Prefeito de Osasco paga fiança de R$ 300 mil

48 horas após ter deixado a penitenciária em Tremembé, prefeito eleito foi empossado neste domingo

seg, 02/01/2017 - 14:55
Foto divulgação Facebook Rogério Lins, prefeito de Osasco, SP Foto divulgação Facebook

O atual prefeito de Osasco, Rogério Lins (PTN), pagou fiança de R$ 300 mil na tarde desta segunda-feira (2), de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo. O prazo máximo para efetuar o pagamento só ficou para 2017 depois de o desembargador Flávio Gouveia, do TJ/SP, concordar com os argumentos da defesa do réu, de que não seria possível efetuar o pagamento na sexta-feira (30) devido ao recesso bancário.

Na manhã deste domingo (1º), Lins foi diplomado em uma cerimônia na Câmara Municipal de Osasco. Ele saiu da Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, após a justiça conceder um pedido de liberdade para a prisão preventiva.

Rogério Lins e mais 13 vereadores da cidade são acusados de contratar funcionários públicos que não apareciam para trabalhar, conhecidos como funcionários-fantasma. 

Durante o discurso de posse, Lins negou as acusações e disse que não entende os motivos da prisão. “Eu tenho que relatar a minha mais recente experiência, minha equipe foi considerada fantasma, uma equipe que trabalha 10, 12, 15 horas por dia, uma equipe que trabalha aos fins de semana, uma equipe que se dedica há mais de 10 anos ao meu lado. E eu continuo ainda sem entender quais foram as verdadeiras e reais razões que levaram ao meu pedido preventivo de prisão, mas eu continuo acreditando na Justiça do homem, respeitando o Ministério Público e acreditando principalmente na vontade do povo e na Justiça de Deus, esse não falha, não tenho dúvida”, afirmou.

O prefeito ressaltou que a verdade virá à tona. “Não tenho dúvida que tudo no final será corrigido”, relatou. Ele também agradeceu o apoio de líderes políticos do país durante esse conturbado período.

O advogado de Lins, Flávio Christensen, afirmou na segunda-feira (26/12), um dia após o acusado ser entregue à polícia, que não há provas contundentes contra o político. "Temos documentos importantes que provam a inocência dele. Contra o que está sendo imputado a ele não tem prova contundente e cabal. A gente espera o Poder Judiciário se pronunciar. Acreditamos na Justiça", declarou o advogado.

Segundo o Ministério Público, aproximadamente R$ 21 milhões dos cofres públicos foram desviados através do esquema de funcionários-fantasma.

De acordo com promotores, os vereadores contratavam apadrinhados que não trabalhavam mas recebiam como funcionários. Em troca, os parlamentares ficavam com parte dos salários dos funcionários-fantasma. A operação "Caça-fantasmas" foi deflagrada em agosto de 2015 pelo Ministério Público de SP com o objetivo de desestruturar o esquema de captação de dinheiro de parte do salário dos assessores dos vereadores.

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