Beto Figueiroa

Na última quarta-feira (28), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou o projeto que libera o cultivo e uso da Cannabis sativa, a planta que dá origem à maconha, para fins medicinais. No entanto, o texto ainda segue para avaliação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, caso aprovado, segue para o plenário da Casa antes de ir para a Câmara dos Deputados. 

Em entrevista concedida ao LeiaJá, nesta sexta-feira (30), o vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) falou sobre o assunto e voltou a defender a legalização das drogas de forma geral. “Eu acho que, de fato, a gente tem um longo caminho pela frente. Eu continuo defendendo a legalização das drogas e a regulamentação do comércio para que sejam tratadas como assunto de saúde e de assistência e não como coisa de polícia”, declarou. 

O psolista apontou que estudos indicam que se as substâncias ilícitas fossem liberadas, haveria uma redução da criminalidade. “Os estudos mostram que uma parte relevante dos assassinatos que acontecem no país, especialmente nas grandes cidades tem alguma relação com o tráfico de drogas. É uma cobrança de uma dívida como drogas, como exemplo, e também para garantir o território, você arma o território e quando as pessoas andam armadas indiretamente acontece alguma disputa, alguma briga, o que pode acabar em assassinato. Se as drogas fosse legalizadas não haveria tanto assassinatos no Brasil”, argumentou. 

“As pesquisas indicam, não sou eu que estou dizendo: as drogas são um dos componentes que aumenta os números de homicídios. Claro que não é só legalizar, mas é um passo importante para uma política mais efetiva. Agora, nessa conjuntura qualquer avanço que o movimento antiprobicionista possa conquistar seja aprovação de uma lei que garanta a legalização da maconha para determinados fins medicinais ou ao cultivo é importante. Todas as vitórias têm que ser comemoradas, o caminho é muito longo e está apenas começando”. 

Ivan ressaltou que a aprovação na CAS do Senado é uma vitória. “É um passo relevante que precisa ser lembrado e que precisa servir como catalisador para que o movimento continue acontecendo, especialmente em um cenário de uma conjuntura possivelmente mais conservadora”, disse em referência ao futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).