PE e Rio têm mesma quantidade de homicídios, diz Marília

A vereadora criticou a crise no estado e chegou a chamar o governador de “rapaz”

qua, 04/10/2017 - 15:32
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Em uma entrevista concedida a uma rádio nesta quarta-feira (4), no município de Palmares, a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) criticou veemente a situação da segurança pública em Pernambuco. A petista chegou a chamar o governador Paulo Câmara (PSB) de “rapaz” ao criticá-lo e afirmou que a quantidade de homicídios no estado é igual ao registrado no Rio de Janeiro, cidade que tem números de violência já assemelhados aos de países em guerra. 

“A violência apresenta números que assustam o Brasil inteiro, não só o povo de Pernambuco. O povo de Pernambuco está com medo sim, o número de homicídios em nosso estado está com um total de homicídios igual ao estado do Rio de Janeiro, que tem o dobro da nossa população e que tem o contexto social muito diferente com a guerra do tráfico e tudo aquilo que sempre gerou uma situação de violência muito grande conhecida pelo Brasil inteiro. E aqui em Pernambuco, de repente, a gente chega a esse patamar”, lamentou. 

Arraes falou que o principal fator que está levando Pernambuco à crise política de hoje é a falta de liderança. "Pernambuco parece que não tem governador. Esse rapaz assumiu o governo não se deu conta disso. Parece que está esperando alguém ir governar por ele e alguém tem que dizer a ele que isso não vai acontecer, a gente precisa tomar as rédeas do estado de Pernambuco porque estamos vivendo um verdadeiro caos”, disse sem tocar no nome de Paulo Câmara. 

“A forma como foi escolhido candidato a governador levou Pernambuco ao desgoverno como está e eu tenho a consciência muito tranquila de que, apesar das dificuldades, apesar de tudo que houve na época, o tempo deu a resposta que nós estávamos do lado certo”, ressaltou a vereadora garantindo que o rompimento com o PSB aconteceu antes da sigla dar a indicativa de que negaria a legenda para que ela disputasse uma vaga na Câmara dos Deputados. 

De acordo com ela, tudo iniciou porque teria começado a discordar do rumo que o PSB tomou pontuando também que o PSB prioriza as pessoas “bajuladoras” e que a legenda persegue e não procura respeitar as divergências mínimas. “Eu não poderia disputar uma eleição numa mesma chapa, por exemplo, que Jarbas Vasconcelos que fez o que fez com Miguel Arraes. Eu não poderia disputar uma eleição para deputada federal na mesma chapa que Mendonça Filho, que historicamente é oposto ideologicamente ao que nós defendemos. Eu não tinha como chegar e pedir votos. Não dá para fazer política dessa forma”, falou. 

A neta de Miguel Arraes foi questionada sobre uma concorrer ao Governo do Estado na eleição de 2018 e ressaltou que “sem dúvida” irá disputar se o seu nome for o escolhido. “Ainda está se discutindo o nome, mas até agora o quadro que se dispôs a disputar essa eleição fui eu e é o nosso nome que está sendo colocado e sendo discutido com a base e a militância”. 

Marília também disse que o PT mudou a história do Brasil e que o país viu uma realidade social totalmente diferente nunca antes possível, o que teria incomodado a elite brasileira e a de Pernambuco e culminado com o “golpe”, em referência ao processo de impeachment que tirou a então presidente Dilma Rousseff do poder. 

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