Tópicos | José Dirceu

Ex-ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Dirceu afirma que, na eleição de 2026, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) pode ser uma candidata à Presidência competitiva. Ele argumenta que, apesar de inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda pode transferir capital eleitoral aos candidatos.

"Eu não subestimaria a Michelle como candidata", disse Dirceu em entrevista à CNN nesta quinta-feira, 25. "O Bolsonaro tem uma natureza de uma força, o Bolsonaro elegeu senadores, o Tarcísio foi eleito em São Paulo."

##RECOMENDA##

Apesar de reconhecer a competitividade de um candidato bolsonarista na próxima eleição presidencial, o petista reitera o favoritismo do atual presidente. "Em 2026, nós vamos reeleger o Lula", disse Dirceu, um dos fundadores do PT, que diz estar de volta à cena política. "Vou passar a falar publicamente agora. Vou participar do debate público a partir deste ano."

O quarto mandato de Lula, na análise de José Dirceu, é parte de um projeto de poder de longo prazo. Na entrevista, ele afirmou que um ciclo de governo de 12 anos à esquerda "é viável, é possível". "Quando nós chegamos no governo, eu disse que tínhamos que ter uma perspectiva de 20 anos, e nós tivemos. Se a Dilma não tivesse sofrido golpe, nós teríamos governado o Brasil por 20 anos", disse.

Michelle é cotada na ‘linha sucessória’ no PL

Desde o fim do mandato de Jair Bolsonaro, o partido do ex-presidente têm apostado em Michelle como nova liderança do bolsonarismo. A ex-primeira-dama assumiu a presidência do PL Mulher em fevereiro de 2023 e, desde então, tem cruzado o País em palestras e eventos. No comando do braço feminino do partido, ela recebe o mesmo salário de um deputado federal, R$ 33,7 mil, além de ter as suas despesas de viagens bancadas pela sigla.

Michelle Bolsonaro já é cotada pelo PL para disputar a cadeira do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), que tem possibilidade de ficar vaga. O ex-juiz pode ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e, se confirmada a saída dele do cargo, uma eleição suplementar para senador terá que ser realizada. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou, no entanto, que Michelle não está interessada na eleição ao Senado.

Dirceu projeta a disputa em 2026

Jair Bolsonaro está inelegível até 2030 e Michelle é uma aposta do PL para suceder ao marido como principal liderança à direita do País. Outros partidos também estão se mobilizando para construir seus respectivos projetos. À CNN, Dirceu ponderou esse fator. "Precisa ver quais partidos vão com Bolsonaro. Será que o PL, o PP, o PSD, o União Brasil vão junto? É muito improvável que isso aconteça. Então, também não é tão simples", analisou.

Para o petista, governadores como Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, estão no páreo. Outros nomes, como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, precisam construir viabilidade. A disputa, resume Dirceu, ainda "não está muito definida".

"Estou vendo o PSD falando no Ratinho Jr., o nosso Caiado, nosso vizinho, o Tarcísio pode ou não ser candidato, por enquanto o Zema eu não sei se ele consegue viabilizar uma candidatura. Eu vejo que, por enquanto, não está muito definido isso", afirmou.

Resistência ao papel de Janja

Na entrevista, Dirceu foi questionado quanto aos personagens políticos que desempenham o papel de conselheiros do presidente Lula. Nos primeiros anos da gestão petista, entre 2003 e 2005, o próprio José Dirceu foi um dos principais nomes com essa atribuição.

"O presidente está bem assessorado", disse Dirceu, referindo-se a Rui Costa, ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, líder do Governo no Senado, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e deputada federal pelo Paraná, e Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais.

Na análise, Dirceu disse que Rosângela da Silva, a Janja, não só pode como deve desempenhar o papel de conselheira informal, e que a resistência ao seu desempenho se deve, em certa medida, ao machismo. "Por que o presidente pode ter amigos que são conselheiros dele, influentes, como vocês mesmos reconhecem, e ela não pode ser uma conselheira influente do presidente? É machismo? É preconceito? Eu não vejo nenhum problema nisso."

A influência de Janja sobre Lula tem motivado ataques de opositores e preocupação no governo desde o início deste mandato do petista. Uma das críticas recorrentes é de que ela extrapola os limites da atuação de uma primeira-dama, uma vez que não foi eleita, e tenta influenciar em decisões que caberiam a políticos eleitos.

Em entrevista na terça-feira, 23, o presidente Lula afirmou que a primeira-dama é uma espécie de farol para ele, que o guia e chama a sua atenção quando há "coisa errada". Lula disse ainda que os posicionamentos da primeira-dama "obviamente" o ajudam no trabalho na Presidência.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na manhã deste sábado, 25. De acordo com o seu filho, o deputado federal Zeca Dirceu (PT- PR), ele retirou o dreno da cabeça e está andando, com a ajuda de um fisioterapeuta.

José Dirceu segue em observação e, por ora, deve receber alta até o começo da próxima semana.

##RECOMENDA##

Na quinta-feira, 23, ele passou por uma cirurgia no cérebro devido a um hematoma subdural. Trata-se de um acúmulo de sangue que pode alterar a pressão do cérebro e, por isso, precisa ser drenado.

Casos mais simples podem ser tratados com medicamentos, porém, Dirceu precisou de cirurgia.

Ele está internado no DF Star, um hospital particular na Asa Sul, em Brasília (DF). Ainda na tarde da sexta, 24, Zeca Dirceu divulgou um áudio do pai, afirmando que seus exames "estão normais".

O próprio ex-ministro falou que terá que ficar dois dias ainda em observação.

No primeiro governo Lula (PT), Dirceu foi ministro da Casa Civil, cargo hoje ocupado por Rui Costa (PT - BA). Ele foi acusado e condenado por ser um dos organizadores do esquema do mensalão, que veio à tona em 2006. Em 2015, o ex-ministro também foi condenado no âmbito da Operação Lava Jato.

Em 2018, ele conseguiu uma decisão favorável no Supremo e pode responder aos processos em liberdade.

Embora Dirceu esteja oficialmente fora do cenário governamental, ele continua sendo uma das figuras mais influentes do petismo. No último dia 13, na festa de 43 anos do Partido dos Trabalhadores, ele foi citado nominalmente por Lula, que o agradeceu em seu discurso.

O ex-ministro José Dirceu está se recuperando bem após passar por cirurgia no cérebro, segundo o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho dele. O parlamentar afirmou nesta sexta-feira (24), que a operação foi bem sucedida, conforme avaliação da equipe médica. "Hoje (sexta) ele já mandou um áudio, recuperação evoluindo bem, amanhã (sábado, 25) já deve sair da UTI, médicos avaliam que a cirurgia foi muito bem sucedida", disse Zeca Dirceu.

José Dirceu foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília, e passou por uma cirurgia no cérebro nesta quinta-feira (23), após ser diagnosticado com um quadro de hematoma subdural. O procedimento foi feito com o intuito de drenar líquido e desfazer um coágulo.

##RECOMENDA##

Ainda na quinta-feira, Zeca Dirceu afirmou que o quadro do pai era estável e que ele havia sido internado em UTI por precaução. O político disse que o diagnóstico de hematoma subdural foi feito há algumas semanas.

O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, de 76 anos, foi submetido nessa quinta-feira (23), em Brasília, a um procedimento neurocirúrgico para drenagem de um hematoma subdural (quando acontece um acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio). Dirceu foi operado no Hospital DF Star.

O hospital afirmou, em boletim médico, que Dirceu se encontra em observação na unidade de terapia intensiva (UTI), em respiração espontânea, e sem previsão de alta. O boletim é assinado pela coordenadora da UTI cardiológica do DF Star, Ludhmila Hajjar, entre outros médicos.

##RECOMENDA##

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), filho de José Dirceu, afirmou em sua conta no Twitter que o pai teve um pequeno coágulo na caixa craniana. De acordo com Zeca Dirceu, os médicos já tinham o diagnóstico há alguma semanas. "Ele está bem, foi encaminhado para o hospital, me ligou e falamos minutos antes da cirurgia. O procedimento foi um sucesso. Logo estará recuperado", postou.

O ex-ministro José Dirceu (PT) disse em entrevista à revista Veja acreditar que o PDT pode revisar a candidatura do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, para selar um apoio ao ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno das eleições deste ano contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A declaração de Dirceu revoltou Ciro que, por meio de sua conta no Twitter, relembrou o envolvimento do PT nos escândalos do mensalão e petrolão. O ex-governador assegurou que José Dirceu não tem nenhuma influência em sua campanha.

##RECOMENDA##

"De uma coisa eu tenho certeza: seja qual for o que Dirceu esteja falando, ele nunca teve - e jamais terá - qualquer influência no PDT. Muito menos na minha candidatura. Ela seguirá crescendo, inabalável, porque pertence aos que amam de fato o Brasil. E não o seu próprio umbigo", publicou.

[@#video#@]

Os ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmaram nesta terça-feira, 19, decisão do desembargador convocado Leopoldo de Arruda Raposo e mantiveram condenação do ex-ministro José Dirceu e outros réus no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-chefe da Casa Civil pegou 27 anos de reclusão em regime inicial fechado por crimes de associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A Procuradoria acusou o petista de ter usado sua influência política para indicar e manter pessoas na Petrobras em troca de propinas sobre os contratos celebrados entre a estatal e a Engevix. As informações foram divulgadas pelo STJ.

##RECOMENDA##

Também seguindo a decisão de Raposo, o colegiado reduziu a pena imposta a Dirceu pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região - TRF-4 (27 anos e quatro meses) por entender que foi indevida a valoração negativa das circunstâncias do crime de lavagem de dinheiro.

O entendimento foi fixado pelo STJ, por unanimidade, em julgamento do recurso impetrado pelos advogados do ex-ministro contra decisão monocrática de Raposo, que deixou de atuar na corte.

A defesa alegou "inépcia" da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o petista pelo fato de a Procuradoria "não ter descrito com detalhes em que circunstâncias ocorreram os delitos". Além disso, sustentou que a condenação nas instâncias anteriores foi baseada em 'meros indícios'.

O desembargador convocado Jesuíno Rissato, que assumiu a relatoria do caso, considerou que ao confirmar a condenação de Dirceu e dos outros réus da Lava Jato, o TRF-4 trouxe elementos suficientes para embasar as acusações e propiciar o pleno exercício do direito de defesa.

Com relação à condenação nas instâncias anteriores, Rissato ponderou que "a formação da culpa dos réus se deu por meio de extensa análise dos elementos de convicção colhidos durante a instrução probatória, em especial após a avaliação do depoimento dos colaboradores e das provas documentais, a exemplo de notas fiscais, transferências bancárias e dados telefônicos".

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (24), que não pretende ter algumas figuras históricas do PT na sua equipe ministerial em um eventual terceiro mandato.

Citando nominalmente a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro-chefe da Casa Civil em seu governo, José Dirceu, e o ex-presidente do PT, José Genoíno, Lula disse que “nenhum deles” aceitaria participar do primeiro escalão de governo caso ele seja eleito em outubro.

##RECOMENDA##

"Obviamente que eles não vão repetir a passagem deles pelo governo. Não há necessidade e eu poderia te dizer sobre as personalidades que você citou: nenhum deles aceitaria. Eu vou te antecipar, nenhum deles aceitaria participar porque eles sabem da importância que eu tenho de fazer um governo ousado para o período de 2023 a 2026", afirmou o petista durante entrevista à rádio Super Notícia, de Minas Gerais.

Lula ainda enalteceu Dilma Rousseff, mas contou que pretende dar espaço aos mais novos.

"Não tem sentido uma ex-presidente trabalhar e auxiliar em um outro governo. Eu tenho um profundo respeito pela Dilma, ela tem uma competência técnica extraordinária, mas eu acho que tem muita gente que surgiu depois que nos governamos esse país. Tem muita gente nova que vamos colocar e essas pessoas que têm experiência podem ajudar me dando um palpite, conversando. Às vezes, as pessoas podem me ajudar não fazendo nada", observou.

Neste momento, ele foi questionado então sobre o motivo de ter aceitado, em 2016, comandar a Casa Civil no governo de Dilma. Lula disse que chegou a tentar convencer a aliada de que não seria eficaz ao governo ele comandar o ministério. Na época, Lula era alvo da Lava Jato e conversas de bastidores apontaram que a intenção era garantir o foro privilegiado ao petista na investigação.

Um jantar com música ao vivo e dezenas de convidados celebrou o aniversário do ex-ministro José Dirceu na noite desta quarta-feira (16), em Brasília. O petista comemorou seus 76 anos rodeado de amigos em uma casa no Lago Sul, região nobre da capital, onde funciona o escritório de seu advogado Roberto Podval.

"Estou feliz, com amigos e a família", disse Dirceu ao Estadão. Sobre a eleição presidencial em outubro, o ex-ministro declarou: "Animado, mas temos que trabalhar muito."

##RECOMENDA##

Segundo relatos de convidados, Dirceu estava "feliz da vida" e "tranquilo". O "jantar solidário", afirmaram, foi oferecido por Podval, e os amigos levaram as bebidas e um bolo. Convidados contaram que o ex-ministro não é integrante da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, mas "é uma voz ouvida dentro do PT".

Como mostrou o Estadão, a pré-campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição definiu como estratégia para se contrapor ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal concorrente e líder nas pesquisas, a associação de Lula a colegas de partido envolvidos em esquemas de corrupção. Os 13 anos de governos do PT foram marcados por escândalos, como o Mensalão e a Operação Lava Jato. Dirceu foi preso e condenado em processos nos dois casos.

Na lista de convidados da festa de ontem, políticos de diferentes partidos, advogados, empresários e familiares de Dirceu. Os senadores Humberto Costa (PT-PE), Paulo Rocha (PT-PA) e Weverton Rocha (PDT-MA), o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), o vice-governador do Distrito Federal, Paco Britto (Avante), o advogado do PT, Eugênio Aragão, estiveram na celebração.

Dirceu foi o primeiro a chegar ao local, às 19h45, em um carro branco. A festa de aniversário estava marcada para as 20 horas. Por volta das 22 horas, o estacionamento da casa e a rua estavam tomados de carros, alguns deles importados - Audi, Mercedes-Benz, BMW e Porsche.

Uma das convidadas de Dirceu chegou ao local em um carro de aplicativo e brincou, citando o ex-presidente petista. "Vai votar no Lula, né?", disse ela ao motorista.

No repertório do aniversário de Dirceu, músicas brasileiras e estrangeiras ao vivo. De Alceu Valença, Djavan, Fagner, Toquinho, Vinícius de Moraes e Cazuza a The Police, U2, Amy Winehouse, Chris Isaak e The Beatles.

A festa desta quarta não deve ser a única a homenagear o ex-ministro. Outra celebração para comemorar está marcada para sexta-feira (18), em um restaurante de comida caseira. O jantar custará R$ 15, sem bebida inclusa.

Nesta quinta-feira (5), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, respondeu à acusação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que teria atuado a favor do Partido dos Trabalhadores (PT) ao conceder suposto perdão da pena ao ex-ministro petista José Dirceu. Barroso usou as redes sociais para declarar que quem dá o indulto é o presidente da República e o Judiciário apenas aplica o decreto.

“Um esclarecimento: quem concede indulto é o presidente da República. O Judiciário apenas aplica o decreto presidencial. Nas execuções penais do mensalão, deferi o benefício a todos que se adequaram aos requisitos”, disse o ministro em seu Twitter.

##RECOMENDA##

No início da manhã, o chefe do Executivo compartilhou pela rede uma foto da notícia em que Barroso concede o indulto ao ex-ministro da Casa Civil no governo Lula (PT). Na legenda, o presidente usou, mais uma vez, o versículo bíblico: “conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.

No caso do esquema de corrupção que ganhou o nome de Mensalão, Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão. Ele passou a cumprir pena em novembro de 2013, após se esgotarem todos os recursos. Apesar disso, em outubro de 2016, Barroso concedeu o indulto ao ex-ministro, acatando um pedido da defesa e seguindo um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República pela extinção da pena. No mesmo período, o ministro era o relator responsável pelos processos do Mensalão no STF.

Bolsonaro e os ataques ao Judiciário

O ministro Barroso, que também desempenha a função de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é um enérgico defensor da urna eletrônica, tornou-se o principal alvo das ofensas de Bolsonaro durante esta semana.

Barroso atuou para a Corte abrir um inquérito administrativo no intuito de apurar os ataques sem provas que o mandatário vem fazendo ao sistema eletrônico de votação. Além disso, os ministros pediram que Bolsonaro seja investigado em um outro inquérito já aberto no STF.

Na quarta-feira (4), o presidente afirmou que não aceitará “intimidações” e que sua “briga” é com o presidente do TSE. No turno da noite, o mandatário voltou a ameaçar o sistema democrático brasileiro, elevando o tom ao dizer que iria atuar fora “das 4 linhas da Constituição”.

O ex-ministro José Dirceu foi diagnosticado nessa terça-feira (8), em São Paulo, com um tumor de 2,5 centímetros no rim esquerdo. A análise preliminar de uma biópsia indicou "alta suspeita para um tumor maligno", afirma boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, onde Dirceu fez o exame.

Ele foi submetido a uma ablação percutânea (destruição tecidual) do tumor guiada por tomografia, o equivalente a um tratamento cirúrgico, afirma o boletim médico. A técnica é minimamente invasiva e curativa, segundo o hospital, e foi realizada pelo médico radiologista-intervencionista Públio César Cavalcante Viana.

##RECOMENDA##

De acordo com o boletim, a intervenção foi um sucesso e a previsão é que Dirceu tenha alta nesta quarta-feira (9). Ele é acompanhado pelas equipes dos médicos Raul Cutait, Miguel Srougi e Protássio Lemos.

Leia a íntegra do boletim médico:

"O paciente José Dirceu de Oliveira e Silva deu entrada dia 8, pela manhã, com diagnóstico de um pequeno tumor de 2,5 cm em seu rim esquerdo.

A opção de tratamento escolhida foi uma ablação percutânea do tumor, que significa a "destruição tecidual" guiada por tomografia. Este procedimento é equivalente ao tratamento cirúrgico. A técnica, minimamente invasiva e curativa, foi realizada pelo Dr. Públio Cesar Cavalcante Viana, radiologista intervencionista da instituição.

Durante o procedimento também foi realizada a biópsia do tumor e a análise preliminar do material, indicou alta suspeita para um tumor maligno do rim.

A intervenção foi realizada com sucesso e a previsão de alta é dia 9. O paciente está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. Raul Cutait, Prof. Dr. Miguel Srougi e Dr. Protassio Lemos."

A 69ª fase da operação Lava Jato, chamada Mapa da Mina, apontou que José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve despesas pessoais e da própria família custeadas por empresas de telecomunicações acusadas pela Polícia Federal de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo os procuradores, a empresa RT Serviços foi utilizada pelo grupo chamado de "Oi/Telemar" para receber recursos e beneficiar Dirceu, que teria participado de interlocuções com Otávio Azevedo, condenado pela Lava Jato e à época membro do Conselho Administrativo da Oi, para permitir, por meio de "tráfico de influência", a aquisição pela companhia dos grupos Brasil Telecom e Portugal Telecom.

##RECOMENDA##

A força-tarefa também apurou que a "Oi/Telemar recebeu vantagens do governo federal". Entre as decisões que teriam beneficiado o grupo, os procuradores destacaram o Decreto 6.654/08, assinado pelo ex-presidente Lula, que aprovou Plano Geral de Outorgas da Anatel, permitindo a fusão da Brasil Telecom com a Oi, e a nomeação por Lula de dois conselheiros acusados de condutas suspeitas dentro da Anatel.

Questionado, o procurador Roberson Pozzobon afirmou que "o quebra-cabeça dessa fase da Operação Lava Jato não está todo montado", e por isso 47 mandados de busca e apreensão estão em curso nesta terça-feira. Pozzobon ainda comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal que libertou Lula e Dirceu ao proibir prisões após segunda instância, e disse que o ex-ministro "foi para casa como se fosse um réu primário".

Até a publicação desta matéria a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), que, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também foi solto como consequência da derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da prisão logo após condenação em segunda instância, afirmou em um vídeo que, agora, a sua luta "não é por Lula livre".

"Agora, (a luta) é para nós voltarmos, retomarmos o governo do Brasil", diz o petista em gravação reproduzida por Emídio de Souza, deputado estadual do partido em São Paulo, em sua conta no Twitter.

##RECOMENDA##

"Para isso (retomar o governo), temos que deixar claro o que nós somos: nós somos petistas, de esquerda e socialistas. Somos tudo contrário (sic) ao que esse governo (do presidente Jair Bolsonaro) está fazendo", comenta Dirceu.

No fim do vídeo, Emídio pergunta ao correligionário se ele estará no Congresso Nacional do PT, de 22 a 24 de novembro, em São Paulo. "Estarei lá", confirma o ex-ministro.

[@#video#@]

O ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estão dividindo a cela no Complexo-Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná. A informação é do jornal Folha de São Paulo. De acordo com a publicação, além dos dois condenados na Lava Jato, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-senador Gim Argello completam a cela.

Dirceu foi preso novamente na última sexta-feira (17), um dia após a Quarta Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negar um recurso apresentado pela sua defesa, que buscava a reversão de sua segunda condenação na Operação Lava Jato, e determinar que ele começasse de imediato a cumprir a pena de 8 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

##RECOMENDA##

Cunha, Vaccari e Argello integram a lista de 38 detentos do complexo que foram transferidos da Galeria 6 para uma ala do hospital penitenciário da unidade. A transferência foi na quinta-feira (16) e Dirceu quando chegou foi para o local. Eles agora não dormem mais dois presos por cela, mas dividem o espaço com outras seis pessoas. Cada cela tem um banheiro com um chuveiro e uma privada.

Segundo o jornal, o Departamento Penitenciário do Paraná afirmou que a transferência foi feita por “questões de segurança” e que o objetivo é que, no futuro, fiquem apenas quatro presos por cela.

A Quarta Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou hoje (16) um recurso do ex-ministro José Dirceu, que buscava a reversão de sua segunda condenação na Operação Lava Jato, e determinou que ele comece de imediato a cumprir a pena de 8 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao final do julgamento, foi determinada a notificação à 13ª Vara Federal de Curitiba para que providencie a prisão de Dirceu, tendo como base o entendimento atual do Supremo que permite o cumprimento de pena após o fim da tramitação do processo na segunda instância.

##RECOMENDA##

A segunda condenação de Dirceu na Lava Jato foi proferida pelo então juiz federal Sergio Moro em março de 2017, quando o ex-ministro foi considerado culpado por ter recebido R$ 2,1 milhões em propina proveniente de contratos na Petrobras, entre 2009 e 2012.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), parte desse valor foi recebido por meio de 118 voos em táxis-aéreos. A pena inicial estipulada foi de 11 anos e três meses de reclusão.  

A condenação foi confirmada pela Oitava Turma do TRF4 em setembro do ano passado. A pena, porém, foi abrandada, sendo reduzida para oito anos e 10 meses. Em seguida, a defesa do ex-ministro apresentou diversos recursos em forma de embargos, prolongando o desfecho do caso na segunda instância.

Nesta quinta, por unanimidade, os sete desembargadores da Quarta Seção do TRF4 negaram o último desses embargos, no qual a defesa buscava a prescrição dos crimes dada a idade avançada do ex-ministro, hoje com 72 anos. Também foi determinado que o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, condenado no mesmo caso, comece a cumprir sua pena de 8 anos e 9 meses de reclusão.

A Agência Brasil tenta contato com a defesa do ex-ministro José Dirceu.

Prisão anterior

Dirceu chegou a ser preso na Lava Jato em maio do ano passado devido à confirmação no TRF4 de sua primeira condenação no âmbito da operação, na qual a pena estipulada foi de 30 anos de prisão. Ele foi posteriormente solto, porém, por determinação do Supremo Tribunal Federal.

Em agosto do ano passado, a Segunda Turma do STF entendeu, por maioria, haver plausibilidade suficiente no recurso especial de Dirceu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra sua primeira condenação na Lava Jato, motivo pelo qual ele deveria ser solto. Essa decisão, porém, não abrange a segunda condenação do ex-ministro.  

Os desembargadores da 4ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negaram provimento nesta quinta-feira (21), por maioria, aos embargos infringentes do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/governo Lula) nos autos da Operação Lava Jato, mantendo a pena de 8 anos, 10 meses e 28 dias de reclusão imposta ao petista. Ainda cabe recurso de embargos de declaração nos embargos infringentes, informou o TRF-4.

Após a publicação do acórdão dos infringentes, as partes têm até des dias para abrir intimação eletrônica. A partir da abertura do documento, o prazo para a interposição dos embargos de declaração é de dois dias, prazo previsto no Código de Processo Penal.

##RECOMENDA##

Já condenado em uma primeira ação da Lava Jato a 30 anos, nove meses e 10 dias de reclusão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa, Zé Dirceu encontra-se em liberdade por decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, que concedeu habeas corpus a ele para que a prisão não se dê antes do esgotamento da análise dos recursos nas Cortes superiores.

Também recorreram por meio de embargos infringentes neste outro processo e tiveram o pedido negado pelo TRF-4 o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e os sócios da construtora Credencial, Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo.

Segundo o Tribunal, o caso envolveu o recebimento de propina em contrato superfaturado da Petrobras com a empresa Apolo Tubulars, fornecedora de tubos para a estatal, entre 2009 e 2012. Parte dos valores, que chegaram a R$ 7.147.425,70, foram repassados a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e parte a Zé Dirceu, diz a Lava Jato.

Para disfarçar o caminho do dinheiro, o ex-ministro e Luiz Eduardo teriam usado a empresa Credencial para receber valor de cerca de R$ 700 mil, "tendo o restante sido usado em despesas com o uso de aeronaves em mais de 100 voos feitos pelo ex-ministro". A condenação dos réus foi confirmada pelo tribunal em 26 de setembro do ano passado.

Como o acórdão da 8ª Turma não foi unânime, foi possível a interposição desse recurso, julgado pela 4ª Seção (formada pelas 7ª e 8ª Turmas, especializadas em Direito Criminal), no qual pediam a prevalência do voto vencido, do desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus, que reconhecia a prática de um único crime de lavagem de dinheiro - continuidade delitiva - em vez de 118 por parte de Zé Dirceu e do irmão dele, e de cinco por parte dos sócios da Credencial.

Segundo o relator do caso na 4ª Seção, juiz federal José Carlos Fabri, que substitui a desembargadora federal Cláudia Cristina Cristofani durante as férias, cada viagem aérea usada para lavar o dinheiro recebido em propina deve ser vista como crime autônomo.

"Houve notas fiscais de 113 viagens para dissimular a origem e a propriedade de valores adquiridos na prática criminosa. Cada ato é capaz de sobreviver como crime autônomo. Os valores foram sendo injetados durante o contrato", observou o magistrado ao negar provimento aos embargos.

Os desembargadores federais João Pedro Gebran Neto e Luiz Carlos Canalli, e os juízes federais convocados Bianca Geórgia Cruz Arenhart e Nivaldo Brunoni acompanharam o voto do relator.

O desembargador Victor Laus divergiu, mantendo o mesmo entendimento do voto proferido por ele na apelação criminal.

Histórico do processo

Em 8 de março de 2017, o então juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, sentenciou Dirceu e o irmão pela prática dos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro a 11 anos e 3 meses o primeiro e 10 anos o segundo.

Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, foi condenado por corrupção passiva a 6 anos e 8 meses de reclusão, e os sócios da Credencial, Meira e Macedo, por lavagem de dinheiro e associação criminosa, a 8 anos e 9 meses.

Os executivos da Apolo Tubulars, Carlos Eduardo de Sá Baptista e Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares, foram absolvidos das acusações por falta de provas suficientes para a condenação criminal.

Os réus apelaram ao TRF-4 e, em 26 de setembro do ano passado, tiveram as condenações confirmadas, mas com recálculo da dosimetria das penas, que foram diminuídas, com exceção de Renato Duque, cuja condenação foi mantida.

José Dirceu teve a pena restabelecida em 8 anos, 10 meses e 28 dias de reclusão, Luiz Eduardo em 8 anos e 9 meses, Meira e Macedo em 8 anos e 2 meses. Os executivos da Apolo Tubulars tiveram a absolvição mantida.

Como o acórdão não foi unânime para Dirceu, Luiz Eduardo, Meira e Macedo, eles puderam impetrar o recurso de embargos infringentes e de nulidade pedindo a prevalência do voto menos gravoso, no caso, o do desembargador federal Laus.

Essa foi a segunda ação criminal contra José Dirceu na Operação Lava Jato. Na primeira, envolvendo o núcleo da Engevix, ele foi condenado a 30 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa.

O ano de 2019 deve começar com o reinício da terceira ação penal contra José Dirceu na Lava Jato. Trata-se de processo no qual o Ministério Público Federal o denunciou pelo suposto recebimento de R$ 2,4 milhões em propinas de duas empreiteiras a partir de contratos com a Petrobras. A denúncia fora apresentada em 2017, quando Dirceu deixou a prisão. O então juiz Sérgio Moro a aceitou em fevereiro de 2018, mas suspendeu o processo por um ano - o prazo se encerra em fevereiro.

Dirceu, de 72 anos, já foi condenado em dois processos a penas que somadas chegam a 41 anos de prisão - que deve voltar a cumprir quando os processos transitarem em julgado. "Minha mãe dizia que Deus é grande e poderosos e, às vezes, generoso. Espero que Ele seja generoso comigo e demore o máximo possível." Sobre a perspectiva de voltar à cadeia, o líder petista disse: "É a vida, meu caro, fazer o quê? Eu tenho de enfrentá-la e transformá-la e vivê-la."

##RECOMENDA##

Dirceu diz que terá de passar mais sete anos em regime fechado. "Nosso lugar (dele e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Lava Jato) é aqui. Na cadeia você luta. Eu não escrevi um livro na prisão? A vida continua em uma prisão. É uma outra vida. É quase contra a condição humana; não ter liberdade. Tenho de sobreviver na prisão. Vou enfrentar a Justiça e me defender. Não tem outro caminho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

José Dirceu desceu a escadaria com um celular na mão. Tinha olhar concentrado na tela do aparelho. "Acho que vou ser preso." O líder petista ficou tenso. Era seu advogado, Roberto Podval, quem lhe chamava ao escritório, interrompendo a série de compromissos que o aguardavam em São Paulo na quarta-feira passada (12).

Alarme falso. Condenado a 41 anos na Lava Jato, ele falou ao jornal O Estado de S. Paulo sobre Jair Bolsonaro, a crise ética do PT e a prisão que o espera.

##RECOMENDA##

Quando o PT foi fundado, dizia-se que a vida de um militante seria no mundo moderno um símbolo de que outra vida era possível. A crise ética do PT, exposta na delação de Antonio Palocci, não leva descrédito à esperança de que outro mundo é possível?

Você conhece os vereadores do PT? Os deputados, os prefeitos? Alguém enriqueceu na política? A Luiza Erundina enriqueceu? O Haddad? A Marta enriqueceu na política? Não tem. Problema de caixa 2 de eleição, relações com empresas, é uma coisa; outra é enriquecimento pessoal e corrupção. Uma coisa é a responsabilidade nossa, dos dirigentes, pelo caixa 2, pela relação com as empresas, pelo custo das campanhas. Outra coisa é o partido. Você não pode condenar um partido.

E o Palocci?

O Palocci é o Palocci. Não tem outro. Só tem o Palocci. Ninguém mais delatou. Quem que delatou mais? Ninguém. Aliás, estão presos só quem não delatou, porque está todo mundo solto. São mais de 180 delatores soltos com seus patrimônios. As empresas foram arruinadas. É o contrário no mundo, onde se protege as empresas e se desapropria todos os bens dos responsáveis pelos atos ilícitos das empresas. No Brasil, não. Aqui se fez o contrário. Toda a construção política da Lava Jato é em cima das delações, e a maioria delas em cima do terror psicológico.

Qual o destino político de Lula?

A história dirá. Já me perguntaram por que o PT não se livra do Lula ou não se desvencilha do Lula, insiste no Lula. Porque o PT e o Lula se confundem. O Lula tem um legado e domina 40 milhões de votos. O PT não só tem de defender a liberdade do Lula e a inocência dele, como também o legado dele.

Mas não fizeram isso pelo sr.

Mas é completamente diferente. Eu me defendo. Onde chego no Brasil, tenho apoio da militância do PT, de dirigentes.

Mas e a sua cassação...

Não me defenderam porque fizeram uma avaliação errada do que era o mensalão. Errada do que era a conjuntura. Se eu for me sentir vítima, teria morrido de enfarte ou de câncer há muito tempo. Eu tenho experiência política suficiente para compreender que isso era luta política e eu era o alvo da luta política. Podia ter sido outro. Eu superei isso, tanto que, apesar da Lava Jato, continuo na militância política.

Dilma em 2013 sancionou a lei de delações premiadas, que o sr. tanto critica. Ela sabia o que estava fazendo quando a sancionou?

O problema nosso foi ingenuidade de não fazer um pente-fino nessas leis (delação premiada, organização criminosa e antiterror) e não perceber que o modo aberto em que se deixou várias questões permitia o que está acontecendo. A lei de delação é tão absurda que, se a deleção for anulada, continuam valendo as provas. O delator perde os benefícios, mas continua valendo a delação. Como pode fazer delação preso? Delação é pessoa solta, em liberdade. Erramos ao não nos darmos conta de que vários pontos podiam ser usados de maneira antidemocrática, ser instrumentos de repressão e não de Justiça.

Como fica Lula com Bolsonaro?

O Lula tem de seguir. O problema do Lula independe do governo Bolsonaro. Deixa o Bolsonaro tomar posse. Nós sabemos as intenções dele em relação a 'n' questões, mas não na questão econômica. Vamos ver o que o (Paulo) Guedes vai fazer, o que o Congresso vai aprovar e como o Judiciário vai se comportar. Ele nunca escondeu o que seria em questões de política externa, de meio ambiente, maioridade penal e da mistura do Estado com a religião.

É possível reconstruir pontes com partes do PSDB?

Há questões no Brasil que temos de defender com todos aqueles que queiram estar nessa luta. Todos são bem-vindos contra o Escola sem Partido, contra a mistura do Estado com a religião e questões da democracia e das liberdades individuais. Já a agenda econômica é mais restritiva.

E a reforma da Previdência?

Vamos esperar primeiro qual a reforma de Previdência que Bolsonaro vai propor.

Um regime único para militares, funcionários públicos e iniciativa privada?

Nós somos favoráveis. Os militares, os servidores públicos e a iniciativa privada. Vamos procurar pontos de contato com todas as forças políticas para se fazer uma reforma da Previdência, mas não essa de privatização da Previdência. O Brasil tem muita coisa para reformar que você pode ter contato com outras forças políticas, não necessariamente só as de esquerda. Eu sempre fui aliancista, sempre procurei alianças. Mas vamos aos fatos: nós esperávamos que o Fernando Henrique (Cardoso) apoiasse o (Fernando) Haddad no segundo turno. O eleitorado apoiou, pois nos 47 milhões de votos do Haddad têm uma parcela grande que é anti-Bolsonaro e votou no Haddad.

Haddad consegue ser um líder popular?

Ele vai ser um líder político.

Mas popular?

A história dirá. Não posso dizer. Ele tem condições de ser.

A oposição pode se unir em torno de Ciro Gomes?

Ela não vai se unir em torno de figura nenhuma. Ela vai se unir em torno de pontos concretos.

É possível o PT convergir com forças da centro-direita?

Pode-se convergir com outras forças em questões que são essenciais das liberdades democráticas. Não fizemos isso na campanha das direitas? Vamos deixar o Bolsonaro sentar na cadeira. Aquela cadeira queima; queima aquela cadeira de presidente. Ele vai ter de tomar várias decisões em janeiro e fevereiro. Ele vai desvincular o salário mínimo da Previdência? Ele vai congelar o salários dos servidores públicos? Vai revogar a tabela do frete, subsidiar o diesel? A vida é dura. Que reforma da Previdência ele vai fazer? Ele vai realmente adotar sua política externa? Ele vai descontingenciar, executar todo o orçamento das Forças Armadas, da Segurança e da Justiça e vai contingenciar o orçamento da Saúde e Educação? Ele vai desconstituir a Loas (Lei Orgânica da Assistência Social)? Porque tem declarações muito contraditórias entre eles. Qual a política dele? Deixa ele governar. Não foi eleito? Vamos fazer oposição conforme as propostas que ele fizer, independentemente do fato de que somos oposição a ele já, pois temos concepções diferentes de País, de vida, de tudo. Quero que ele comece a governar, tomar decisões, porque senão fica parecendo que você está torcendo para dar errado, né. Não estou torcendo para dar errado; só estou dizendo que não vai dar certo. Não deu em outros países, não vai dar aqui.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu desembarcou no Recife para lançar, nesta quarta-feira (19), o livro “Zé Dirceu Memórias - volume 1”. Antes, na terça (18), em coletiva de imprensa, ele - que foi condenado a mais de 30 anos na Operação Lava Jato - falou sobre a prisão.

Anteriormente, o considerado mais poderoso ministro do então presidente Lula já havia sido condenado no processo do mensalão. “Em 48 horas virei bandido”, disse.

##RECOMENDA##

Dirceu, ao contar sua trajetória política, garantiu que nunca tinha sido investigado antes. “Nunca teve nenhuma denúncia ao meu respeito, nada”, falou. “Eu não só virei bandido como fui cassado sem prova e condenado sem prova. Eu cumpri a pena e recomecei a minha vida de novo em 2005. Lutei, andei pelo país, pelo mundo. Tive que trabalhar para sustentar a minha defesa e a luta política, trabalhei como advogado consultor”, expôs com detalhes. 

Dirceu chegou a dizer que cumpriu a sua pena e que saiu da prisão para participar novamente da vida política do país. “Durante toda a prisão, eu fiz meu blog, sempre encontrei uma maneira de me comunicar, de escrever, de participar da luta, mas fui preso de novo pela Lava Jato e de novo comecei a minha vida do zero. Fiquei preso um anos e nove meses”, salientou, dizendo que escreveu o livro na cadeia. 

O ex-ministro ainda falou que estudou muito no período que passou na prisão e que tentou manter sua saúde física e mental porque toda sua família teria sido “afetada gravemente”. “E eu saí por decisão do Supremo e recomeço a minha vida de novo. Estou recomeçando a minha vida de novo percorrendo o país e participando da luta política”.

Ele disse, no entanto, que não é dirigente do PT e que tampouco participa de campanha. “Como cidadão quero ajudar o Brasil se encontrar de novo porque o Brasil está sem rumo. O que posso dizer é que me sinto muito bem, eu não tenho ressentimento, mágoa e nem acho que sou injustiçado, simplesmente eu sei que estamos na luta política sem tréguas e que se transformou no Brasil em uma luta política que os fins justificam os meios, então se pode usar os instrumentos jurídicos e policiais para perseguir como a ditadura fez, só que agora é mais grave”.

Dirceu continuou tecendo críticas ao falar que na ditadura se sabia que era uma ditadura. “Você lutava contra ela, agora não. Agora querem dizer que é uma democracia, mas o país está escorregando no autoritarismo cada vez mais”.

Ex-ministro do governo Lula e ex-presidente nacional do PT, José Dirceu vem ao Recife para lançar o primeiro volume do livro “Zé Dirceu Memórias”. Evento será no Sindicato dos Bancários, às 19h, nesta quarta-feira (19). Condenado a 31 anos de cadeia na Operação Lava Jato, o petista foi solto em julho e, desde agosto, tem feito périplo pelo país para divulgar a obra. 

Antes do lançamento oficial na capital pernambucana, Dirceu passa, nesta segunda (17), por Maceió. No livro, Dirceu relata passagens de sua vida desde o golpe militar em 1964 até o escândalo do mensalão, em 2005, no qual foi condenado e preso pela primeira vez. 

##RECOMENDA##

Fazendo um passeio desde a luta contra o regime militar, o impeachment do ex-presidente Fernando Collor (PTC), a oposição petista ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), as eleições dos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, a obra também traz críticas ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que denunciou o mensalão.  

No Recife, o petista também deve passar detalhes sobre o exemplar e analisar o qual quadro político nacional durante uma coletiva de imprensa marcada para esta terça-feira (18), às 17h, no Sindicato dos Servidores Públicos Federais. 

Recluso desde a primeira de uma série de prisões iniciada em 2013, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a 31 anos de cadeia na Operação Lava Jato, planeja uma série de aparições públicas para divulgar o primeiro volume de suas memórias (Zé Dirceu Memórias - Volume 1) com lançamento previsto para o dia 13 de setembro, no qual relata passagens de sua vida desde o golpe militar em 1964 até o escândalo do mensalão, em 2005.

Divulgar o livro tem sido a prioridade do petista. No dia 4, Dirceu participa de uma noite de autógrafos no Circo Voador, no Rio de Janeiro.

##RECOMENDA##

Antes, no dia 30, sua presença é esperada em um evento de sindicalistas no bairro da Liberdade, em São Paulo. Depois deve percorrer outras capitais.

Nesta semana, o livro foi colocado em pré-venda juntamente com uma página na internet que adianta trechos divididos por momentos importantes da história brasileira dos quais Dirceu participou, como o golpe militar de 1964 e a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder em 2002, relatados quase sempre em primeira pessoa.

Na parte sobre a eleição de 1989, quando Lula perdeu no segundo turno para Fernando Collor de Mello, Dirceu questiona: "Será que não foi melhor perdermos e só ganharmos em 2002, 13 anos depois?"

Depois de relatar casos de bastidor como a relutância de Fernando Henrique Cardoso em apoiar o PT no segundo turno, o próprio Dirceu responde: "Digo que não. Teríamos evitado a tragédia dos anos Collor e o Brasil não seria o mesmo."

Em outro trecho, Dirceu revela o papel crucial do vereador Eduardo Suplicy, candidato ao Senado pelo PT, no impeachment de Collor: "Suplicy insistiu, persistiu, quase invadiu a suíte de Pedro Collor no hotel Mofarraj, em São Paulo, até que conseguiu ser recebido pelo irmão do presidente. Eu o acompanhei e, juntos, ouvimos o impublicável. Um relato frio, sincero e impecável sobre a relação de Collor com seu tesoureiro e do papel de PC Farias no governo. Devemos a essa figura única -Eduardo Suplicy - o início da CPI."

Dirceu também relembra a época em que foi líder estudantil nos anos 1960, a prisão em 1969, a liberdade em troca do embaixador dos EUA Charles Elbrick e os anos de exílio em Cuba.

O ex-ministro diz que era submetido a dois tipos de treinamento, militar e clandestinidade. "Fiquei interessado nessa segunda fase porque, no futuro, seria fundamental, particularmente a área de disfarces, falsificação de documentos, clandestinidade e técnicas de comunicação em rádio, códigos, senhas, tintas invisíveis etc."

Ao relatar os anos que viveu disfarçado no interior do Paraná, Dirceu afirma que mantinha com disciplina o hábito de estudar as técnicas aprendidas em Cuba. "Nunca deixei de fazer os exercícios, treinar os códigos e limpar as armas", diz.

No trecho divulgado sobre o mensalão, Dirceu não faz qualquer autocrítica e atribuiu o escândalo a uma vingança do ex-deputado Roberto Jefferson.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando