O clã dos Magalhães: uma força silenciosa em Pernambuco

O prefeito de Xexéu, Eudo Magalhães (PSB) e o deputado estadual Clodoaldo Magalhães (PSB) são discretos, mas junto ao grupo político tentam ingressar mais um integrante da família na politica

por Taciana Carvalho sex, 20/10/2017 - 17:16
Montagem/Facebook Montagem/Facebook

Muitos podem não estar lembrados, mas há uma família que costuma ser discreta quando trata-se de exposição na mídia, mas que exerce um peso forte na política pernambucana, principalmente, quando se trata de falar da sua tradição no interior de Pernambuco: o clã dos Magalhães. O grupo de políticos é formado pelo prefeito reeleito de Xexéu, Eudo Magalhães (PSB); o ex-prefeito e ex-deputado estadual Enoelino Magalhães, o deputado estadual Clodoaldo Magalhães (PSB) e o irmão Eudo Magalhães Junior, que vem tentando aproveitar a leva para também ingressar na política, mas até agora sem sucesso. 

Para se ter uma ideia em números, Eudo Magalhães conseguiu um recorde, além do ex-prefeito Ybes Ribeiro, foi o único que governou três cidades pernambucanas sendo as outras duas Água Preta e Joaquim Nabuco. Não se sabe ao certo como é a atuação dele no município que faz divisa com o Estado de Alagoas. Na página do facebook da Prefeitura de Xexéu, que não é atualizado desde 2013, constam algumas ações referentes ao primeiro mandato como entrega de carteiras escolas para a rede municipal de ensino, uma ação social realizada no Dia Internacional da Mulher e um encontro de planejamento com diretores e professores com a participação do prefeito. 

O que se sabe também é que o prefeito está enfrentando dificuldades na gestão. Em maio passado, ele decretou estado de emergência considerando as fortes chuvas que se abateram sob o município, “que acarretaram em inúmeros prejuízos humanos e materiais”, diz uma parte do documento. 

Nem mesmo o fato do prefeito ter constado na lista de mais de mil gestores públicos que tiveram contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) não o impediu de sair vitorioso, novamente, na eleição de 2016. Ter as contas rejeitadas, de acordo com o órgão, não faz com que o candidato fique inelegível, mas pode ser um potencial para tal.  Na época, Eudo chegou a dizer que houve um “equívoco”.  

Por sua vez, o filho Clodoaldo Magalhães (PSB) percorreu um árduo caminho até se formar em medicina. No entanto, ele entrou na política. Também com um perfil discreto, ele tem conseguido se estabelecer na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) já estando em seu terceiro mandato consecutivo, ou seja, já são 12 anos, e deve tentar mais uma vez a vaga na eleição de 2018.  Ao mesmo tempo, há uma especulação que movimenta a região da Mata Sul de Pernambuco para estimular uma possível candidatura do médico à Câmara Federal. 

O pessebista, que é natural de Palmares, preside pelo terceiro biênio seguido, a Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação e é membro das Comissões de Educação e Saúde. O parlamentar já foi secretário de Governo de Joaquim Nabuco e de Saúde, em Sirinhaém. 

Contato com a base no interior

Segundo Clodoaldo, o seu mandato tem um foco nas comunidades. Em entrevista recente concedida ao LeiaJá, ele chegou a dizer que tem o “hábito” de visitar municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), da Mata Sul e do Agreste para acompanhar de perto os problemas que as pessoas enfrentam.

Para ele é uma forma de retribuir ao povo a confiança que lhe foi dada. Também está de olho na área da segurança e da saúde. “Eu tenho muito contato com a base que me atribuiu um voto de confiança e participo muito de eventos sociais das comunidades”.

Derrota de Eudo Jr 

O irmão Eudo Magalhães Jr. não tem tido a mesma sorte. Na eleição do ano passado, o empresário do ramo da construção civil, que nunca exerceu um cargo, tentou em sua primeira eleição a vaga como prefeito do município de Primavera pelo PR, mas foi derrotado. A vencedora foi Dayse do Gás (PDT), esposa do ex-prefeito da cidade Galego do Gás. 

Dayse derrotou a prefeita e candidata à reeleição Naza Pão com Ovo (PSB), que obteve 30,27% dos votos, seguida por Eudo Magalhães (PR) com 24,3%. Já os candidatos Miro Papa Ova (PRP), Xandeco (Rede) e Nega (PV) não ultrapassaram 2% dos votos, cada.

Há rumores de que Eudo Jr. tente disputar, em 2018, uma vaga na Câmara Federal. Em entrevista concedida, ele não chegou a descartar a possibilidade. Afirmou que estava “preparado” para ingressar na vida pública. “Por entender que tenho amplas condições de defender os interesses de nossa região, mas reforço que faço parte de um grupo político e que a decisão será tomada de forma conjunta”, disse.

Tragédia na família

O prefeito Eudo também teve de enfrentar um momento duro para qualquer pai: enterrar o filho, que faleceu após um acidente de moto que aconteceu no ano de 2015, em Água Preta, na Mata Sul de Pernambuco. O jovem tinha, à época, 16 anos. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. De acordo com a Polícia Militar, ele se chocou de frente com um rapaz que estava em outra moto, mas também faleceu. 

Clodoaldo Magalhães também já se envolveu em um acidente, na BR -232, nas mediações de Gravatá, mas sem vítimas. Ele iria cumprir agenda política em Caruaru quando o motorista perde o controle do veículo no qual estava. Ele sofreu apenas escoriações pequenas. O motorista quebrou a perna e a assessora um braço.

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