da ofensiva no Supremo não é favorável aos pedidos do presidente, em virtude do estágio atual da pandemia. A ação foi protocolada no mesmo dia em que foi anunciada a morte cerebral do senador Major Olímpio (PSL-SP) após complicações pela covid.

Até a publicação deste matéria, não havia sido ainda sorteado o relator da ação no STF.

Repercussão

Considerado aliado do presidente Jair Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou ao Estadão que os decretos contestados "não têm nada de inconstitucionais". "Foram editados dentro da competência a mim estabelecida na própria constituição e na lei", registrou.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), por sua vez, disse que o presidente "coloca energia em confronto, desprezando a gravidade da pandemia, quando poderia colocá-la em ajudar, conseguindo vacinas para a população".

Na mesma toada que Leite, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou em áudio divulgado no site do governo estadual que o presidente "além de não ajudar, faz questão de tentar atrapalhar". "Essa ação no STF é a tentativa dele de mais uma vez demonstrar que é aliado da morte e do vírus. Mais uma vez ele está tentando acelerar o número de mortes e acelerar a contaminação no Brasil. Ele vive da crise, vive do colapso. Como é incapaz de gerir o pais a minha sensação é que ele quer aprofundar a crise do país pra tentar polarizar uma parcela da sociedade. Infelizmente ele é só adepto desse tipo de retórica de baixo nível e de pouco apreço com a vida das pessoas", disse o governador.

Em transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 18, Bolsonaro antecipou a decisão do governo de entrar com uma ação no STF contra o toque de recolher. O chefe do Planalto chamou governadores e prefeitos que decretam medidas restritivas de "projetos de ditadores" que teriam, pelos atos, poder de "usurpar" a Constituição.

"Isso [toque de recolher] é estado de defesa, estado de sítio que só uma pessoa pode decretar: eu", disse o mandatário. "Mas, quando eu assino um decreto de defesa ou sítio, vai para dentro do Parlamento", acrescentou.

Ele disse que o Executivo enviou, ainda, um projeto de lei (PL) com urgência urgentíssima para o Congresso em que define o que são atividades consideradas essenciais durante a pandemia de covid-19. "É toda aquela que serve para o cidadão botar pão na mesa. Então, tudo passa a ser atividade essencial", apontou o presidente.

No início da "live", Bolsonaro sustentou que a ação no Supremo e o projeto ao Congresso visam dar satisfação a parcelas da população que têm feito manifestações contra medidas restritivas adotadas em Estados e municípios para reduzir o contágio pelo novo coronavírus, que têm se multiplicado na atual fase de colapso da rede hospitalar em praticamente todo o País.

"A maior produção que nós podemos ter é a nossa liberdade e a nossa democracia, que a gente sabe que, pelo que a gente vê acontecendo no Brasil, parece que não estão tão sólidas assim, devemos nos preocupar com isso", disse o presidente da República.

Na visão de Bolsonaro, as matérias teriam o objetivo de "restabelecer a ordem" e tornar os poderes da República "cada vez mais harmônicos". "Temos que cada um reconhecer sua importância e seus limites, senão o caldo pode entornar, ter briga em casa, ter tensões entre poderes, e ninguém quer isso aí", advertiu.

A partir da próxima segunda-feira (22) só poderão funcionar serviços essenciais na cidade de Juazeiro (BA) e haverá toque de recolher às 19h. A decisão do município segue o novo decreto de medidas mais restritivas estabelecido pelo Governo da Bahia para tentar conter o avanço da Covid-19 em 22 municípios do estado e valem até o dia 29 de março.

Com as novas medidas, será permitido o funcionamento de atividades relacionadas à saúde, comercialização de gêneros alimentícios e feiras livres. Os estabelecimentos comerciais como restaurantes, bares e congêneres devem funcionar com portas fechadas, sendo permitida apenas a entrega em domicílio (delivery) até às 24h.

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O toque de recolher, estabelecido anteriormente, iniciava às 20h e se estendia até as 5h do outro dia. Durante o período estava proibido a circulação de pessoas e veículos em vias públicas, exceto em caso de urgência comprovada. Agora o toque de recolher passa a valer a partir das 19h, até as 5h, em todo o Estado.

Covid-19 na Bahia

Até agora já foram registrados na Bahia 758.168 casos de Covid-19, desde o início da pandemia. No boletim epidemiológico da última quinta-feira (18), nas últimas 24 horas, foram 4.584 novos casos da doença, isso significa um crescimento de 0,6% de casos diários e 153 óbitos.

O estado enfrenta superlotação dos seus leitos  de terapia intensiva de tratamento para pacientes com Covid-19, no momento 446 pacientes estão na lista de espera por uma vaga em UTI.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou em transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 18, que a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra decretos estaduais de três governadores contendo medidas restritivas, como toque de recolher.

"Isso (toque de recolher) é estado de defesa, estado de sítio que só uma pessoa pode decretar: eu", disse o mandatário. "Mas, quando eu assino um decreto de defesa ou sítio, vai para dentro do Parlamento", acrescentou.

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O chefe do Planalto chamou governadores e prefeitos que decretam medidas restritivas de "projetos de ditadores" que teriam, pelos atos, poder de "usurpar" a Constituição.

Ele disse que o Executivo enviou, ainda, um projeto de lei (PL) com urgência urgentíssima para o Congresso em que define o que são atividades consideradas essenciais durante a pandemia de covid-19. "É toda aquela que serve para o cidadão botar pão na mesa. Então, tudo passa a ser atividade essencial", apontou o presidente.

No início da live, Bolsonaro sustentou que a ação no Supremo e o projeto ao Congresso visam dar satisfação a parcelas da população que têm feito manifestações contra medidas restritivas adotadas em Estados e municípios para reduzir o contágio pelo novo coronavírus, que tem se multiplicado na atual fase de colapso da rede hospitalar em praticamente todo o País.

"A gente sabe que, pelo que a gente vê acontecendo no Brasil, parece que a nossa liberdade e a nossa democracia não estão tão sólidas assim, devemos nos preocupar com isso", disse o presidente da República.

Na visão de Bolsonaro, as matérias teriam o objetivo de "restabelecer a ordem" e tornar os poderes da República "cada vez mais harmônicos". "Temos que cada um reconhecer sua importância e seus limites, senão o caldo pode entornar, ter briga em casa, ter tensões entre poderes, e ninguém quer isso aí", advertiu.

O governador Belivaldo Chagas (PSD) anunciou nesta segunda-feira (15) o endurecimento das medidas de combate à Covid-19 em Sergipe. A principal delas é o toque de recolher entre 20h às 5h, que começa nesta quarta-feira (17) e vai até domingo (21).

Além disso, as praias estarão fechadas no fim de semana, nos dias 20 e 21. A ideia do governador era também suspender o ponto facultativo do feriado do aniversário de Aracaju, que acontece nesta quarta, mas não será possível. Isso porque o ponto facultativo está previsto na Lei Orgânica da capital.

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Na próxima segunda-feira (22) haverá nova reunião com o comitê técnico-científico. O governador não descarta a possibilidade de lockdown caso os números da doença no Estado não melhorem. Segundo dados do governo local, Sergipe tem mais de 159 mil casos e 3,1 mil mortes pela Covid-19. A situação nos hospitais é crítica: entre os leitos de UTI adultos, a rede privada já chegou a 102,3% de ocupação, enquanto a rede pública possui taxa de 85,3%.

O governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC), anunciou na tarde desta sexta-feira (12), que o Estado publicará ainda nesta data um decreto com novas medidas restritivas para enfrentar a pandemia. Entre elas, o toque de recolher entre 23 horas e 5 horas, indo ao encontro do que já tinha sido adotado pela capital fluminense.

As novas medidas valerão até a próxima quinta-feira, e haverá reuniões semanais com prefeitos da região metropolitana e com o setor produtivo para analisá-las antes de uma possível renovação.

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Boates, casas de espetáculo e rodas de samba estão proibidas de funcionar; bares e restaurantes só podem funcionar até 23h e com 50% de ocupação, sendo que municípios podem optar por horários mais limitados - na capital, por exemplo, têm que fechar às 21 horas.

O comércio, por sua vez, deve abrir em horários escalonados, e bancas de jornal não podem vender bebidas alcoólicas. Citadas brevemente por Castro ao lado de prefeitos e de representantes da economia, as medidas devem ser mais detalhadas no decreto.

Vacinação

Na coletiva de imprensa, o governador também afirmou que o Estado trabalha para criar um plano de vacinação unificado.

Após a capital interromper o calendário de imunização por falta de doses, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que a escassez se dava por causa da ida de moradores de outros municípios a postos de Saúde do Rio.

Escolas

O ponto ainda em aberto sobre as novas medidas restritivas envolve um possível fechamento das escolas. Em entrevista à TV Globo, o secretário estadual de Educação, Comte Bittencourt, disse que elas fechariam nos municípios localizados em áreas com bandeira vermelha, ou seja, aqueles em que a situação pandêmica está mais grave. Na coletiva, contudo, Castro negou a intenção.

"Acabei de ligar para ele (Comte) e falei que nós, em conjunto, decidiremos até semana que vem esse fechamento. Não iremos fechar hoje porque os prefeitos, junto com o governo, vão decidir o que fecha ou não", disse, antes de reverberar um pensamento também manifestado pelo prefeito da capital, Eduardo Paes (DEM): "Não desejo o fechamento das escolas. Elas têm que ser as últimas a fechar e as primeiras a abrir."

Discussão com Doria

Na quinta-feira, 11, Castro teve atrito com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O tucano criticou o mandatário fluminense por não ter assinado a carta batizada de "Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde", endossada por governadores. No Twitter, ele rebateu recomendando a Doria um chá de camomila.

"Respeito o governador de SP. Reconheço sua liderança, mas acho que está fora do tom. Espero que sua atitude não seja reflexo do novo cenário eleitoral, e sim por conta do aumento de casos da Covid. Recomendo a ele um chá de camomila e que cuide de SP, porque, do Rio, cuido eu", escreveu o aliado do presidente Jair Bolsonaro.

Perguntado sobre as declarações nesta sexta, Castro voltou a criticar o posicionamento do paulista e indicou que ele faz "politicagem" com a pandemia. "A gente não faz politicagem. Quem tem falado é a técnica, ao contrário de outros por aí que fazem palanque na hora da coletiva", apontou. "Ele (Doria) não está aqui no Rio de Janeiro para saber o que está se passando. Ele não ouve nossos técnicos, nossa cadeia produtiva."

O Rio vinha sendo questionado sobre a demora em adotar medidas restritivas, enquanto outros Estados anunciavam fechamentos mais severos. Segundo Castro, só agora os técnicos ouvidos pelo governo as recomendaram, já que a situação estaria menos alarmante do que em locais como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os três citados por ele durante a explicação.

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