PT de PE começa processo de expulsão de filiados "infiéis"

Cerca de 100 dissidentes devem ser expulsos, um fato histórico para o PT no estado

por Richard Wagner seg, 17/11/2014 - 21:26
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens Paulo Uchôa/LeiaJáImagens
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

A executiva estadual do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco se reuniu na noite desta segunda-feira (17) para começar o processo de expulsão dos filiados que não seguiram as determinações da legenda e apoiaram candidatos que não estavam no mesmo palanque. Cerca de 100 dissidentes devem ser expulsos, um fato histórico para o PT no estado. “Por conta de um mesmo motivo, é a primeira vez que acontece um processo de expulsão”, falou Teresa Leitão, presidente do partido no estado. 

Ela também explicou como deve acontecer o processo de expulsão. “Depois que a gente notifica, a pessoa tem 10 dias para apresentar sua defesa, o processo como um todo não pode durar mais de 90 dias. Quando terminar os dias da defesa, é que a gente vai dar a oposição final, hoje ninguém está expulso. Vamos seguir rigorosamente o estatuto. Amanhã as notificações já começam a ser entregues”, explicou Leitão. 

A presidente da legenda disse que o processo já começou a ser discutido na última terça-feira (11) e que no próximo dia 6 de dezembro, uma nova reunião já está marcada. “A gente não vai parar o partido por conta desse processo, esse processo estará definido hoje, e ele vai correr”. 

Teresa afirmou que a expulsão se tornou uma unanimidade dentro do partido, tanto da executiva como dos militantes do partido. Ela também disse acreditar que a decisão de não seguir a determinação de apoio do partido foi uma decisão política, e não um descontentamento com os rumos do partido.

 “Nós tivemos um processo diferente do 2012, nós tivemos muito debate interno, tivermos várias plenárias regionais, várias reuniões da executiva, e no encontro a gente foi no voto. A gente não obrigou o voto em apoiar Armando, nem obrigamos ninguém a votar em João Paulo como candidato. Houve um debate e fomos para o voto, e eles aceitaram a decisão que foi democrática”.  

Leitão explicou que, dos cerca de 100 “infiéis”, 22 já apresentaram sua carta de desfiliação e que a lista total de expulsos não poderá ser divulgada por determinação do estatuto. Além da expulsão, a reunião também tinha como objetivo discutir a conjuntura nacional, a caravana para a posse de Dilma e o balanço financeiro da campanha.   

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