Entrevista: Lupércio acusa Campos de judicializar eleições

Candidato a prefeito de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), conversou com o Portal LeiaJá sobre o cenário político no 2º turno, rebateu acusações do adversário e enumerou propostas

por Giselly Santos ter, 25/10/2016 - 15:10
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Lupércio se mostrou otimista para uma eventual vitória Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Disputando o cargo de prefeito de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o candidato Professor Lupércio (SD) afirmou, em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, que se eleito a primeira ação de governo dele será um diagnóstico das obras paralisadas na cidade. Criticando a atual gestão e descartando alianças com o PCdoB, o postulante listou suas principais propostas para a cidade e discorreu sobre as alianças firmadas para o segundo turno.

Além disso, ele disparou contra o adversário Antônio Campos (PSB), chamou de ‘desespero’ o fato de o socialista ter convocado o governador Paulo Câmara para o seu palanque, visto que o SD também é aliado estadual dele, negou as afirmações de que ele poderia extinguir os festejos do Carnaval em Olinda e se mostrou otimista quanto ao resultado da eleição. 

Lupércio recebeu a equipe do LeiaJá no Núcleo de Apoio Comunitário no bairro de Rio Doce, no último dia 10. 

Veja a entrevista na íntegra:

LeiaJá  (LJ) – No início do primeiro turno, sua campanha era vista como pequena e sem chances de atingir o 2º turno. Agora que passou para esta etapa da eleição, qual a expectativa do senhor? 

Professor Lupércio (PL) - Este era o cenário visto pelos adversários e muitos de nós, por sermos um partido só, chamado puro sangue, era como se fossemos um cavalo do Paraguai. Alguns até subestimavam, diziam que íamos nadar, nadar, nadar e morrer na praia, mas a coisa foi bem diferente, a receptividade do povo foi calorosa. Claro que não deu para fazermos como esperávamos, mas tivemos um alcance maior do que pensávamos, apesar de muitos saberem que eu era candidato, mas não saberem nem meu número.

LJ – O senhor deixou a chapa ‘puro sangue’ do 1º turno para uma com mais de 10 partidos, como o PTB e o PDT, que critérios utilizou para as alianças?

PL – Era natural que buscássemos fortalecer o nosso palanque. Não poderíamos ficar isolados, mas buscamos apoios com responsabilidade, filtrando os partidos. Não iríamos buscar como se fosse qualquer coisa na rua, até porque nossa proposta é resgatar a autoestima de Olinda que está clamando por socorro e não há da nossa parte nenhum tipo de desespero político, estamos tendo muita cautela.

LJ - O senhor apresentou alguma contraproposta para estes partidos?

PL - Não. O convite foi para construir um governo com qualidade. Não vamos dar cargos apenas porque a pessoa foi candidato e teve o número x de votos. É preciso ter capacidade e qualificação. No nosso governo vamos cobrar metas de todos os secretários, conosco eles vão ter que colocar os pés na lama mesmo e estar próximos da população. 

LJ – O Solidariedade, seu partido, também é da base do governo Paulo Câmara. Como avalia ele estar e Olinda subindo no palanque de Antônio Campos (PSB) e descartando apoio ao senhor?

PL - Com todo o respeito, avalio como se fosse um desespero político. O governador é aliado nosso. Confesso que isso não criou nenhum tipo de mal estar com o nosso partido, mas é claro que eles estão buscando um rolo compressor para ver se passam por cima da gente. O povo vai saber muito bem separar quem é filho ou não da cidade. 

LJ – Por falar em quem é filho ou não de Olinda, em resposta a esta sua afirmação o candidato Antônio Campos declarou que não importava de onde viria o remédio, mas a cura para a cidade. Como vê este posicionamento?

PL - Importa sim, temos que saber a procedência deste remédio e o que ele fez de bom para podermos utilizar. Será que este remédio já serviu para alguma pessoa? É isto que eu quero colocar.  Você não vai tomar um remédio sem a procedência, é como uma pessoa dizer você gostaria de passar por uma cirurgia com um profissional com 16 anos de experiência ou pelo irmão dele que nem é cirurgião? Digo isso porque o povo de Olinda já teve esta experiência de alguém que veio de fora, sem ter o elo com a cidade, e deixou um caos. Nós temos este elo. 

LJ – E o que sua campanha tem feito para convencer os olindenses que o próximo prefeito tem ser do município?

PL – Confesso, não tenho feito este esforço. Os próprios olindenses estão cuidando disso. Não tenho me preocupado com esta questão. A minha linha de trabalho é de mostrar o que a gente já faz e o que podemos fazer pela nossa cidade. 

LJ – Após um evento recente, Antônio Campos em conversa com o LeiaJá acusou o senhor de fazer uma campanha de baixo nível e o convidou para um debate pela cidade. Qual seria sua resposta a este convite?

PL – Ele que prove que estamos fazendo uma campanha de baixo nível.  Quem tem nos bombardeado é ele. Quero que ele diga que perdi meu tempo falando mal de alguém. E não é só comigo não, ele quer ganhar a campanha judicializando. Os outros candidatos foram vítimas dele também. Agora não vamos ouvir tudo isso como se fossemos um cordeirinho. Temos que reagir também. 

- Segurança

“Vamos trazer esta responsabilidade para gente, com um trabalho forte e preventivo. Hoje 82% da violência é por conta das drogas. Estamos fazendo um trabalho já há seis anos no enfrentamento as drogas por onde já passaram mais de 5 mil vidas. Por outro lado vamos pegar essas áreas menos assistidas para fazer cursos profissionalizantes e colocar escolas de músicas, trabalhos que já fazemos em Rio Doce e Vila de Santana, para ocupar as crianças e os adolescentes. Também vamos colocar a guarda municipal nas ruas qualificando, melhorar a iluminação e ampliar o vídeomonitoramento com a utilização de drones.”

- Educação

“A recuperação das escolas que estão funcionando de forma muito precária é prioridade. Além disso vamos implantar a escola aberta, o ensino em tempo integral, vídeo monitoramento nas escolas e guarda escolar. Queremos ainda fazer o Prouni Municipal firmando uma parceria com as faculdades do município para os alunos que melhores se destacarem no ano.”

- Infraestrutura

“Vamos fazer um diagnóstico da situação do Canal do Fragoso,por exemplo, que sofreu com as últimas fortes chuvas. O alagamento é um problema geral da cidade, Ouro Preto, Presidente Kennedy, Perimetral, Passarinhos... Onde a gente tem trafegado temos nos deparado com isso. Vamos buscar alternativas para que possamos sanar este problema. E claro, nada melhor do que um processo preventivo. Vamos criar a operação verão para prepararmos a cidade para o inverno.”

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- Saúde

“Hoje são em média de 10 postos desativados na cidade, vamos recuperá-los e dar uma qualidade maior aos que funcionam de forma precária. Também queremos implantar fisioterapia gratuita nas unidades de saúde e criar a Unidade Móvel para atender as áreas desassistidas hoje oferecendo clínico, ginecologista e pediatra. Além disso, também pretendemos criar um centro de atendimento para os idosos e acabar com as filas de madrugada para marcar consultas, implantando a marcação online.” 

- Carnaval de Olinda

 “Ainda não tenho propostas [sobre como será caso seja eleito], mas quando concluir as eleições vamos sentar para definir isto mais rápido possível. Agora, é uma mentira, um boato maldoso de que vou acabar com o carnaval. Sou cristão, mas vamos saber separar as coisas. Não vamos governar apenas para um segmento, mas para o povo de Olinda, porque Carnaval é cultura. Vamos dar este apoio ai. Isso nunca passou pela nossa cabeça é a mesma coisa de acabar com o São João de Caruaru. Estão tentando de todo jeito desconstruir a minha imagem.” 

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