Marina dispara contra Dilma e elogia gestão do PSDB
A candidata pontuou que, se eleita, poderá governar com Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque e José Serra
A candidata à presidência da República, Marina Silva (PSB), marcou o primeiro ato de campanha da chapa, neste sábado (23), por críticas a atual gestão, a polarização entre o PT e o PSDB e a falta de estratégia para gerir o país. Ao discursar, após uma caminhada no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, a postulante reforçou o discurso de “renovação da política” e pontuou que este pleito será vencido por uma “nova postura da sociedade”. Além disso, a postulante também afirmou que poderá gerir com o melhor de alguns partidos como o PT, o PSDB e o PDT.
“Tenho o senso da responsabilidade e o compromisso de renovar a política do Brasil. Não será obra apenas dos nossos partidos, mas virá da sociedade brasileira. Quem vai ganhar esta eleição não são as velhas estruturas, o tempo de televisão ou aliados diferentes do que se defende, unindo água com óleo, mas é uma nova postura da sociedade”, afirmou a neossocialista.
Elencando como “gerência”, a maneira de governar o Brasil adotada, desde 2010, pela presidente Dilma Rousseff (PT), Marina deu exemplos de outros presidentes que souberam usar da estratégia e entregaram o país melhor do que receberam. “O Itamar não era um gerente, era um homem com visão estratégica, o Fernando Henrique era um acadêmico não era um gerente, era um homem com visão estratégica. O Lula, um operário, não era um gerente, mas um homem com visão estratégica”, citou.
“É por isso que eles equilibraram a economia e reduziram a inflação. É por isso que Lula entregou o Brasil melhor, Fernando Henrique um pouco melhor e Itamar um pouco melhor. Esta é a primeira vez que se recebe o Brasil numa situação pior”, alfinetou a candidata. Segundo Marina é necessário “aprender a escutar” e “mobilizar a sociedade” em torno de um novo Brasil”.
Marina comparou as eleições com plebiscitos que acontecem a cada quatro anos e pediu para que as pessoas fossem corajosas e entrassem no debate. “Não queremos um embate, queremos o debate”, bradou a candidata, pedindo para que os presentes repetissem.
Para a postulante, se a chapa comandada por ela e o candidato à vice, Beto Albuquerque (PSB-RS) vencer a eleição será por responsabilidade do povo, ao contrário das outras duas principais chapas. “Se a Dilma ganhar com todo o respeito que tenho pela presidente ela vai achar que foi por causa do partido dela que é muito grande, porque negociou com partidos ministérios de lá, ministérios de cá. Já são 39. E conseguiu muito tempo de televisão. Ela vai achar que é porque se juntou com aqueles que no passado a criticavam. Se Aécio ganhar é a mesma coisa. Agora se nós ganharmos, a autoria da vitória se chama povo brasileiro”, disparou a ex-senadora.
Logo após o ato, Marina Silva concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Na ocasião se questionou sobre as alianças que ela travará caso seja eleita, já que critica veemente a atual maneira da construção de apoios entre o Executivo e o Legislativo nacional. A presidenciável garantiu que governará com “os homens e mulheres de bem do Congresso Nacional”.
“Pode ter certeza que o PMDB de Pedro Simon e de Jarbas Vasconcelos não vai nos faltar. O PDT de Cristovam Buarque não vai nos faltar. O PT de Suplicy não vai dos faltar. E até digo mais, mesmo que estejamos em palanques diferentes. Se não foi Suplicy e for o Serra, tenho certeza que ele não vai nos faltar. Não é possível que as pessoas não aprendam que é preciso se libertar da velha república. A nova república tem que assumir a sua responsabilidade”, frisou.
De acordo com ela, a disposição do conjunto de partidos que comanda é para “alianças certas e um diálogo constante”. “Estão (a oposição) tentando fazer comigo o mesmo que fizeram com Lula, ainda vão nos agradecer”, vaticinou a postulante.