Oposição da Alepe visita Mata Sul e cobra ações do Governo
Colegiado visitou as cidades de Maraial e Palmares para vistoriar as obras de recuperação após a enchente de 2010
A bancada da oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) foi até a Mata Sul do Estado nessa quinta-feira (18) para fiscalizar obras paralisadas nas cidades de Maraial e Palmares, referente a enchente de 2010. Segundo os parlamentares, o cenário encontrado é de ações incompletas e paradas.
A primeira visita dos deputadoss foi ao município de Maraial. Lá, constataram que onde deveriam existir 744 casas dos habitacionais São Salvador 1 e São Salvador 2, há apenas o terreno. Segundo os parlamentares, o atraso na entrega dos imóveis já completa três anos e o investimento previsto à época era de R$ 31,5 milhões, de acordo com a Companhia Estadual de Habitação e Obras (CEHAB). A terraplanagem nos terrenos foi realizada, mas não foi colocado nenhum tijolo na construção das casas.
“O que constatamos aqui é o abandono de uma obra que tiraria centenas de famílias das áreas de risco. Ouvimos relatos de pessoas que ao menor sinal da chuva já começam a se preocupar com o que pode acontecer com suas famílias”, descreveu o líder o da posição, deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB).
Além dos terrenos abandonados, os parlamentares alegaram lentidão da construção do cais do Rio Pirangi, também em Maraial. Com mais de 2 anos de atraso na entrega, a obra foi apenas 20% realizada. O investimento anunciado é de R$ 1,1 milhão. A construção dos habitacionais em Maraial é uma reivindicação permanente dos moradores. Eles afirmaram aos deputados que receberam a promessa de reinício das obras do então candidato a governador do Estado, Paulo Câmara (PSB).
Também presente à visita, o deputado estadual José Humberto (PTB) lembrou que já em maio de 2013, matéria publicada em um jornal de veiculação nacional revelava que o Governo de Pernambuco recebeu, em caráter emergencial, R$ 50 milhões do Ministério da Integração Nacional para obras de terraplanagem e R$ 151 milhões da Caixa Econômica Federal para a construção de 3.600 unidades em Maraial, Água Preta, Barreiros e Palmares. “Precisamos que o Governo do Estado preste contas à população, para explicar os motivos do abandono das obras”, cobrou Humberto.
Palmares - A bancada opositora também visitou as obras da Barragem de Serro Azul, uma das cinco barragens prometidas pelo Estado dentro da Operação Reconstrução, para evitar que as chuvas voltem a inundar os municípios da Mata Sul cortados pelo Rio Una. A capacidade de armazenamento da barragem é de 300 milhões de metros cúbicos.
Segundo os parlamentares, ao contrário do que foi anunciado recentemente pelo Governo do Estado, as obras estão completamente paralisadas. No distrito de Serro Azul, a comitiva de deputados também conversou com representantes da comunidade, que denunciam o completo abandono por parte do Governo. Até agora, o Estado não relocou boa parte dos moradores que tem casas próximas à barragem e precisam sair da região. Muitos não receberam a indenização.
O colegiado constatou que a Barragem de Serro Azul está atrasada em dois anos. A ordem de serviço para sua construção foi assinada em 2012. A obra está orçada em R$ 320 milhões. Em 2013, o Governo Federal repassou R$ 70 milhões para a barragem. Em 2014, os recursos federais transferidos para o Estado já somam R$ 20 milhões. “São dois os grandes problemas aqui. O primeiro é o desrespeito aos moradores da região, muitos tiram o seu sustento das terras que possuem. São pequenos agricultores, comerciantes. Eles não são contra a obra, mas só querem morar em um lugar seguro. O outro problema é o atraso na entrega da barragem. O Governo do Estado diz que as obras ganharam velocidade, após a sua retomada. Mas não foi isto o que vimos aqui. Está tudo parado”, criticou.
Além de Silvio Costa Filho, participaram da visita a Serro Azul os deputados José Humberto (PTB), Bispo Osessio (PRB), Álvaro Porto (PTB), Julio Cavalcanti (PTB) e Edilson Silva (PSOL).