Eugênio elenca atitudes do STF como "espetáculo"
O presidente do PT em Pernambuco saiu em defesa dos seus correligionários condenados no Caso do Mensalão
O presidente do PT em Pernambuco e deputado federal, Pedro Eugênio, criticou a maneira como o Supremo Tribunal Federal (STF) conduziu o desfecho do julgamento dos réus da Ação Penal 470, que versa sobre o caso do Mensalão. O deputado questionou os acontecimentos que sucederam as ordens de execução das penas de José Dirceu (PT), José Genoino (PT) e Delúbio Soares (PT).
“O Tribunal, que se curvou aos órgãos da imprensa e fez julgamentos sem provas, agora, não como um fato isolado, mas como consequência da sistemática maneira de tratar o Partido dos Trabalhadores e seus militantes, faz esse espetáculo deplorável”, disse. Eugênio fez ainda referência a fatos pessoais, quando citou as dificuldades vividas durante o período em que ficou preso no DOI-CODI na época da ditadura. “Nunca fiz disso uma bandeira pessoal. Mas faço referência a isso porque quero perguntar: onde está a Justiça?”, indagou.
O deputado demonstrou-se preocupado com o estado de saúde do deputado licenciado José Genoíno, que se submeteu a cirurgia em julho, após ser diagnosticado com dissecção da aorta, um rompimento da artéria que pode provocar grave hemorragia. Pedro Eugênio disse que há três anos, também foi acometido pelo mesmo problema de saúde. “Levei três meses para ser liberado, para poder caminhar fora de casa, saindo do tratamento intensivo. E fazem com que o companheiro, com muito menos tempo, seja levado ao cárcere e submetido à pressão psicológica que afeta diretamente o sistema vascular das pessoas”, disse.
Manifesto - Pedro Eugênio assinou uma carta de repúdio às prisões dos réus da AP 470, ordenadas pelo STF. O manifesto, que também é assinado por juristas, advogados, entidades e membros da sociedade civil, classifica como “açodamento e ilegalidade” a forma como foram realizadas as prisões dos condenados.