Pastor e militar, deputado mais votado na BA apoia Haddad
Na ótica de Manoel Isidório (Avante), a fé cristã não pode ser conciliada com o discurso de Jair Bolsonaro. "Jesus não disse armai-vos, mas amai-vos", salientou
Deputado federal mais votado pelo Estado da Bahia, o pastor da Assembleia de Deus e sargento da Polícia Militar Manoel Isidório (Avante) declarou que não vai compor as bancadas evangélica e da segurança pública na Câmara Federal. O motivo, de acordo com ele, é o apoio da maioria à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência. Isidório, que no primeiro turno esteve aliado ao Cabo Daciolo (Patriota), já declarou voto a Fernando Haddad (PT) e disse ter sido enganado por fake news na campanha do 1º turno.
Na ótica do sargento, a fé cristã não pode ser conciliada com o discurso de Bolsonaro. “Quem lê a Bíblia sabe que Jesus disse 'amai-vos uns aos outros'. Não tem lugar nenhum Jesus dizendo para matar. Tem um bocado de evangélico defendendo isso”, criticou em entrevista ao site Congresso em Foco.
“Existe a possibilidade de ganhar a eleição quem está pregando que polícia que não mata não é polícia, derramamento de sangue e tortura. Estou preocupado. Duvido que os oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica queiram voltar para a ditadura”, completou.
Já em publicação nas redes sociais, o pastor explica que tinha ressalvas em relação a Haddad, mas mudou ao procurar informações e ver que estava sendo vítima de fake news.
“O que eu sabia era que o Haddad era viado. Depois meu filho descobre que ele é casado há 30 anos, pai de família e foi quem mais fez pela educação. Aí eu paro para analisar e lembrei que antigamente um bocado de pastores antigos diziam que Lula ia fechar as igrejas. Passou Lula e Dilma, o PT governou, e ninguém viu kit gay, nem liberar drogas, o aborto ou fechar igrejas… Jesus não disse armai-vos, mas amai-vos. Gay, lésbica, quem usa droga ou fez aborto não pode sofrer descarte. Esta nação é de Jesus, precisa de paz”, justificou.