'O governo Dilma não está fazendo política', dispara Paim

O correligionário de Dilma fez crítica à gestora e cobrou mais diálogo entre o Legislativo e o Executivo

por Élida Maria sex, 03/07/2015 - 17:53
Líbia Florentino/LeiaJáImagens A avaliação do governo Dilma foi feito por Paim antes de audiência na Alepe Líbia Florentino/LeiaJáImagens

O senador do PT, Paulo Paim, avaliou nesta sexta-feira (3) os resultados negativos de aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) e criticou a falta de diálogo entre a gestora e o parlamento. Demonstrando insatisfação com o partido e alegando ter recebido convite de migração de mais de 50 legendas, o petista relembrou também o embate encarado pelo chefe do Executivo nas eleições de 2014. 

Para Paim, as pesquisas retratam o mundo real. “Como eu tenho viajado por todo o país, é mais ou menos isso que eu tenho sentido, e o que falta? Para mim, falta fazer política. O governo Dilma não está fazendo política. Não está dialogando com a sociedade, não está dialogando com o parlamento, não está dialogando com a sua base”, cravou em entrevista coletiva no Recife.

O parlamentar comentou que desde que Dilma assumiu o mandato, não houve reunião com sua base de senadores. “Nós mesmos, senadores, depois que ela se elegeu, não tivemos nenhuma oportunidade de dialogar com ela. As propostas chegam, mas nós ficamos sabendo pela imprensa. Leio o jornal e ela mudou isso, mudou aquilo, de forma que a gente alerta que essa não é a forma de você conduzir a política, o social e o econômico no país sem dialogar, sequer com os parceiros”, disparou. 

A falta de diálogo, na visão do deputado, prejudica o governo na aprovação de matérias. “Quem não dialoga com os parceiros que vão ter que votar matérias dentro do Congresso, claro que não está dialogando com a sociedade. Isso que eu estou fazendo é dialogar, é conversar, é ouvir, é pensar junto, é encaminhar, é ter tática, e ter estratégias para aprovar projetos que o governo entenda que é importante dentro do Congresso, mas não numa linha só: baixa a medida provisória e chama a base para votar, não vota”, exemplificou, acrescentando que o governo perdeu diversas vezes e “vai continuar perdendo”.

Reforçando a falta de “fazer política” de Rousseff, Paulo Paim afez questão de frisar o desempenho difícil da presidente nas eleições de 2014. “Não estamos fazendo política e você não fazendo política não pode ter ganhos políticos num mundo como o nosso, onde o embate depois das eleições ficou muito mais complicado, porque, querendo ou não, mais da metade da população ficou com a Dilma, mas quase que a metade ficou do outro lado”, relembrou.

Questionado se o líder do PT no Senado, Humberto Costa, corroborava com a falta de diálogo, o petista alegou que o correligionário tinha dificuldades como ele e elogiou seus trabalhos. “O Humberto Costa, ele faz um esforço enorme para abrir o diálogo do Senado junto ao Executivo. Onde as portas são fechadas não é dentro do Senado. A bancada reúne e tenta contribuir, mas percebemos certo bloqueio de não querer dialogar com o parlamento por parte do Executivo”, esclareceu. 

Segundo o senador, o trabalho de Costa é plausível. “Está fazendo um grande trabalho, sem sombra de dúvida lidera com a melhor competência a nossa bancada. Agora, ele tem os seus limites como eu tenho, não é? De como interagir dentro do governo para que o governo mude e amplie, como o próprio Lula tem dito, este modelo econômico que não é aquilo que nós pregamos na nossa campanha”, reforçou. 

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