Senadores do PSB veem medidas da União como "tardias"

Parlamentares emitiram uma nota analisando as propostas e pontuaram que o primeiro passo da União deveria ter sido uma reforma administrativa

por Giselly Santos qua, 16/09/2015 - 13:17

A bancada do PSB no Senado afirmou, em nota, que as medidas anunciadas pelo Governo Federal para atingir um superávit primário de 0,7% do PIB em 2016 são “tardias”. Para os seis parlamentares, a primeira medida a ser anunciada deveria ter sido o corte nas despesas do governo e uma reforma administrativa e não “novos sacrifícios para a sociedade”. 

No texto, o colegiado socialista pontua também que as medidas “frustram as expectativas” e “apesar de considerar que essa posição, agora anunciada, é melhor que a letargia anterior, que paralisava o governo” vai analisar o impacto das propostas juntamente com os governadores, a bancada da Câmara dos Deputados e a direção nacional da legenda. 

O posicionamento dos senadores entra em consonância com a decisão dos governadores do PSB que optaram por não participarem da reunião com os chefes dos executivos estaduais, nesta quarta-feira (16), em Brasília. Antes de emitirem uma opinião oficial sobre as mudanças propostas, os gestores devem se reunir com a cúpula socialista, deputados e senadores.  

Veja a nota na íntegra:

A bancada do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Senado Federal, reunida nesta terça-feira (15/09), para analisar as novas medidas de ajuste, anunciadas pelos ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e  Nelson Barbosa, do Planejamento, considera que o governo apenas corre atrás do prejuízo ao tentar, com atraso, recompor o Orçamento para 2016, enviado ao Congresso Nacional, com uma previsão de um déficit de R$ 30 bilhões. Infere-se uma intenção também tardia de acalmar os mercados após o rebaixamento da nota do Brasil.

Considera que seria mais correto anunciar, imediatamente, os cortes nas despesas do governo e a reforma administrativa, antes mesmo de propor novos sacrifícios para a sociedade.

E, o que é pior, o faz com medidas que frustram as expectativas de uma abordagem mais macroeconômica da crise que estamos enfrentando.

Considera lamentável a omissão de qualquer medida de taxação de grandes fortunas ou que torne mais eficiente a cobrança dos débitos bilionários de grandes sonegadores, assim como parece dar pouca relevância aos aspectos inflacionários e recessivos do aumento da carga tributária em moldes regressivos.

A bancada socialista no Senado Federal, apesar de considerar que essa posição, agora anunciada, é melhor que a letargia anterior, que paralisava o governo, após consultas aos governadores do Partido, e levando em conta os interesses nacionais, vai analisar o impacto dessas medidas nos Estados, ao mesmo tempo em que reafirma sua dificuldade política em apoiar medidas que retirem direitos já adquiridos dos trabalhadores, como, por exemplo, o congelamento de reajustes salariais.

Brasília, 15 de setembro de 2015

Senador João Capiberibe (AP), líder da bancada

Senador Antonio Carlos Valadares (SE)

Senador Fernando Bezerra Coelho (PE)

Senadora Lídice da Mata (BA)

Senadora Lúcia Vania (GO)

Senador Roberto Rocha (MA)

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