Lula: "Sairei desta mais forte, verdadeiro e inocente"
O ex-presidente vai se entregar a Polícia Federal para cumprir o mandado de prisão. O líder-mor petista convocou os militantes a virarem "Lulas" todos os dias, a partir do momento que ele four preso
No último discurso antes de ser preso para cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste sábado (7), que ele não é mais um ser humano, mas uma ideia que já se perpetuou pelo país e mesmo preso "não será enterrado". Durante um ato em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), Lula garantiu que vai cumprir o mandado de prisão, mas com a certeza de que nos próximos dias “muitos Lulas” serão difundidos pelo país.
“Vou lá com a seguinte crença: eles não sabem que o problema deste país não chama-se Lula, mas a consciência do povo, o PT, o PCdoB, o MST, o MTST. Não adianta tentar evitar que eu ande por esse país, tem milhões e milhões de Lula, Boulos, Dilma Rousseff para andar. Minhas ideias já estão andando por aí. Não adianta parar os meus sonhos, porque quando meus sonhos pararem vocês sonham por mim. Não sou mais um ser humano, sou uma ideia”, salientou.
O ex-presidente convocou os militantes a se transformarem em Lula e “andar por este país fazendo o que tem que fazer”. “É todo dia. A morte de um combatente não para a revolução”, ressaltou Lula. “Quero saber quantos dias eles acham que vão estar me prendendo. A democracia não tem limites nem hora para gente brigar. Estou fazendo uma coisa muito consciente. Se dependesse da minha vontade eu não iria, mas eu vou. Se não vão dizer amanhã que o Lula está foragido”, completou.
O líder-mor petista também deixou claro que “a história vai provar que quem cometeu crime foi o delegado que me acusou, o juiz que me acusou e o Ministério Público”. “Sairei desta maior, mais forte, mais verdadeiro e mais inocente. Vou provar que eles que cometeram crime. Esse pescoço aqui não baixa. Vou de cabeça erguida e sairei de peito estufado”, garantiu o petista.
Na última quinta-feira (5), o juiz Sérgio Moro determinou o cumprimento da sentença do ex-presidente, um dia depois do Supremo Tribunal Federal (STF) negar o habeas corpus preventivo que favorecia Lula. Moro inicialmente deu até às 17h dessa sexta-feira (6) para Lula se entregar a Polícia Federal (PF) em Curitiba, no Paraná, entretanto ele optou por não fazer desta forma e permaneceu no Sindicato dos Metalúrgicos, local que serviu de refúgio para Lula desde a quinta.