Candidatura laranja: suspeita depõe na Polícia Federal

Maria de Lourdes compareceu com o seu advogado, que explicou as polêmicas financeiras envolvendo a candidata

por Pedro Bezerra Souza qua, 20/02/2019 - 12:22
Reprodução/TSE Maria de Lourdes obteve apenas 274 no pleito do ano passado Reprodução/TSE

A Polícia Federal em Pernambuco recebeu na manhã desta quarta-feira (20) a candidata a deputada federal Maria de Lourdes Paixão (PSL), 68 anos. Ela ficou conhecida nacionalmente depois da suspeita de ser uma candidata laranja do partido do presidente Jair Bolsonaro.

O depoimento de Lourdes Paixão à Polícia Federal aconteceu da abertura oficial das investigações sobre o repasse de R$ 400 mil da direção nacional do PSL - esse valor é o terceiro maior do partido.

Esse montante foi repassado durante as eleições do ano passado, porém a candidata recebeu apenas 274 votos. O valor é, inclusive, maior do que o repassado para a campanha presidencial de Bolsonaro. Inicialmente, o depoimento estava marcado para a semana passada, mas ele foi adiado para esta quarta.

O advogado de Maria de Lourdes, Ademar Rigueira, explicou a polêmica inicial envolvendo dinheiro na candidatura de sua cliente. “Os valores que foram destinados a candidatura dela vêm do fundo partidário. Havia uma discussão se esses valores poderiam ser aplicados efetivamente em campanhas políticas”, pontuou.

Rigueira comentou que o dinheiro para a campanha de Maria de Lourdes só foi liberado muito próximo da eleição. “Ela já tinha muito compromisso de gráfica e todo material de campanha. Esse valor foi praticamente envolvido na liberação desse produto gráfico e distribuído”, disse.

Perguntado sobre onde a gráfica funcionaria, o advogado falou que não sabia precisar o endereço, “mas é uma gráfica extremamente conhecida. Ela presta serviço ao Ministério Público do Estado. Inclusive o inquérito aponta diversas instituições federais que prestam serviço nesta gráfica”.

Sobre o apoio do PSL à candidatura de Maria de Lourdes, o advogado Ademar Rigueira explicou que ela tinha boa convivência com todos do partido. “Ela era secretária do PSL. Acho que foi uma decisão interna do partido apostar na candidatura dela. É interessante para o partido que haja participação das mulheres, que preencha as cotas”, afirmou.

Maria de Lourdes compareceu à Polícia Federal na condição de colaboradora para esclarecer essas informações sobre o uso da verba durante a candidatura. Como ainda não há investigação aberta sobre o caso, o depoimento é registrado na condição de registro especial.

A candidata compareceu à sede da Polícia Federal acompanhada do advogado Ademar Rigueira e outro homem. No final da manhã Maria de Lourdes deixou o prédio sem falar com a imprensa.

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