Anistia teme que eleição prejudique o caso Marielle Franco
Como Marielle foi a quinta vereadora mais votada no Rio em 2016, a diretora executiva Anistia Internacional, Jurema Werneck alerta que 'é grave' iniciar uma campanha sem que se descubra os verdadeiros autores e mandantes do crime
O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), e do seu motorista Anderson Gomes completa cinco meses nesta terça-feira (14). Com a ausência de uma solução do caso e a proximidade do processo eleitoral, a Anistia Internacional afirmou que teme uma espécie de negligência das investigações. Na tentativa de evitar isso, a entidade vai entregar hoje ofícios para os órgão de segurança pública tanto do Estado quanto do Governo Federal cobrando um resultado concreto das investigações.
"As autoridades e instituições do sistema de justiça criminal devem garantir que as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco não sejam colocadas de lado durante o período de campanha eleitoral. Marielle era defensora de direitos humanos e vereadora na segunda maior cidade do país. Sua execução na vigência de seu mandato parlamentar significa não só um ataque aos direitos humanos, mas também um ataque às instituições democráticas. Seu assassinato não pode ficar sem uma resposta adequada", disse a diretora executiva Anistia, Jurema Werneck.
Como Marielle foi a quinta vereadora mais votada no Rio em 2016, Jurema alerta que “é grave” iniciar uma campanha sem que se descubra os verdadeiros autores e mandantes do crime. "O início do período de campanha eleitoral levanta a preocupação de que o caso seja negligenciado", disse.
Ao completar cinco meses do assassinato de Marielle Franco, a Anistia Internacional reiterou “a urgência do estabelecimento de um mecanismo externo e independente de monitoramento das investigações, formado por especialistas no tema e que não tenham qualquer conflito de interesses em relação ao caso”.
"No Brasil, dezenas de defensores de direitos humanos são assassinados todos os anos. A grande maioria destes crimes não é investigada. A resolução correta desse caso é fundamental para que se rompa um ciclo de impunidade e violência contra defensores de direitos humanos no Brasil", finalizou Werneck.