Número de famílias endividadas cresce em Pernambuco

Dados são da pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

por Jameson Ramos qua, 01/12/2021 - 17:08
Pixabay As famílias estão mais endividadas Pixabay

O percentual de famílias que declaram estar endividadas em Pernambuco cresceu 1,4 pontos percentuais, quando comparado o mês de novembro deste ano com o mesmo período do ano passado. Já o percentual de famílias com dívidas entre outubro e novembro permaneceu praticamente estável, saindo de 78,2% para 78,8%.

Esses dados foram levantados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O recorte local feito pela Fecomércio, por sua vez, mostra uma leve piora em novembro: segundo a pesquisa, o percentual de famílias com contas atrasadas subiu 1,1 pontos e ficou em 31,4% em novembro. 

“Com esse movimento, a série interrompeu uma trajetória de 4 meses em queda, após passar de 33,2% em junho para 30,3% em outubro. Na comparação com novembro do ano anterior, o indicador subiu 2,4 pontos”, explica o assessor econômico da Fecomércio-PE, Ademilson Saraiva.

Já o percentual de famílias que se dizem sem condições de pagar as contas atrasadas seguiu em trajetória de elevação e encerrou novembro deste ano em 16,8%. Na passagem de outubro para novembro, o indicador subiu 1,1 pontos e já se encontra 4,2 pontos percentuais acima do patamar observado em novembro do ano de 2020, quando era de 12,6%.

Dimensão do endividamento

Em novembro do ano passado, 13,5% das famílias se diziam muito endividadas e, agora em 2021, essa proporção chegou a 21,8%. O percentual das que se dizem mais ou menos endividadas caiu 3,1 pontos em relação ao mesmo mês de 2020, mas teve elevação de 3,5 pontos em relação ao mês de outubro deste ano.

“Verifica-se que, embora a proporção de famílias endividadas não tenha sofrido alteração substancial na comparação com novembro do ano passado, a composição do indicador aponta mudança relevante sobre a percepção desse endividamento”, comenta Saraiva.

O demonstrativo por tipo de dívidas aponta que o cartão de crédito elevou levemente sua participação entre os débitos declarados pelas famílias endividadas no mês de novembro, na comparação com o mês anterior.

O cheque especial, por sua vez, cresce entre os tipos de dívidas mencionadas pelas famílias como componentes do endividamento recente: estavam 7,9% em novembro de 2020, chegou a 11,6% em outubro deste ano e avançou para 14,1% em novembro.

“Nesse sentido, o pouco espaço para busca de crédito ou para refinanciamento das dívidas já existentes, devido à situação ainda frágil no mercado de trabalho, pode estar forçando o atraso de contas e levando as famílias a contrair dívidas em conta corrente para saldar outros débitos e potencializando o endividamento no curto prazo”, ressalta o assessor econômico da Fecomércio-PE.

Cabe destacar que o cheque especial tem a terceira maior taxa média de juros entre as modalidades de crédito livre às pessoas físicas, em torno de 129%, atrás apenas do parcelamento do cartão de crédito (169%) e do crédito no rotativo (aproximadamente 340%).

*Com informações da assessoria

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